26.6 C
Uberlândia
quinta-feira, setembro 19, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioSem categoriaQuais os impactos dos processos inflamatórios nos equinos?

Quais os impactos dos processos inflamatórios nos equinos?

Divulgação

As lesões musculoesqueléticas são comuns em equinos, principalmente nos membros anteriores que sustentam e amortecem cerca de 55% do peso total do animal. Por serem mais exigidos nas questões de sustentação e amortecimento do corpo, especialmente nos animais de esporte e tração, é comum que estes membros sofram processos inflamatórios com uma maior recorrência,

A inflamação característica destes quadros causa dor e desconforto, prejudicando o desempenho físico do cavalo, especialmente em animais atletas, cujo rendimento pode ser significativamente comprometido. Além disso, a inflamação em articulações, músculos e tendões podem reduzir a mobilidade, dificultando a capacidade do cavalo de se mover eficientemente.

Se não tratados, os processos inflamatórios podem levar a lesões crônicas, como artrite e artrose, resultando em danos permanentes às articulações. “A tendinite, uma inflamação dos tendões, é outra condição que pode surgir e se tornar crônica causando a degeneração dos tendões, dificultando a recuperação total do animal. Além disso, inflamações severas podem desencadear Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), que pode levar à laminite, uma condição extremamente dolorosa que afeta os cascos e pode ser fatal. Em casos graves, a inflamação pode afetar órgãos vitais, levando à falência orgânica e colocando a vida do cavalo em risco”, elucida Fernanda Ambrosino, médica-veterinária gerente de produtos da linha equestre da Ceva Saúde Animal

Além dos problemas físicos diretos, a inflamação crônica pode levar ao estresse metabólico, afetando a digestão e a absorção de nutrientes, resultando em perda de peso e condição corporal. Os processos inflamatórios também podem contribuir para o desenvolvimento de resistência à insulina, aumentando o risco de doenças metabólicas. Por fim, a inflamação pode impactar o sistema imunológico do cavalo, tornando-o mais suscetível a infecções e outras doenças.

O desconforto causado pela inflamação é evidente tanto no comportamento do animal, que pode se tornar mais agressivo ou arisco, quanto na sua performance, que diminui visivelmente. Nestes casos, o uso de anti-inflamatórios se faz necessário para tratar à dor e a inflamação.

Os anti-inflamatórios são medicamentos amplamente utilizados na medicina veterinária para tratar diversas condições em equinos. Sua principal função é reduzir a inflamação, aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos animais.

A escolha do anti-inflamatório depende da condição a ser tratada, da duração do tratamento e da resposta do animal ao medicamento, sendo que as principais classes são os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).

“A questão em relação aos AINES é o fato de inibir também a produção das enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2) sem distinção. A COX-1 é uma enzima altamente importante para o funcionamento dos tecidos e órgãos, estando presente nas plaquetas, nos rins, no endotélio, e sendo responsável pela produção do muco protetor do sistema digestório e inibição do ácido gástrico, evitando situações como gastrites e úlceras. Já a COX-2 tem a produção induzida pelos estímulos inflamatórios, relacionada diretamente a febre, dor e inflamação”, elucida a profissional.

Com o intuito de reduzir estes efeitos prejudiciais para o sistema gástrico e renal, os anti-inflamatórios não esteroidais com inibição seletiva para a COX-2, conhecidos como firocoxibes, ganham cada vez mais mercado.

O firocoxibe é primeiro AINE inibidor altamente seletivo da COX-2 autorizado para uso em equinos, com estudos pré-clínicos demonstrando sua efetividade, sendo indicado para controlar processos inflamatórios dolorosos tanto de tecidos moles quanto dos tecidos musculoesqueléticos, em pós-operatórios e quadros de hipertermia (febre).

“Por ser um anti-inflamatório não- esteroide e de qualidade seletiva, ele inibe a produção de prostaglandinas destrutivas na COX-2 que contribuem para a dor, inflamação, vermelhidão, ardência e restrição de movimento. Desta forma o produto age no local exato da inflamação. Por poupar a COX-1, que produz as prostaglandinas que mantém normais as funções do estômago, intestino e das plaquetas, gera menos efeitos colaterais”, conta Fernanda.

Além do manejo farmacológico, é importante considerar abordagens complementares para tratar e prevenir problemas inflamatórios nos equinos. Terapias físicas, como fisioterapia, laserterapia e ultrassonografia terapêutica, podem acelerar a recuperação e reduzir a inflamação. Técnicas de reabilitação, como exercícios controlados e alongamentos, ajudam a restaurar a funcionalidade dos membros afetados. Suplementos nutricionais que suportam a saúde articular, incluindo ácidos graxos ômega-3, glucosamina e condroitina, também podem ser benéficos.

A prevenção é igualmente crucial. “Manter um regime de exercícios adequado, garantir um manejo nutricional equilibrado e proporcionar um ambiente seguro e apropriado para o cavalo são medidas fundamentais para minimizar o risco de lesões inflamatórias. Regularmente inspecionar e cuidar dos cascos, além de utilizar equipamentos adequados durante atividades esportivas ou de tração, também contribui para a saúde locomotora dos equinos”, finaliza Fernanda.

ARTIGOS RELACIONADOS

Azud – 40 anos de agricultura

    A Azud participa da Hortitec desde 2007, o principal evento do segmento. “Damos uma atenção maior a este evento, já que vai de encontro...

Cientistas do solo lançam livro “Crônicas de Barranco“

    O livro tem como fio condutor a Ciência do Solo retratada a partir de momentos inesquecíveis e reflexões de 28 cientistas do solo     Crônicas de...

Análise química do solo: como é feita e quais os cuidados?

Josias Reis Flausino Gaudencio Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) josiasflausinogaudencio@gmail.com Silvino Moreira Doutor em Solos e...

Calda cúprica é eficiente no controle do cancro cítrico

  Franklin Behlau Pesquisador do Fundecitrus   Com a publicação da Resolução SAA-147, entraram em vigor no Estado de São Paulo as novas regras para a supressão ou...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

66130 64797