Virginia Vaamonde
CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil
A Floresta Amazônica tem um papel fundamental no equilíbrio
climático de todo o nosso planeta. Apenas para termos uma breve noção de sua
grandeza, só em espécies são 30 mil plantas, 3 mil peixes e 1,3 mil aves. Além
disso, o chamado pulmão do mundo freia o aquecimento global, pois é uma imensa
fonte de captação e estoque de carbono.
Mesmo tão imprescindível para nosso ecossistema, infelizmente,
esta floresta, assim como o Pantanal, vem sofrendo. Portanto, sua conservação
torna-se um dever de todos nós, ou seja, sociedade, empresas e poder público,
engajados a proteger a biodiversidade do planeta.
Assim, nos deparamos com um questionamento prático: o que, de
fato, precisamos fazer diante deste cenário? Pensar, por exemplo, em boas
práticas de ESG (Environmental, Social and Governance), tema que teve enorme
repercussão nesse momento de pandemia em que vivemos, que abrangem
ecossistemas, priorizam pessoas, diminuem o impacto ambiental sem perder a
viabilidade econômica. Enfim, qual seria o foco?
Para responder a essa questão, cito a atuação da GS1 Brasil –
Associação Brasileira de Automação. Em 2015 criamos o Programa Sustentabilidade
em Código, com o objetivo principal de elevar o tema sustentabilidade a um
nível estratégico, integrando-o ao nosso core business que é a automação e os
padrões GS1, além apoiar a nossa gestão e disseminar para os nossos diversos
parceiros e associados a importância do desenvolvimento sustentável como o
caminho ideal para um futuro melhor para as próximas gerações.
Também nos posicionamos para contribuir com o cumprimento dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em 2015 e a serem alcançados até 2030. Dentre os 17 ODS
contribuímos diretamente para o cumprimento de 14 deles.
Em relação ao aspecto ambiental, que permeia não apenas o Bioma
Amazônico, mas todos os demais biomas do país e do mundo, cito o Projeto Código
Verde – um case inovador em termos globais, que automatizou a gestão e o
processo de rastreabilidade do viveiro de plantas do Legado das Águas, maior
reserva privada de mata atlântica do país.
Nosso objetivo principal nesse projeto foi demonstrar para a sociedade que é possível contribuir para a conservação da natureza por meio da integração com a tecnologia.
Em relação ao tema rastreabilidade, reforço a atuação da GS1, que
desenvolveu a metodologia global GTC (Global Traceability Conformance) e que pode
ser aplicada em diversos setores, inclusive em iniciativas com viés de
sustentabilidade.
A sociedade, a começar pelos consumidores, está mais exigente
sobre os produtos e serviços. E a rastreabilidade é uma poderosa ferramenta que
beneficia toda cadeia produtiva realizada de forma sustentável, gerando
informações confiáveis e transparentes para todos, inclusive para o meio
ambiente.
Assim, entendo que usar a tecnologia a favor da conservação do
planeta, a exemplo da Amazônia, e em seus vários âmbitos, é missão de todos
nós. O chamado é para todos, associações setoriais ou multissetoriais, para
empresas privadas e para a sociedade civil.
Transformar o mundo que
vivemos por meio de inovação, tecnologia e automação, impactando positivamente
pessoas e natureza, é uma causa fundamental e parte da essência da GS1 Brasil.