Nos próximos cinco anos, a cafeicultura brasileira passará por transformações profundas, impulsionadas pela adoção de novas tecnologias, fortalecimento de parcerias e foco cada vez maior na sustentabilidade.
Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, cooperativa que se destaca mundialmente na produção e exportação de café, aponta que essas tendências serão essenciais para manter o Brasil como protagonista no cenário global do café.
Tecnologia e sustentabilidade como pilares
Carlos Augusto relata que a agenda ESG (ambiental, social e de governança) será um dos principais motores de inovação da cooperativa. “Estamos trabalhando para entregar mais qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade”, afirma. Em um mercado cada vez mais exigente, a Cooxupé investe em uma plataforma que permite obter dados da produção e da sua sustentabilidade.
Apoio técnico e modernização da produção
Um dos pilares do sucesso da Cooxupé é o suporte técnico oferecido aos cooperados. Através de seu Departamento de Desenvolvimento Técnico, agrônomos e técnicos agrícolas trabalham diretamente com os produtores, ajudando na implementação de boas práticas agrícolas. “O contato constante com as propriedades é uma diferença que traz grandes benefícios às famílias cooperadas”, comenta Carlos Augusto.
Além disso, a Cooxupé tem investido fortemente em infraestrutura, como laboratórios, mídias de internet e capacitação dos seus funcionários.
Gestão de riscos climáticos e inovação
Sobre o comportamento climático, Carlos Augusto destaca que a evolução do clima refletiu diretamente na produção agrícola. “A Cooxupé tem se adaptado para lidar com as adversidades climáticas que desafiam os seus cooperados”, afirma.
Pesquisas e parcerias
A Cooxupé também tem se destacado em parcerias com instituições de pesquisa, como a Epamig e a Iclufism, que trabalham no desenvolvimento de cultivares mais resistentes a mudanças climáticas. “Estamos constantemente buscando novas formas de garantir que nossos cooperados tenham acesso aos melhores conhecimentos e pesquisas sustentáveis”, afirma o presidente.
“Outra pesquisa que apoiamos, com a Unicamp, está visando o balanço de carbono em floração de café”, ressalta, destacando que nesse momento que as lavouras estão suscetíveis a riscos ambientais, uma boa gestão de insumos e recursos pode fazer a diferença.
Agricultura regenerativa tropical: um novo caminho
Uma das tendências emergentes destacadas por Carlos Augusto é a Agricultura Regenerativa Tropical, um conceito inovador que busca modelos de agricultura mais alinhados à natureza. “Esse conceito de agricultura não revolucionou, mas trouxe aspectos que estão alinhados às práticas ESG”, explica.
A Cooxupé tem sido uma das pioneiras na implementação de práticas de cultivo que favorecem esta saúde do solo e a biodiversidade nas suas propriedades.
Fórum Café e Clima: diálogo e estratégia
Anualmente, a Cooxupé participa do Fórum Café e Clima, evento que reúne especialistas para discutir o comportamento do clima em relação aos seus efeitos na produção de café. A edição de 2024 contará com especialistas que abordarão as variáveis climáticas e as principais preocupações ambientais até 2025.
Ao confirmar, mostrando a seriedade das informações apresentadas, uma coalizão de cinco áreas da Cooxupé, que envolve tecnologia, sustentabilidade e aceitação do mercado, converge para maximizar a produção de café com qualidade e responsabilidade ambiental.