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Produtos inovadores reduzem perdas de nitrogênio

João Chrisóstomo Pedroso Neto

Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e pesquisador da Epamig Sul, Lavras (MG)

chrisostomo@epamig.br

Crédito Epamig

A produção dos fertilizantes nitrogenados, tais como ureia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, MAP, DAP, dentre outros, baseia-se no uso da amônia como matéria-prima. Esta, por sua vez, é obtida do gás inerte N2, que forma 78% da atmosfera, sendo, portanto, uma fonte inesgotável deste nutriente, o que o difere do fósforo e do potássio, que são produzidos a partir de recursos minerais finitos, mais precisamente a apatita e a silvinita, respectivamente (Malavolta, 1989).

Entretanto, a outra matéria-prima para a produção dos fertilizantes nitrogenados minerais, o hidrogênio, é obtido de fontes finitas renováveis ou não. Dentre as fontes renováveis destacam-se a biomassa, o etanol e a eletricidade. Já as fontes não renováveis são representadas pelo petróleo, pelo gás natural e pelo carvão mineral.

 

Demanda x consumo

Crédito Epamig

Em termos mundiais, a China é responsável pela produção de quase um terço da amônia produzida, seguindo-se a Índia, a Rússia e os Estados Unidos. O Brasil produz pouco mais de um milhão de toneladas de amônia, o que lhe confere um tímido vigésimo segundo lugar no mundo, e nos obriga a ser um grande importador desta importante matéria-prima, uma vez que consumimos aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de nitrogênio por ano.

Dentre as principais características físico-químicas dos fertilizantes nitrogenados destacam-se a higroscopicidade, a salinização, a acidificação, a solubilidade em água e a volatilização. A higroscopicidade evidencia a avidez que o fertilizante apresenta em absorver água da atmosfera quando a umidade relativa do ar encontra-se alta, o que traz como consequência a “mela“ do adubo, e dificulta a aplicação.

Outra consequência da higroscopicidade é a possibilidade de causar “queima“ da planta quando em contato com o adubo. Também, deve-se considerar que os fertilizantes nitrogenados são definidos como sais e, quando utilizados em excesso, podem causar a salinização do solo, com efeitos prejudiciais para as plantas, tais como intoxicação pelo acúmulo de sais nas células e diminuição da disponibilidade de água do solo.

 

Solos ácidos

 

A acidificação do solo ocorre, dentre outros fatores, pela adição de adubos nitrogenados amoniacais ao solo, como, por exemplo, o sulfato de amônio, que após dissociar sofre nitrificação, com consequente liberação de íons de hidrogênio, que promovem a acidificação do solo.

Outra característica de qualidade fundamental nos fertilizantes é a solubilidade em água. Cada produto tem um índice de solubilidade: os fosfatos naturais e o calcário, por exemplo, têm baixa solubilidade em água. Desta forma, recomenda-se utilizá-los numa granulometria bastante fina, o que favorece o aproveitamento dos mesmos pelas plantas.

Os fertilizantes nitrogenados minerais, por outro lado, apresentam elevada solubilidade em água. Apesar de ser uma característica desejável nos adubos, o excesso de solubilidade pode levar a perdas significativas, principalmente pela volatilização e lixiviação.

Sendo assim, há a necessidade de ser feito um controle na solubilização, para que o nutriente seja liberado para as plantas de uma forma lenta e gradual, satisfazendo as mesmas num maior período de tempo possível.

Este controle pode ser feito pela adoção das melhores práticas de manejo (MPMs) do fertilizante e utilização de fertilizantes de liberação lenta e controlada. Isto permite não só uma maior eficiência das adubações, com maior retorno econômico, mas também auxilia nas questões ambientais, minimizando a emissão de gases de efeito estufa (GEEs).

As MPMs correspondem às práticas comprovadas pelas pesquisas e implementadas pelos produtores que proporcionam ótimo potencial de produção, aumento na eficiência de utilização destes produtos e proteção ambiental. Neste caso, o enfoque visa o uso do produto correto, na dose correta, na época adequada e no local adequado.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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