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Mariangela Hungria é uma das 100 Mulheres Poderosas do Agro

Pesquisadores da Embrapa Soja Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira

A pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, está na lista das “100 Mulheres Poderosas do Agro”, divulgada pela revista Forbes, no Dia Internacional da Mulher Rural, que se comemora em15 de outubro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1995, com o intuito de elevar a consciência mundial sobre a importância da figura feminina como protagonista nas mudanças econômicas, sociais, ambientais e políticas. “Estou muito honrada por estar com essas 99 mulheres maravilhosas e poderosas: trabalhando para uma agricultura melhor e mais sustentável. Esse é o olhar feminino da mulher na agricultura que é muito além de só produzir”, ressalta a pesquisadora. Confira aqui quem são as poderosas na produção de alimentos, pesquisa, empresas, foodtechs, consultorias, instituições financeiras, política, entidades, grupo e influenciadoras digitais.

Mariangela conduz pesquisas voltadas para o desenvolvimento de inoculantes à base de bactérias que substituem os fertilizantes nitrogenados e possibilitam uma agricultura mais sustentável. Ela é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias de inoculação e co-inoculação da soja, o que tem promovido grandes saltos de produtividade no campo. A pesquisadora explica que, somente em 2019, a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) trouxe uma economia de 14 bilhões de dólares ao Brasil. Isso porque para produzir 1 tonelada de soja são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio. Esse nutriente é o mais requerido pela cultura e pode ser obtido gratuitamente na natureza, por meio de algumas bactérias do gênero Bradyrhizobium (risóbios). De acordo com a pesquisadora, essas bactérias são capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo em fertilizante para as plantas. A fixação biológica do nitrogênio dispensa a utilização de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja; produtos que além de aumentar os custos de produção, podem ser prejudiciais ao ambiente.

Além dos trabalhos com rizóbios em soja, Mariangela também já coordenou pesquisas que culminaram com o lançamento outras tecnologias: autorização/recomendação de bactérias (rizóbios) para a cultura do feijoeiro, Azospirillum para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias e coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro e melhoria das pastagens. “Em um curto espaço de seis anos, a coinoculação da soja já é adotada em 25% de toda a área cultivada com soja no Brasil, mostrando a importância da tecnologia”, destaca Mariangela. A pesquisadora trabalha com várias parcerias privadas no desenvolvimento de novos inoculantes já registrados e comercializados. 

Reconhecimento – Em novembro de 2020, Mariangela Hungria foi classificada entre os 100 mil cientistas mais influentes no mundo, de acordo com estudo da Universidade de Stanford (EUA). O estudo, entitulado “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, foi realizado a partir de um banco de dados mundial com sete milhões de cientistas e publicado no prestigioso periódico PLOS Biology. No estudo foram usadas as citações da base de dados Scopus, que atualiza a posição dos cientistas em dois rankings: 1) o impacto do pesquisador ao longo da carreira e; 2) o impacto do pesquisador em 2019.

Currículo – Mariangela possui graduação em Engenharia Agronômica (USP-ESALQ), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas (USP–ESALQ), doutorado em Ciência do Solo (UFRRJ) e pós-doutorado em três universidades: Cornell University, University of California-Davis e Universidade de Sevilla. Mariangela é comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, é pesquisadora da Embrapa desde 1982 e está lotada na Embrapa Soja, desde 1991. É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina e no curso de Bioinformática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

A pesquisadora foi representante da área ambiental e do solo da Sociedade Brasileira de Microbiologia por 20 anos, foi a primeira presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e atuou como vice-presidente e presidente da RELARE (Reunião da Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola), que reúne representantes da pesquisa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do setor privado.  Também faz parte do comitê coordenador do projeto N2Africa, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África, além de projetos com praticamente todos os países da América do Sul e Caribe, além de países da Europa, Austrália, EUA e Canadá.

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