Marcos Fabian Sanabria Franco
Engenheiro agrônomo, mestre em Agronomia e doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ-USP
marcosfabian@usp.br
A manga é uma fruta tropical cultivada em quase todos os estados do Brasil, destacando-se especialmente na Bahia, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, devido às condições ideais para seu desenvolvimento. A região nordeste é a principal produtora destinada à exportação, utilizando sistemas de cultivo avançados em áreas irrigadas da zona semiárida. Essas condições climáticas favoráveis permitem colheitas ao longo do ano, ajudando a maximizar os preços de venda.
O Brasil produz cerca de 1.546.375 toneladas de manga, com a Bahia sendo o maior produtor. Essa produção contínua é possível graças às técnicas de manejo de indução floral, que garantem a oferta constante do fruto no mercado internacional, especialmente entre abril e agosto, quando a demanda é mais intensa.
Floração fora de época
A indução da floração da mangueira fora de época é uma prática cada vez mais comum na fruticultura, permitindo um melhor aproveitamento da planta e uma oferta mais constante de mangas no mercado. Diversos métodos foram desenvolvidos e aperfeiçoados ao longo dos anos para estimular a floração da mangueira em períodos que naturalmente não ocorreria.
Entre esses métodos, destacam-se:
Em algumas regiões, o estímulo térmico por meio de baixas temperaturas pode quebrar a dormência das gemas e induzir a floração.
O uso de reguladores de crescimento, como o paclobutrazol (PBZ), que inibe a síntese de giberelinas e favorece a indução floral. Embora o PBZ seja o regulador mais estudado e utilizado, outros produtos também podem ser empregados.
A poda também desempenha um papel crucial na indução floral. A poda de produção visa equilibrar a parte aérea da planta, removendo ramos doentes e mal posicionados, enquanto a poda de indução é realizada em épocas específicas para estimular a brotação e a formação de flores.
O manejo da irrigação também é importante, com o déficit hídrico controlado simulando condições naturais de estresse que favorecem a floração. No manejo nutricional, a alteração da relação entre nitrogênio e potássio, bem como a aplicação de micronutrientes como boro e zinco, pode influenciar a indução floral.