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Setor de floricultura crescerá cinco vezes mais do que o PIB brasileiro em 2018

85% das plantas e flores necessitam, em algum momento do seu desenvolvimento, de animais polinizadores - Crédito: Depositphotos
Crédito: Depositphotos

Mesmo com a crise, o segmento prevê um crescimento médio de 7% no país e de 10% em Holambra neste ano. Inovação, produtividade e aumento das vendas nos autosserviços – supermercados e varejões de médio e grande portes – alavancam os negócios. A Expoflora, que acontece entre 24 de agosto e 23 de setembro, é vitrine do setor e apresentará as principais novidades.

O Brasil é um dos 15 maiores produtores de flores do mundo. O avanço na produção e no consumo segue na esteira do fortalecimento do agronegócio no país. Tecnologia, aumento da produtividade, novas variedades e ampliação dos canais de venda alavancam o setor de floricultura. Neste ano, a expectativa é que o faturamento cresça entre 7% e 8%. As vendas ao consumidor final devem chegar a cerca de R$ 8 bilhões.

Estimativa do Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura – é que o avanço das vendas no setor de floricultura em 2018 seja cinco vezes maior do que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, cuja previsão é de 1,5%. O cenário poderia ser ainda melhor se a economia nacional deslanchasse, mas os números são vistos com otimismo por representantes do setor e apontam para a manutenção da trajetória positiva do segmento registrada nos últimos seis anos.

Em Holambra, que responde por 45% do mercado de flores do Brasil, a expectativa é melhor e o crescimento deve atingir 10% a 11%, em relação a 2017, dependendo do tipo de produto. A Expoflora, maior evento do setor na América Latina, será realizada no município entre os dias 24 de agosto e 23 de setembro, de sexta a domingo, das 9h às 19h.

O presidente do Ibraflor, Kees Schoenmaker, afirma que o setor vem mantendo ano a ano o aumento das vendas. “O resultado é positivo mesmo com a economia brasileira sentindo as crises econômica e política que abalam a confiança do consumidor, dos empresários e dos produtores rurais“, diz.

Schoenmaker cita que os investimentos realizados em produção e logística fortaleceram o setor de floricultura e são fundamentais para manter o segmento em alta. “O setor também investe em tecnologia e inovação. A automação no campo aumentou. Atualmente, em Holambra, cerca de 90% das produções são em estufas, o que garante a produção de quase todas as variedades de flores e plantas em qualquer época do ano. Isso representa também regularidade, qualidade e a durabilidade dos produtos“.

Ele ressalta que o setor é vibrante e olha para o futuro com confiança. “Sabemos que nos próximos dois anos a economia estará abaixo do necessário. Nesse sentido, os produtores tomaram e estão tomando medidas para a redução de custos e expandindo as produções de forma cautelosa. A nossa palavra de ordem neste momento é inovação“, reforça Schoenmaker.

Comportamento

Assim como outros setores da economia, a floricultura também sentiu a crise, mas em menor escala. De acordo com o Ibraflor, os consumidores da classe A mantiveram o volume de compras de flores e plantas. A classe B continua comprando, embora o ritmo de consumo seja menor que em anos anteriores. A classe C compra menos vezes e prefere vasos menores. E a classe D, por sua vez, passou a consumir os produtos apenas em datas especiais.

A greve dos caminhoneiros representou um baque para o setor que estava indo bem – até que os 15 dias de paralisação mudaram o cenário. Por se tratar de produto perecível, as cargas foram perdidas, deixando os atacadistas descapitalizados. Isso abalou a confiança.

“Após a greve, as flores de corte – diante da queda de vendas para o setor de decoração – foram as que mais sofreram. Os preços caíram 30% em relação ao ano passado. As flores e plantas de vaso seguraram o mercado, que só agora começa a dar sinais de normalização“, explica.

Autosserviço

As vendas de flores e plantas ornamentais em supermercados, varejões e home centers se transformaram em um importante canal de vendas. Grandes varejistas criaram áreas específicas nas lojas para a comercialização de flores, plantas e artigos relacionados à jardinagem.

Este ano, foi registrado um aumento de 17% na compra de flores e plantas ornamentais pelas redes nacionais de supermercados e de 30% nas aquisições das redes regionais em relação ao ano passado. Nos últimos anos, os autosserviços se transformaram em um canal relevante na venda de flores em vasos. Com o avanço do mercado, a grande oportunidade agora é apostar na comercialização das flores de corte.

Campeãs

As espécies de flores mais cultivadas no Brasil no segmento de corte são rosas, alstroemerias, gypsofilas, ásteres, lírios e lisianthus. No caso das plantas em vasos, os destaques são as orquídeas (principalmente a phalenopsis), kalanchoes, crisântemos e antúrios. As plantas ornamentais têm registrado um importante aumento nas vendas.

Conforme as informações do Ibraflor, o estado de São Paulo é o maior produtor de flores e plantas ornamentais do país.

Número de produtores Cerca de 8.250 produtores
Área cultivada Cerca de 15 mil hectares
Tamanho médio das propriedades 1,8 hectare
Espécies produzidas Mais de 350 espécies
Número de variedades Mais de 3 mil variedades
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