20.8 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasCerrado é a maior região produtora de Queijo Minas Artesanal do estado

Cerrado é a maior região produtora de Queijo Minas Artesanal do estado

Produtores investem em boas práticas com assistência da Emater-MG

Divulgação

O Cerrado é a maior região produtora de Queijo Minas Artesanal do Estado. Ela é composta por 19 municípios, responsáveis por mais de 30% de tudo que é produzido em Minas Gerais. São mais de 9,5 mil toneladas por ano, conforme estimativa da Emater-MG. “E este dado pode ser ainda maior”, comenta a coordenadora técnica estadual da Emater-MG, Maria Edinice Rodrigues.

Além do Cerrado, existem outras nove regiões oficialmente caracterizadas em Minas Gerais: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.

O Queijo Minas Artesanal do Cerrado conquista paladares país afora pelo seu sabor suave e massa cremosa. Outra característica da região é reunir produtores de diferentes portes, desde familiares a grandes empreendedores, como o Eudes Braga, do município de Carmo do Paranaíba, um dos maiores produtores da região. Na sua família não havia a tradição de produzir queijo, mas ele era amante da iguaria e percebeu nessa demanda uma oportunidade de negócio. “Identificamos um mercado exigente, que queria consumir esse produto, mas com qualidade. A grande vontade que nasceu foi essa, produzir um queijo com qualidade, rastreabilidade e certificação”, comenta.

Ele começou pequeno, lá em 2004 com apenas uma bezerra. Em 2005, já havia adquirido mais novilhas. Dois anos depois, iniciou efetivamente a produção do queijo e, em 2008, já tinha conquistado a certificação. Atualmente produz cerca de 400 quilos de Queijo Minas Artesanal por dia.

Nessa trajetória contou com suporte da Emater-MG. “Aqui na região do Cerrado a Emater trabalha junto aos produtores há bastante tempo, no sentido de melhorar a qualidade do produto, que já tem uma identidade própria. Mas é importante ser feito dentro das boas práticas de produção e fabricação”, reforça a coordenadora regional da Emater-MG, Mara Mota.

Boas práticas

A fazenda do Eudes Braga produz cerca de 12 mil litros de leite por dia, sendo que 4 mil são destinados à produção do queijo. Os animais são cuidados em um ambiente confortável, climatizado, comida de qualidade. O bem-estar animal e as boas práticas estão presentes em todo processo, desde o curral, passando pela ordenha, até a fabricação. Na queijaria, higiene é a palavra de ordem. Mesmo sendo uma produção grande, o processo é totalmente artesanal. No leite vai apenas o pingo, que é parte do soro coletado da produção anterior, e que vai garantir sabor especial ao queijo. A massa coagulada é prensada à mão e recebe a salga seca. Depois inicia-se o processo de maturação. À medida que o tempo passa, o queijo vai ganhando consistência e ainda mais sabor. Os cuidados, desde o curral, impactam no resultado.

“Para fazer um bom queijo, é fundamental a qualidade do leite, a qualidade sanitária e o fator nutricional dos animais, além das boas práticas. Aqui na fazenda, e em todo o Cerrado, a nossa preocupação é ter um produto diferenciado, que leva qualidade e todo nosso terroir”, ressalta Eudes.

Zelo igual com a produção tem o senhor Alaor Martins, que produz cerca de 100 quilos de Queijo Minas Artesanal por dia, também em Carmo do Paranaíba. Todo seu processo é orientado pela Emater-MG e ele já está pavimentando o caminho para em breve dobrar o volume fabricado. A certeza do sucesso ele ancora no sabor especial do seu queijo. “Ele tem um gosto muito bom, pelo menos a gente gosta do queijo que a gente faz! Ele se diferencia de todos os outros da região, cada um tem um sabor e aí vai da preferência do freguês. Mas meu queijo vai bem com tudo, um queijo que espicha”, explica orgulhoso.

Identificação de origem

A história e dedicação dos produtores, as características do Cerrado mineiro, de clima, solo, água, o tipo de animais criados por lá, tudo isso gera uma identidade única para o queijo do Cerrado, que conquistou, em agosto de 2023, o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

O pedido de Indicação Geográfica, na espécie Indicação de Procedência (IP), foi solicitado pela Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal do Cerrado (Aprocer). A Emater-MG participou de todo processo, auxiliando na coleta e organização de toda documentação e informações que subsidiaram a conquista da IG.

A documentação apresentada ao INPI demonstrou que, no passado, portugueses e brasileiros foram para a região do Cerrado mineiro à procura de ouro e pedras preciosas. A farta distribuição de terras propiciou uma corrente migratória para a região, na qual gradualmente a pecuária passou a ser a nova fonte de recursos devido às suas pastagens naturais, que permitiram a formação dos primeiros rebanhos. Com o passar do tempo e o aumento dos rebanhos, a grande quantidade de leite produzido e não consumida estimulou a produção de queijos artesanais como forma de preservação daquele leite.

“Essa conquista é importante porque agrega valor ao produto, atestando que ele tem uma identidade própria, é fabricado na região do Cerrado, inibindo falsificações”, diz Mara Mota.

Para Eudes Braga, o selo garante rastreabilidade para o queijo e confiabilidade para o consumidor. “Isso traz uma visibilidade para além do mercado que temos hoje”. Já o senhor Alaor diz que a conquista reforça o que ele sempre soube: “Nosso queijo toda vida foi muito bom. Só que o povo nunca valorizou nossa região, então criamos a marca do Cerrado, pra gente poder chegar e dizer que ele é o melhor de Minas Gerais”, exalta.

LEIA TAMBÉM:

ARTIGOS RELACIONADOS

Governo de MG lança ‘SeloVerde’, plataforma desenvolvida com a UE

Com a ferramenta, Minas Gerais se posiciona de forma estratégica para atender às exigências do bloco europeu e fortalecer sua presença global

Plantio consorciado de café e soja traz bons resultados no Sul de MG

Soja gera renda extra para o produtor e melhora as condições do solo

Exportações do agronegócio em Minas Gerais alcançam novo recorde em janeiro

O volume foi um dos fatores que impactaram no aumento

Produtor rural mineiro cria equipamento que evita o desperdício e o uso incorreto de insumos

Com fama de ‘professor Pardal’ entre os amigos, Paulo não sossegou enquanto não inventou um produto que homogeniza melhor os produtos químicos utilizados nos drones de pulverização

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!