28.3 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasRally da Safra começou no Brasil

Rally da Safra começou no Brasil

Algodão – Crédito: Shutterstock

A irregularidade climática resultou no plantio mais tardio da história e trouxe uma marca forte à safra de soja 2020/21. A falta de chuvas regulares atrasou a implantação das lavouras no Centro-Oeste e no Sul do Brasil, afetando também o planejamento da segunda safra de algodão e de milho.

Em resumo, a safra começou atribulada, em especial no Mato Grosso, principal produtor de soja no Brasil. Apesar disso, a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, aponta para um recorde de produção de soja. A estimativa pré-Rally é de 132,4 milhões de toneladas, 5,5% acima da safra passada.

A projeção decorre de dois fatores. O primeiro deles é a expansão da soja, impulsionada pelo momento de boa rentabilidade. Em relação à safra 2019/20, a área plantada cresceu 4%, chegando a 38,4 milhões de hectares. É um crescimento de 1,47 milhão de hectares – quase equivalente ao que se cultiva num estado como a Bahia. O segundo ponto é a produtividade brasileira, que deverá alcançar 57,4 sacas por hectare, 1,5% acima das 56,6 sacas por hectare da safra passada.

André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, destaca que na safra 2019/20, apesar dos recordes de produtividade em importantes estados produtores – como Mato Grosso, Paraná e Goiás – houve uma quebra de quase 40% no Rio Grande do Sul. Na safra 2020/21, os produtores gaúchos tiveram de aguardar até que houvesse umidade no solo suficiente para o plantio, após um início com Clima irregular.

No final de dezembro voltou a chover em condições satisfatórias e a expectativa é que essas condições se mantenham em fevereiro. A estimativa pré-Rally para a produtividade no Rio Grande do Sul é de 53,9 sacas por hectares.

Mato Grosso

No Mato Grosso, já se projetava uma redução na produtividade média após o excepcional resultado de 60 sacas por hectare da safra passada. O impacto das condições climáticas sobre o desenvolvimento das lavouras acentuou essa queda.

A estimativa agora é que os produtores do estado colham 55,5 sacas por hectare. Na safra passada, a soja precoce começou a ser plantada no Mato Grosso logo após o fim do vazio sanitário e sob ótimas condições. Em 2020/21, a situação foi bem diferente: o clima esteve entre os mais irregulares da história do estado para o período de plantio das variedades precoces, que atrasou e se concentrou no final de outubro, prejudicando seriamente o calendário do algodão segunda safra e parcialmente o do milho safrinha.

“Muitos produtores que arriscaram semear com baixa umidade tiveram de replantar suas áreas uma ou até duas vezes. Em casos extremos, a soja foi abandonada para dar lugar ao algodão safra ou ao milho verão. Agora, no entanto, chove quase diariamente e em volume suficiente para o desenvolvimento adequado das lavouras que, em algumas regiões, estão ainda melhores do que as da safra passada”, explica Debastiani.

Paraná

Já no Oeste do Paraná, houve atraso na regularização das chuvas e muitos produtores arriscaram plantar sem condições adequadas de umidade, o que traz consequências à produtividade. O calendário do milho segunda safra foi prejudicado fortemente na região, onde parte da área vai migrar para o trigo, e um pouco menos no norte do estado e em São Paulo . A produtividade do Paraná é estimada no pré-Rally em 60,5 sacos por hectare.

Matopiba

Na região do MATOPIBA, o cenário climático foi o oposto. Enquanto faltava chuva no Centro Sul do país, no Norte e no Nordeste as chuvas foram abundantes, permitindo que o plantio começasse cedo e sob ótimas condições. A produtividade da Bahia é estimada no pré-Rally em 61,3 sacos por hectare.

O Rally da Safra já está na estrada e vai a campo para avaliar as lavouras de soja.

