O ano de 2021 foi
marcado por uma safra positiva de arroz no Rio Grande do Sul, com uma
produtividade de 9 mil quilos por hectare, o que trouxe tranquilidade ao
mercado em relação ao abastecimento. Os altos custos de produção, no entanto,
ainda são uma grande preocupação do setor arrozeiro que vem buscando
alternativas junto ao governo Federal. Para 2022, a Federação das Associações
de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) continua defendendo o aumento
na área de soja e sua intensificação, assim como o entendimento de que a
exportação é um verdadeiro investimento.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, destaca que a venda externa é
fundamental para regular melhor o mercado, trazendo uma referência de preço e
fazendo com que a indústria tenha uma posição mais firme com relação ao varejo.
Ressalta que com a quebra da safra norte-americana em torno de 15%, aliada a um
dólar acima de R$ 5,50 e a um preço da saca nos Estados Unidos a 15 dólares, o
produto brasileiro consegue competir e entrar no México, por exemplo, que
importa de 800 mil a 1 milhão de toneladas por ano de arroz. “Teremos uma boa
oportunidade no primeiro semestre do próximo ano de voltar a exportar um volume
considerável, tirarmos o excedente do mercado interno e, consequentemente,
termos um preço de referência melhor aos produtores”, estima.
Na questão dos custos de produção, Velho observa que a atualização por parte do
Instituto Riograndense do Arroz (Irga) é necessária, porém, é somente uma
referência. Defende que os próprios produtores saibam os seus custos, pois são
realidades diferentes. “Precisamos ter cada vez mais uma gestão eficiente do
negócio. As áreas de arroz precisam ter excelente produtividade para enfrentar
este custo de produção muito alto. E para alcançarmos essa produtividade,
necessariamente temos que ter rotação de cultura com a soja e a pecuária”,
aconselha.
Conforme Velho, a Federarroz trabalha em busca de sustentabilidade para o arroz
e respeito ao produtor que se mantém na atividade. “Nós, que somos
protagonistas da produção nacional, precisamos ter um olhar diferenciado por
parte do governo Federal em relação a tudo que influencia esta cadeia
responsável pela segurança alimentar brasileira no que se refere ao arroz”,
conclui.