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Análise do solo – A base da agricultura

Autores

Wedisson Oliveira Santos
Professor de Adubos e Adubação, Fertilidade e Química do Solo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG)
wedisson.santos@ufu.br
José Geraldo Mageste da Silva
Professor de Gênese e Fertilidade do Solo, e Aptidão agroflorestal da UFU/ICIAG
jgmageste2@gmail.com
Carolina Santos Benjamin
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
carolinabenjamin_1@hotmail.com

A utilização de doses adequadas de fertilizantes e corretivos é essencial para a obtenção de produtividades compensatórias economicamente para o produtor. Doses em excesso, além de representarem gastos desnecessários, podem causar fitotoxidez ou desequilíbrios nutricionais.

Por outro lado, o uso recorrente de subdoses de fertilizantes implicará em baixas produtividades, podendo levar a esgotamentos de nutriente no solo. Neste sentido, há necessidade de avaliar corretamente a fertilidade atual do solo. Assim, a avaliação da fertilidade, em suma, envolve procedimentos de amostragem de solo, métodos de análises químicas e técnicas de diagnósticos e interpretação dos resultados analíticos.

Análise de solo

A análise química do solo para fins de fertilidade justifica-se pela necessidade de se conhecer a disponibilidade de nutrientes (teores disponíveis) e de elementos químicos potencialmente tóxicos (como o Al3+), antes da implantação dos cultivos, como também ao longo do ciclo de cultivos perenes. Portanto, a análise química do solo é “ferramenta” essencial para o correto diagnóstico da fertilidade do solo e, consequente, para a racional recomendação de corretivos e fertilizantes para as mais diversas culturas agrícolas ou florestais.

Benefícios

Uma vez conhecidos os indicadores de fertilidade por meio da análise química do solo, comparam-se os resultados com tabelas, previamente calibradas, disponíveis nos manuais de recomendação de adubação e calagem para as diferentes regiões.

Assim, é possível fazer o correto diagnóstico da disponibilidade de nutrientes e presença de elementos tóxicos, dando suporte à definição de doses de corretivos e fertilizantes para as diferentes culturas. Percebe-se, portanto, que o benefício da análise química do solo está relacionado ao uso de doses adequadas e equilibradas de nutrientes para os cultivos, objetivando a obtenção de produtividades de máxima eficiência econômica.

Culturas beneficiadas

 A análise química do solo é essencial para o diagnóstico da fertilidade e recomendação de corretivos e fertilizantes para todas as culturas, nas quais estudos de correlação/calibração foram realizados, incluindo pesquisas adicionais com resposta dos cultivos à adição de nutrientes no solo, o que permitiu a geração de tabelas de recomendação.

Estas tabelas estão disponíveis nos manuais técnicos ou nas chamadas “aproximações” para as diferentes regiões brasileiras, ex: o Boletim Técnico 100 (SP), 5ª Aproximação (MG) e os Manuais de Adubação e Calagem (PR, SC e RS).

Manejo

A análise química do solo deve ser idealmente realizada em laboratórios certificados por algum programa de controle de qualidade, como o Profert (MG), IAC (SP), CELA (PR) e Embrapa.

Compete ao produtor fazer corretamente a amostragem de solo para encaminhar aos laboratórios. Esta é a mais importante etapa para o correto diagnóstico da fertilidade do solo, pois equívocos cometidos nesta fase não são reparáveis em etapas posteriores.

Portanto, o conhecimento sobre como separar as glebas de amostragem, número de amostras simples, época e recorrência de coleta, profundidade de coleta, equipamentos de coleta e armazenamento da amostra, produção de amostra composta, identificação e envio ao laboratório, é essencial para a obtenção de amostras de solo representativas das glebas amostrais.

Estas informações podem ser obtidas diretamente nos manuais locais de recomendação de corretivos e fertilizantes ou em sites especializados (http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/LabSolos/amostragem). Recomenda-se sempre procurar um profissional qualificado (engenheiro agrônomos, florestais, etc.,) para orientar corretamente a coleta das amostras.

Investimento

O custo de uma análise química do solo é variável com a quantidade de parâmetros analisados e laboratório. Uma análise completa (macro e micronutrientes, matéria orgânica, SB, V, m, t, H+Al e Al3+), em geral, varia entre R$ 40,00 a R$ 80,00 na região sudeste do Brasil.

A razão custo/benefício da análise química do solo é ínfima, considerando a sua importância para a recomendação racional de corretivos e fertilizantes. Para culturas de baixo valor agregado, como grãos, dependendo do tamanho da área amostral (gleba de amostragem), dificilmente o custo com a análise química do solo alcança 0,5% do custo total de produção.

Não obstante, recomendações de adubação equivocadas podem levar à expressiva supressão de produtividade ou gastos desnecessários, que têm valores muito mais expressivos.

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