28.3 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesMétodos de Irrigação - sistemas, características e aplicações

Métodos de Irrigação – sistemas, características e aplicações

Luiza PiresEngenheira agrônoma

Irrigação – Crédito: Shutterstock

Quando a água da chuva deixa de ser suficiente, a aplicação artificial tende a ser uma saída. Normalmente, em locais onde se espera certa irregularidade e escassez de chuva, sistemas de irrigação são implantados para que essa demanda hídrica seja suprida, e junto com outras práticas agronômicas ocorram resultados satisfatórios na colheita.

Diversos são os métodos e sistemas, aqui veremos alguns utilizados na agricultura irrigada.

Um a um

No método de irrigação superficial, a água é distribuída através da gravidade pela área. Na sua elaboração existe a necessidade de certa sistematização em relação a nivelamento, construção de diques e manutenção de canais.

Quando comparado com outros métodos e sistemas, o custo acaba sendo menor, a erosão maior, com menor perda de água por evaporação e maior perda por percolação e escoamento. Através dos sulcos, a água é transportada paralelamente à linha de plantio, movimentando-se ao longo do declive. Essa distribuição é feita de maneira uniforme e sem controle.

No sistema por inundação, a água é distribuída em toda a superfície de forma permanente ou temporária. Esse sistema não é aconselhado em solos arenosos e com culturas sensíveis à saturação do solo na zona da raiz.

Na irrigação por aspersão, semelhante à chuva, temos os sistemas mecanizado e convencional. Neste método, ocorre um maior investimento, e normalmente é recomendado quando a demanda por água é mais frequente e em menor quantidade.

Além disso, com a aspersão temos interferência da umidade relativa do ar e do vento na aplicação.  É um método que possibilita o uso em solo com desnível; e levando em conta a demanda hídrica da planta de forma correta, a erosão não se torna um problema.

No sistema mecanizado, como no pivô central, a água é distribuída na lavoura através de aspersores em barras localizadas sobre torres que se movem através do acionamento de um sistema mecânico. Essa distribuição pode ser totalmente automatizada e com bom controle das lâminas aplicadas. Normalmente é utilizado em áreas consideradas grandes. Além disso, o custo com energia deve ser levado em consideração.

Autopropelido

Ainda dentro do sistema mecanizado, o autopropelido do tipo carretel enrolador faz a introdução de água na área através de um único aspersor do tipo canhão após a transformação de energia hidráulica em mecânica.

Nesse sistema temos uma maior pressão, de 500 kPa a 1.000 kPa, e menor controle do tamanho das gotas de água, podendo ser prejudicial tratando-se de culturas mais frágeis. É um sistema adaptável a diversos tamanhos de áreas, sendo preferencialmente planas, porém, o consumo de energia acaba sendo elevado, em comparação a outros sistemas de aspersão.

No sistema convencional os aspersores podem ser fixos, semifixos ou móveis, sem a utilização de um sistema mecânico sobre rodas, como nos pivôs.

Água localizada

Na irrigação localizada, o princípio é a aplicação próxima ao sistema radicular da cultura, sendo feita de forma controlada e uniforme, permitindo um bom aproveitamento. O investimento tende a ser elevado e com custos devido à reposição de canalização.

Neste método, a erosão do solo acaba sendo minimizada. Os sistemas mais usados são o gotejamento e a microaspersão localizada. No gotejamento a água é conduzida por baixa pressão, variando de 50 a 200 kPa, através de canalizações, liberando gotas pontuais.

Esse sistema de irrigação permite que a água seja distribuída em formato de bulbo molhado no solo, onde a parte mais saturada se localiza mais próxima à superfície.

Na microaspersão localizada a água é distribuída em uma pequena circunferência ou faixa, onde ocorre a exploração das raízes. Nesse sistema, a pressão pode variar de 100 a 300 kPa; os componentes são os mesmos do gotejamento, exceto pelo emissor utilizado.

Método subsuperficial

No método de irrigação subsuperficial a aplicação de água ocorre abaixo do sistema radicular da planta. É menos expressivo, quando comparado com os outros métodos, mas também utilizado.

É um método que possui baixo requerimento de potência e pressão, e boa eficiência na aplicação, com consequente redução de perda de água. O custo inicial pode ser elevado; podendo ocorrer entupimentos por intrusão das raízes, entre outros. A irrigação subsuperficial pode ser empregada através do gotejamento ou também da elevação do lençol freático.

Em todos os métodos o bombeamento da água até o local da irrigação é feito quando necessário. Dado o exposto, antes da escolha do método e sistema a ser adotado, deve-se observar a topografia, o solo, a cultura a ser trabalhada, o clima, a disponibilidade e a qualidade da água, bem como aspectos ambientais e econômicos.

Além disso, o manejo e monitoramento especializado da irrigação é um incremento para quem busca controle e, consequentemente, bons resultados.

ARTIGOS RELACIONADOS

Trichoderma: Qual o correto manejo de nematoides do morangueiro?

Autor Givago Coutinho Doutor em Fruticultura e professor efetivo do Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado) givago_agro@hotmail.com Ao longo do ciclo de produção do morangueiro,...

Uso de bioestimulantes na cultura do milho

O milho é uma cultura muito importante para a economia brasileira. O levantamento da safra 2018/19 apresenta o Brasil como terceiro maior produtor e exportador de milho e quarto maior consumidor do cereal no mundo (FIESP, 2019). No momento, a produção no Brasil está estimada em 92,8 milhões de toneladas. Os incrementos na produção, produtividade e área em relação à safra 2017/18 estão estimados em 15, 12 e 3%, respectivamente (CONAB, 2019).

Filme difusor de luz é indicado para culturas de porte alto

Ivonete Fátima Tazzo Doutora e pesquisadora da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (SEAPI) ivonete-tazzo@fepagro.rs.gov.br Tamires Barros da Silva Especialista e bolsista...

Alerta para a mela do algodoeiro

A mela (honeydew) do algodoeiro, que causa a pegajosidade, é gerada principalmente pelas excretas decorrentes da infestação de mosca-branca (Bemisia tabaci) e pulgão (Aphis gossypii) na forma de uma solução contendo açúcares (trehalulose, melezitose, glicose, frutose e sacarose).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!