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Selic em alta, tensão hlobal e incertezas fiscais: o desafio de controlar a inflação em um cenário de crise

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

Por Antônio Carlos de Oliveira

Análise da Semana Anterior e Perspectivas para a Semana que se inicia

1. Aumento das Expectativas para a Selic

  • Relatório Focus: A semana começa com a elevação da expectativa dos investidores para a Selic, projetada agora em 11,50% até dezembro. Este aumento reflete uma deterioração das expectativas econômicas, que resultou da reunião do Copom nos dias 17 e 18 de setembro.
  • Impacto da reunião do Copom: Embora a alta de 0,25 ponto percentual tenha sido esperada, o tom “duro” do comunicado indicou maior risco de desancoragem das expectativas inflacionárias. Isso fez com que o mercado ajustasse suas projeções para uma nova elevação de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.
  • Desdobramentos: A Ata da reunião, a ser divulgada na terça-feira (24), será crucial para esclarecer se o Copom manterá essa postura austera ou suavizará o discurso. O cenário atual coloca a Selic como ferramenta central para conter a inflação, mas as incertezas fiscais pesam negativamente.

2. Cenário Fiscal e Contas Públicas

  • Contas Públicas: O desequilíbrio fiscal é um ponto de preocupação crescente, ampliado após o relatório de receitas e despesas da última sexta-feira (20). A falta de comprometimento com o equilíbrio fiscal pode neutralizar o efeito das políticas monetárias, mesmo com a elevação dos juros.
  • Mercado em alerta: A deterioração fiscal reforça as expectativas de mais aumentos da Selic e gera incertezas sobre a capacidade do governo em alcançar suas metas fiscais. O contingenciamento de despesas anunciado nesta segunda-feira (23) trouxe alívio momentâneo, mas os desafios estruturais permanecem.

3. Federal Reserve e Políticas Globais

  • Decisão do Fed: Na quarta-feira (18), o Federal Reserve cortou as taxas de juros para 4,75%, movimento esperado, mas que demorou a se concretizar. Esse corte estimula o apetite por risco global, mas no Brasil, a política monetária segue o caminho oposto com a alta da Selic.
  • Repercussão no Mercado: A decisão do Fed gerou otimismo nas bolsas asiáticas, enquanto na Europa, os dados econômicos frustrantes, como o declínio do PMI na Alemanha e França, limitam o crescimento. A China também agiu ao cortar suas taxas de recompra, indicando um esforço conjunto de afrouxamento monetário no Oriente.
  • Efeitos nos ativos: A redução de juros nos EUA pode estimular ativos de risco, mas a resposta no Brasil tende a ser mais cautelosa, com os investidores atentos à situação fiscal e às políticas locais.

4. Geopolítica: Conflito no Oriente Médio

  • Escalada de tensões Israel-Hezbollah: O conflito entre Israel e o Hezbollah aumentou significativamente. A ordem de evacuação de edifícios pelo Hezbollah sugere uma retaliação iminente, o que elevou as preocupações geopolíticas. O impacto direto no mercado se dá pelo aumento no preço do petróleo, que tende a pressionar ainda mais a inflação global.
  • Posição dos EUA: O governo Biden busca evitar uma escalada, enquanto pressiona por soluções diplomáticas. No entanto, o aumento da violência pode trazer consequências ainda mais graves, ampliando a crise no Oriente Médio e afetando o mercado de commodities.

5. Visita de Zelensky aos EUA

  • Conflito Rússia-Ucrânia: A visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky aos EUA no domingo (22) marca um ponto crucial na guerra contra a Rússia. O pedido de armas de longo alcance à administração Biden pode intensificar o conflito, adicionando mais incerteza ao cenário geopolítico.
  • Efeitos nos mercados: O prolongamento da guerra pressiona os mercados globais, com reflexos nos preços de energia e nos custos logísticos, influenciando decisões de investimento em várias regiões.

6. Atividade Econômica Global

  • Europa em retração: O PMI da Alemanha e da França revelou contrações acentuadas nas duas maiores economias da Zona do Euro, acentuando os temores de uma recessão na região. A crise na atividade empresarial europeia limita as perspectivas de recuperação e pode influenciar decisões futuras do Banco Central Europeu.
  • China e Japão: A semana também foi marcada pela recuperação dos mercados asiáticos, com o Banco Central da China cortando taxas e injetando liquidez. No Japão, o mercado permaneceu fechado na segunda-feira (23) devido a um feriado.

7. Mercado de Ouro e Commodities

  • Ouro estabilizado: O preço do ouro se manteve próximo de níveis recordes. A estabilização do metal reflete a incerteza sobre os futuros cortes de juros nos EUA e a resposta da economia global a essas mudanças. Com a inflação ainda preocupante, o ouro continua sendo uma reserva de valor atrativa.
  • Petróleo em alta: A escalada de tensões no Oriente Médio adiciona pressão ao preço do petróleo, que tende a continuar subindo, exacerbando as preocupações inflacionárias.

Conclusão

O cenário analisado destaca um ambiente econômico desafiador, com a alta da Selic, desequilíbrio fiscal, estresse geopolítico e políticas monetárias divergentes entre o Brasil e os EUA. Esses fatores elevam a incerteza sobre a inflação e o crescimento econômico, exigindo atenção redobrada dos investidores e do governo. O aumento do preço do petróleo no Oriente Médio adicionaram pressão inflacionária global, enquanto a Europa e a China enfrentam desafios econômicos significativos. O controle da inflação no Brasil dependerá da interação complexa entre política fiscal e monetária, além dos desdobramentos globais

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