Estima-se que as frutas vermelhas ocupam uma área de aproximadamente 4.200 hectares quando se considera a produção nacional dessas frutas. O morango, por sua popularidade, acaba sendo o protagonista, seguido da amora-preta e do mirtilo.
Por serem plantas de clima temperado e assim exigentes em temperaturas baixas, a produção dessas frutas tendem a concentrar-se em regiões cujo clima seja favorável ao seu desenvolvimento e frutificação. Atualmente, os principais produtores de frutas vermelhas são Rio Grande do Sul, São Paulo, região sul do Estado de Minas Gerais, entre outros.
As frutas vermelhas vêm atraindo cada vez mais produtores por causa de sua rentabilidade. Dependendo da cultura, a produtividade média pode chegar a 60 toneladas por hectare, como é o caso do morango, enquanto a framboesa e o mirtilo podem atingir produtividade média de cinco e nove toneladas por hectare, respectivamente.
Além disso, as frutas vermelhas são altamente apreciadas devido às suas propriedades nutracêuticas. Ainda, quando processadas originam geleias, sorvetes, doces, entre diversos outros segmentos industriais, como cosméticos e usos farmacêuticos.
O tempo de retorno do investimento feito na implantação e produção de frutas vermelhas pode variar de oito meses a 2,5 anos. No caso do morango, o tempo de retorno do investimento gira em torno de oito meses a partir do plantio, quando manejado adequadamente.
Já para o mirtilo e a framboesa esse tempo se estende para dois anos, por isso a implantação do pomar deve ser bem planejada, para não haver percalços nesse período.
Cultivo orgânico de frutas vermelhas
Embora as frutas vermelhas já tenham um alto valor de mercado, as frutas produzidas em sistema orgânico acabam se tornando ainda mais caras. Apesar dos altos valores praticados na comercialização, os desafios no campo são grandes, segundo levantamento feito pelo SEBRAE com produtores de orgânicos em geral. Os altos preços, a falta de regularidade na produção e a falta de informação são os principais problemas enfrentados pelos produtores que optam pelo manejo orgânico.
De forma generalizada, as diferenças entre o manejo convencional e o orgânico estão na utilização de produtos químicos para adubação e controle de doenças e pragas. Como ainda não há produtos registrados para o controle de pragas e doenças das culturas que compõem as chamadas frutas vermelhas, em muitos casos os produtores convencionais acabam optando por produtos utilizados na agricultura orgânica como medida contra esses estresses, a exemplo da calda bordalesa para doenças fúngicas.
Autoria:
Ivan Marcos Rangel Junior – juniorrangel2@hotmail.com
Altino Junior Mendes Oliveira – altinojrmendes@gmail.com
Engenheiros agrônomos e doutorandos em Agronomia/Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Filipe Almendagna Rodrigues – Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia/Fitotecnia – filipealmendagna@yahoo.com.br