Depois de frustrações nas últimas safras de verão e de
inverno, FecoAgro/RS projeta que grão poderá dar alento ao produtor
Com o plantio finalizado no Rio Grande do Sul, a cultura da soja pode trazer
alento aos produtores nesta safra. Depois da quebra do ano anterior, aliada aos
prejuízos causados no inverno para a cultura do trigo, a expectativa da
Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul
(FecoAgro/RS) é que este período seja de normalidade e que o produtor possa
usufruir dos preços remuneradores do grão.
Conforme o presidente da entidade, Paulo Pires, até o momento a cultura vem em
bom desenvolvimento, com um leve aumento de área de acordo com os levantamentos
dos institutos que fazem estes acompanhamentos. “Mesmo que pequeno, temos
uma grande representatividade, pois 2% são pelo menos 120 mil hectares, com
mais de 6 milhões de hectares plantados. Temos a cultura praticamente plantada,
se tivermos alguma coisa é a safrinha na região das Missões e Alto Uruguai, em
regiões com uso de pivô. O plantio foi feito dentro do zoneamento climático e
isso gerou a expectativa de uma safra normal”, observa.
Para o presidente da FecoAgro/RS, é fundamental que esta safra seja de
normalidade, pois no período anterior a quebra foi de 47% segundo dados da Rede
Técnica Cooperativa. Pires reforça também a queda na cultura do trigo, que
vinha com uma perspectiva de recuperação, mas uma geada na segunda quinzena de
agosto de 2020 seguida da seca no momento seguinte trouxe perdas de 30% no
cereal no Rio Grande do Sul, sendo que as cooperativas tiveram redução de 16%
de recebimento na cultura.
Além disso, a mesma seca que prejudicou o trigo também frustrou a safra de
milho com grandes problemas em seu início. Dados da RTC mostram que pelo menos
37% da safra foi perdida. “Foi uma perda de forma distinta. Tivemos muitas
perdas totais em regiões mais quentes como as Missões e Santa Rosa e outras
regiões mais frias que deveremos ter uma safra até normal. Com uma colheita
prevista de 3,5 milhões de toneladas e com consumo de 7 milhões, temos um
déficit que precisaremos trazer de algum lugar para alimentar a produção
integrada do Rio Grande do Sul”, destaca.
A expectativa, para o dirigente, está agora no potencial produtivo da soja que
vem se demonstrando satisfatório. “Temos regiões com potenciais enormes,
bem diferente do ano passado. Tomara que os produtores e as cooperativas tenham
uma safra normal e consigamos comercializar nestes preços especiais que o
mercado está pagando hoje”, complementa.
Foto: Paulo Pires/Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective