A China anunciou nesta quinta-feira (23) que vai retomar as compras de carne bovina do Brasil, após suspender as importações desde 22 de fevereiro, quando foi detectado um caso atípico de mal da vaca louca em uma pequena propriedade no sudeste do Pará.
É previsto que a demanda chinesa por carne bovina continue aumentando em 2023, resultando em um total de 3,52 milhões de toneladas. Esse número representa um crescimento esperado de 2% em relação ao volume importado em 2022.
A comercialização para a China estava suspensa desde o dia 23 de fevereiro, quando houve a confirmação da doença em um boi de 9 anos. O animal foi sacrificado e a carcaça incinerada. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a China é o país que o Brasil mais exporta carne bovina, representando aproximadamente 60% do total da produção do produto brasileiro.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria para o comércio exterior, a retomada das exportações de carne bovina para a China é uma notícia muito positiva para o comércio exterior brasileiro e terá impacto positivo em nossa balança comercial.
“O Brasil é um grande exportador de carne bovina para a China, e a suspensão das exportações impactou negativamente o setor. A retomada é fundamental para o país continuar sendo um importante fornecedor de proteína animal para o mercado chinês”, afirmou o executivo.
Um exame realizado em um laboratório de referência no Canadá confirmou que o caso de mal da vaca louca registrado no Brasil é isolado, ou seja, sem prejuízos para a qualidade da carne bovina produzida no país.
Segundo Pizzamiglio, ressalta que ainda é importante manter boas práticas para evitar problemas futuros. “A comprovação de que a carne bovina brasileira é de qualidade e segura é um fator predominante para a manutenção das exportações”, afirma.
De acordo com um estudo recente da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), o Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. No total, as vendas externas de carne bovina representam 52,6% do valor total exportado pelo país. Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações de carne bovina, incluindo produtos in natura e processados, registraram um aumento de 42% em relação ao ano anterior, gerando uma receita de US$ 13,09 bilhões para o país em 2022.