Geraldo Papa
Professor e doutor do Depto. de Fitossanidade da UNESP ” Campus de Ilha Solteira/SP
Os eventos transgênicos ajudam na escolha do híbrido de milho a ser cultivado, pois facilitam o manejo e controle de insetos, no caso de híbridos com eventos Bt’s, e também o controle de plantas daninhas, no caso de milhos com eventos de tolerância ao glifosato.
Cerca de 60% dos híbridos registrados apresentam algum evento de transgenia, mas ao adotar híbridos com tecnologia de transgenia Bt é necessário que sejam plantadas áreas de refúgios, que devem ocupar 10% da área cultivada.
Vantagens do milho transgênico
Para o controle de pragas, o milho transgênico proporciona menor ataque de insetos da ordem Lepdoptera, como lagartas, e para o controle de plantas daninhas proporciona a possibilidade da aplicação de herbicida de amplo espectro de ação em toda a área plantada, sem causar injúrias no milho.
O milho transgênico facilita o manejo de produção ao controlar insetos-pragas e plantas daninhas, proporcionando ao agricultor menor número de pulverizações.
Além disso, com a inserção de genes da bactéria Bacillusthuringiensis (Bt) a própria planta produz enzimas tóxicas aos insetos da ordem Lepdoptera, proporcionando proteção contra estas pragas durante todo o ciclo da cultura.
Controle de plantas daninhas
A transgenia no controle de plantas daninhas proporciona proteção à planta contra herbicidas específicos. Assim, estes herbicidas podem ser aplicados em toda a área de plantio, inclusive sobre as plantas de milho, e apenas as plantas daninhas serão destruÃdas, mantendo as plantas com seu desenvolvimento normal e sem nenhuma injúria.
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Áreas de refúgio
A área de refúgio é o plantio de milho convencional (não transgênico) em partes da lavoura comercial. O objetivo do refúgio é diluir os genes que conferem resistência às pragas-alvo da tecnologia transgênica, para retardar o surgimento de populações resistentes que levariam à perda da eficácia do milho transgênico no controle de pragas.
Os indivíduos suscetíveis produzidos nas áreas de refúgio irão se acasalar com os indivíduos resistentes que possam ter sobrevivido nas áreas transgênicas, gerando insetos heterozigotos que também serão suscetíveis à tecnologia transgênica, assegurando a longevidade da mesma.
Para possibilitar o encontro dos indivíduos suscetíveis das áreas de refúgio com os indivíduos resistentes das áreas plantadas com a tecnologia Bt, as áreas de refúgio devem estar localizadas a uma distância máxima de 800 metros da lavoura com a tecnologia transgênica (Bt) e sejam, preferencialmente, plantadas com um híbrido de ciclo vegetativo similar.
Seguem alguns exemplos de configurações de campo com a localização das áreas de refúgio.
A adoção imediata pelos produtores de milho do uso de cultivares transgênicas (Bt) sem a implementação de áreas de refúgio levou ao rápido desenvolvimento de resistência da principal praga do milho, a lagarta-do-cartucho, às cultivares Bt, sendo necessária, na maioria dos casos, a aplicação de inseticidas químicos.