Os nematoides são um dos principais inimigos da sojicultura. Das mais de 100 espécies encontradas nas lavouras de soja em todo o mundo, quatro têm alta infestação nos cultivos brasileiros. Essas têm causado muita preocupação para os produtores rurais e ocasionado perdas de produtividade.
Pesquisas sobre causas, ocorrências e sintomas dos nematoides têm ajudado a classe produtora a enfrentar esse desafio. Especialistas no assunto dizem que os principais nematoides que têm infestado as lavouras das regiões sojícolas no Brasil são os de galhas, o de cisto, os das lesões radiculares e o reniforme.
“Algumas espécies, como o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines), são mais problemáticas em Mato Grosso, enquanto outras, como, os das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) estão amplamente disseminadas nas áreas de soja do País e têm causado perdas consideráveis à produção”, diz Andressa Cristina Machado, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Condições
De acordo com a pesquisadora, a região central do Brasil tem condições muito favoráveis de clima, de solo e de matérias orgânicas para a ocorrência dos nematoides. A monocultura de soja na primeira safra e do milho na segunda safra, muito recorrente nessa região, também contribui para a infestação desses vermes.
Há nematoides que são comuns em ambas culturas. Como eles se alimentam das plantas, há facilidade de multiplicação dos nematoides quando eles não são controlados na safra e na entressafra.
Rosangela Silva, pesquisadora da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, alerta que não há uma única ferramenta para o controle dos nematoides. “A integração do manejo genético, do cultural, do químico e do biológico é que poderão minimizar a incidência dos nematoides nas lavouras”.
Adotar essas medidas exige do produtor e equipe planejar com eficácia e com eficiência as próximas safras de soja. Junto a isso, ‘gastar’ energia com monitoramento constante da lavoura. “É preciso ficar atento que produtividades altas não significam que não está havendo perdas da produção. A rotação de culturas e os sistemas de produção integrados é que pode levar o produtor a ter cada vez mais sustentabilidade e rentabilidade da sua atividade”, destaca Tania de Fátima Silveira dos Santos, nematologista da Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso (Aprosmat).