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Monitoramento do pH, da temperatura e da oxigenação da solução nutritiva

 

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Agronomia – Nutrição Mineral de Plantas

glauciogenuncio@gmail.com

Everaldo Zonta

Doutor em Agronomia – Fertilidade do Solo

Elisamara Caldeira do Nascimento

Mestre em Agronomia

Crédito Hidroponia Itapecerica
Crédito Hidroponia Itapecerica

Tomando-se como base o sistema NFT (Fluxo laminar de nutrientes), o produtor deve monitorar e corrigir, de forma eficiente, o nível da caixa, assim como a EC, o pH, a temperatura e a oxigenação do sistema.

O monitoramento e controle do pH têm relação com as reações que podem indisponibilizar micronutrientes como, por exemplo, o Fe e o Mn. Atualmente, essas reações são minimizadas com o uso de fertilizantes quelatados, com distinção de eficiente de acordo como quelato utilizado.

Cabe ressaltar que o uso de ozônio (O3), assim como do ultravioleta, afeta as propriedades do quelato, cabendo ao produtor a observação da eficiência do quelato frente ao uso dessas tecnologias supracitadas.

A solução nutritiva

A faixa ideal de pH é a de 6,0 ±0,2, assim como valores entre 6,5 a 10,0 mg L-1 (ppm) de O2 dissolvido são os recomendados para a solução nutritiva. Cuidado especial deve ser tomado em faixas acima de 10 ppm de O2 dissolvido, uma vez que também pode reduzir a estabilidade do quelato utilizado para micronutrientes.

Condições ideais

Painel de controle da solução nutritiva - Crédito Hidrogood
Painel de controle da solução nutritiva – Crédito Hidrogood

O monitoramento da temperatura e da oxigenação da solução nutritiva é de fundamental importância para o metabolismo, crescimento e desenvolvimento das plantas cultivadas em hidroponia, sendo os valores considerados ideais entre 15 e 27ºC da temperatura da solução e de oxigenação com valores supracitados.

Esses parâmetros têm correlação direta, e o aumento da temperatura diminui a solubilidade de O2 na solução. Medidas vêm sendo adotadas em ambientes que favoreçam o aquecimento da solução visando à redução de temperatura até as faixas preconizadas, tais como: o uso de torres de resfriamento, assim como o aumento da declividade da bancada, regulação da vazão da solução a no mínimo 1,5 L de solução nutritiva canal min-1, uso de telas termorrefletivas, uso de ventilação forçada e nebulização.

O monitoramento

Uma explicação da influência da temperatura sobre a absorção de nutrientes pelas plantas é a alteração da atividade de proteínas ligadas ao sistema de transporte de nutrientes nas células vegetais das raízes. Em cultivos hidropônicos, a elevação da temperatura acima de 30ºC inibe o crescimento radicular. Em geral, recomenda-se o controle da temperatura da solução em valores acima de 29ºC.

Os processos vitais do sistema radicular, como a absorção de nutrientes e manutenção do metabolismo basal (funcionamento adequado das raízes), envolvem gasto de energia produzida a partir da respiração radicular, que é diretamente dependente do O2 dissolvido na solução nutritiva.

A quantidade de O2 dissolvido na solução de nutrientes, por sua vez, depende da temperatura da solução ou das características físicas do substrato (porosidade), no caso de sistemas semi-hidropônicos.

A falta de oxigenação nas raízes prejudica a absorção de nutrientes, pela falta de energia gerada (ATP) no processo de respiração radicular, sendo a concentração adequada de O2 dissolvido considerada como adequada entre 6.5 a 10,0 ppm, como supracitado.

O manejo

O ideal, no caso do monitoramento, é a automação do sistema hidropônico, com controle das variáveis EC, pH, temperatura da solução e O2 dissolvido. A automação caracteriza-se pela verificação sistemática dos mecanismos responsáveis pelo funcionamento do sistema.

Esta verificação ou monitoramento tem por objetivo efetuar medições e, posteriormente, corrigir inadequações do sistema, sendo que a aplicação de técnicas baseadas na automação tem por finalidade a diminuição do uso de mão de obra e dos erros intrínsecos à logística desse controle.

Assim, o uso da automação tem por finalidade priorizar a redução dos custos operacionais, com consequente aumento da produtividade, associando a esses fatores supracitados com a indisponibilidade de mão de obra, uma variável cada mais onipresente na hidroponia.

Temos, nesse panorama, uma importante ferramenta para a redução de prejuízos na produção, na produtividade, além da garantia da qualidade visual e organolépticas das hortaliças hidropônicas.

O controle automatizado das variáveis nutricionais (pH, EC, temperatura e O2) torna-se um procedimento cada vez mais importante para a hidroponia, uma vez que se trata do setor internamente ligado à produção hidropônica, que mais necessita de mão de obra qualificada.

Ao analisarmos o histórico da hidroponia, constatamos que, por muitos anos, o entendimento da ciência que trata da nutrição mineral de plantas foi o principal fator limitante para o crescimento do setor. Por outro lado, com o surgimento de tecnologias específicas para a formulação de soluções, como os fertilizantes quelatados e as formulações prontas, pode-se observar uma melhoria no controle nutricional do sistema.

 
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