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As novidades no melhoramento da cebola

Autores

Maria Beatriz Pereira da Silva
Engenheira agrônoma e mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
maria.silva12@posgrad.ufla.br
João Pedro Gomes Pagan
pagan_jp@agronomia.ufla.br
Pedro Luis Benelli Balducci
pedrobalducci@agronomia.ufla.br
Graduandos em Agronomia – UFLA e membros do Núcleo de Estudos em Genética e Melhoramento de Plantas (GEN)
Gabriela Ribeiro Gontijo
Graduanda em Agronomia – UFLA e coordenadora acadêmica do GEN
gabriela.gontijo@agronomia.ufla.br

A produção de cebola no Brasil é realizada nas regiões sul (50,0%), sudeste (21,6%), nordeste (24,5%) e centro-oeste (3,8%). As diferenças regionais relacionadas às cultivares, área plantada, produtividade e uso de tecnologias de produção são consideráveis.

Essas diferenças se devem, principalmente, à variação nas condições de clima e solo das regiões produtoras e por ser a cebolicultura brasileira realizada predominantemente em propriedades pequenas, em exploração de caráter familiar, principalmente no Sul e Nordeste.

Opções

O mercado de híbridos no cenário brasileiro é representado pelas variedades Gladalan e Granex, que apresentam características genéticas superiores às variedades de polinização livre, tais como: maior produtividade, uniformidade de bulbificação, precocidade de maturação, tolerância a maiores densidades de plantio, dentre outras.

Entretanto, a cebolicultura brasileira ainda é fundamentada em materiais de polinização livre, sendo dominada por seleções do tipo Crioula e Baia Periforme.  As cultivares do tipo Crioula apresentam bulbos de coloração marrom, boa aceitação no mercado e, sobretudo, boa conservação pós-colheita.  Sendo essas adaptadas à região Sul do País, este tipo de material proporcionou o sucesso da cebolicultura em Santa Catarina.

No Rio Grande do Sul, na região próxima à Lagoa dos Patos, nos municípios de Rio Grande, Tavares e Mostardas, está localizado um polo de produção de cebola. A região produz sementes de cebola do tipo Baia e o cultivo destas já é algo tradicional entre os produtores.

As regiões de São José do Rio Pardo e de Monte Alto se destacam na produção de cebolas em São Paulo, tendo à frente as cultivares: Mercedes, Granex, Superex, Baia Periforme e Alfa Tropical, da Embrapa.

 No Nordeste, a cebolicultura se desenvolveu na região do Vale do São Francisco, principalmente nos Estados da Bahia e Pernambuco. Na Bahia os municípios que concentram a produção são Juazeiro, Sento Sé, Casa Nova, Curaçá, Ibicoara, João Dourado e Sobradinho.

Já no Estado de Pernambuco a produção se concentra nos municípios de Belém de São Francisco, Cabrobó, Floresta, Itacuruba, Lagoa Grande, entre outros. Os materiais mais utilizados para cultivo nestas regiões são as cebolas precoces Alfa Tropical e as IPAs.

Novidades

No Brasil, a maioria dos produtores de cebola pertence à agricultura familiar, porém, hoje nota-se um crescente interesse por grandes produtores e grandes empresas no cultivo da hortaliça.

Visando isso, as novidades do mercado são os híbridos, que em sua maioria exigem um maior investimento do produtor em tecnologia e manejo, porém, apresentam um grande potencial produtivo. Contudo, também existem novidades em materiais de polinização cruzada, ainda os mais utilizados atualmente pelos produtores.

Mercado

O mercado interno da cebola oscila com períodos de escassez e de excesso de produto. Esse fato, juntamente com o consumo dessa hortaliça diariamente, criam a necessidade de produção durante todos os períodos do ano, de maior durabilidade pós-colheita e sempre visando a boa palatabilidade.

As cebolas híbridas chegam ao mercado para reduzir essa oscilação, pois existem híbridos adaptados para as diversas regiões produtoras, os quais podem ser considerados precoces e hiper-precoces, produzindo assim durante o ano todo e que atendem as necessidades exigidas.

Todas essas informações mostram que a introdução das cebolas híbridas no mercado tem sido aceita pelo consumidor. Os produtores, quando compram sementes de cebolas híbridas adaptadas ao local de produção, investem até três vezes mais, porém, almejam altas produtividades, pagando o investimento realizado em tecnologia.

Custo

Dentre os novos materiais disponíveis ao produtor, as cultivares híbridas apresentam um maior custo de produção, principalmente devido ao alto custo da semente, cerca de três vezes maior em relação às cultivares de polinização cruzada.

Atrelado a isso, o manejo das cultivares híbridas acaba tendo um custo mais elevado pelo fato de que estas cultivares precisam de condições mais adequadas para atingirem o seu potencial produtivo, enquanto as cultivares crioulas não são tão exigentes em relação ao manejo. 

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