“As equipes técnicas devem observar os efeitos da irregularidade climática sobre as lavouras. Mas temos ainda pela frente muitas variáveis que podem mudar. Um exemplo é o clima de fevereiro, importantíssimo para o desenvolvimento das lavouras e de grande influência na definição do peso dos grãos. Também vamos acompanhar o desenvolvimento das doenças, o impacto da seca no estande das lavouras e a capacidade de recuperação da soja após a regularização do clima”, afirma o coordenador do Rally.

Milho

A expedição técnica acompanhará também a implantação das lavouras de milho segunda safra. A perspectiva é de uma expansão de quase 1 milhão de hectares ou 7,3% acima da safra passada.

“É um bom momento para cultura e os produtores devem investir ainda mais em tecnologia. Existe, porém, uma série de questionamentos em relação à qualidade de implantação das lavouras, em especial nas regiões em que o atraso do plantio trouxe maiores problemas para o calendário da segunda safra, como o oeste do Paraná e o Mato Grosso”, diz Debastiani.

A projeção pré-Rally aponta para uma safra de 83,9 milhões de toneladas, um crescimento de 10,8% sobre a safra passada.

“O produtor terá dois grandes desafios neste primeiro trimestre: colher uma produção recorde de soja num período menor devido ao plantio fortemente concentrado em outubro, e plantar uma área recorde de milho numa janela mais curta do que nas safras anteriores”, complementa.

As mesmas condições climáticas irregulares que prejudicaram o plantio da soja também afetaram o milho verão no Sul do Brasil – boa parte da área na região passou pelas fases críticas para a definição de produtividade em momentos de pouca umidade. A estimativa pré-Rally para o milho verão é de uma produção de 25,1 milhões de toneladas, 8,2% abaixo da safra passada – a área cai 1,9%, chegando a 4,97 milhões de hectares.

A produção total de milho no Brasil é estimada pela Agroconsult em 109 milhões de toneladas – um aumento de 5,8%, impulsionado pelo milho segunda safra.

Agroclima PRO

Como planejar uma safra e monitorar sua fazenda?

Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.

O Agroclima Pro é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo.

Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.

Sobre a Climatempo

Com solidez de 30 anos de mercado e fornecendo assessoria meteorológica de qualidade para os principais segmentos, a Climatempo é sinônimo de inovação. Foi a primeira empresa privada a oferecer análises customizadas para diversos setores do mercado, boletins informativos para meios de comunicação, canal 24 horas nas principais operadoras de TV por assinatura e posicionamento digital consolidado com website e aplicativos, que juntos somam 20 milhões de usuários mensais.

Em 2015, passou a investir ainda mais em tecnologia e inovação com a instalação do LABS Climatempo no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). O LABS atua na pesquisa e no desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Principal empresa de consultoria meteorológica do país, em 2019 a Climatempo uniu forças com a norueguesa StormGeo, líder global em inteligência meteorológica e soluções para suporte à decisão.

A fusão estratégica dá à Climatempo acesso a novos produtos e sistemas que irão fortalecer ainda mais suas competências e alcance, incluindo soluções focadas nos setores de serviços de energia renovável. O Grupo segue presidido pelo meteorologista Carlos Magno que, com mais de 35 anos de carreira, foi um dos primeiros comunicadores da profissão no país.

ARTIGOS RELACIONADOS

Vazio sanitário da soja será de 137 dias no MT

Vazio sanitário da soja é ampliado para 137 dias em Mato Grosso Medida passa a valer a partir de 1º de maio para safra 2015/2016   O vazio...

Baculovírus x Spodoptera: O embate no algodão

A lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) é nativa das regiões tropicais do continente americano, podendo ser encontrada desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina.

Uso mais sustentável da água

O Dia Mundial da Água (22/3) celebra a importância deste recurso natural em seus mais diversos ...

Algodão brasileiro bate novo recorde no mercado internacional

Entre julho de 2018 e abril de 2019, o País atingiu a marca histórica de 1,04 milhão de toneladas embarcadas de algodão em pluma, ultrapassando o...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!