19.1 C
Uberlândia
segunda-feira, novembro 25, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesAumentar a oferta de potássio brasileiro é a melhor forma para reduzir...

Aumentar a oferta de potássio brasileiro é a melhor forma para reduzir os preços

Lavoura – Crédito: Shutterstock

O Brasil é um gigante do agro mundial, e cada vez mais os agricultores entendem que a opção pelo potássio nacional fortalece o setor e é uma forma de diminuir os preços

O preço médio dos principais fertilizantes utilizados na agricultura brasileira triplicou no ano de 2021, atingindo um patamar que não era visto desde 2008. Isso inclui o Cloreto de Potássio (KCl), fonte de potássio mais utilizada no Brasil. É o que informa um relatório da StoneX, empresa de inteligência de mercado.

Outro relatório, o ACERTO Weekly Fertilizer Report Brazil, mostra que o valor da tonelada de Cloreto de Potássio no porto (CFR) passou de R$ 1317,00 (na cotação do dia 01 de janeiro de 2021) para R$ 4.204,20 (na cotação do dia 28 de janeiro de 2022).

O preço do potássio teve um grande salto no Brasil e nos Estados Unidos em 2021, na imagem os preços do Brasil estão representados pela linha amarela (Fonte: World Bank)

A razão para essa escalada dos preços do potássio no Brasil tem sua raiz na dependência externa do país desse importante insumo agrícola e nas diversas turbulências que vêm desestabilizando o mercado internacional de fertilizantes.

As mais recentes são a crescente tensão entre a Rússia e a Ucrânia, que vêm desencadeando ameaças de sanções econômicas à Rússia, por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, e as novas sanções à Bielorrússia anunciadas pelos EUA no final de 2021.   

A crise entre Rússia e a Ucrânia pode desestabilizar ainda mais o mercado

No último dia 25 de janeiro, de acordo com a agência de notícias AFP, um funcionário da Casa Branca que não quis se identificar afirmou que as restrições do governo estadunidense serão pesadas caso a nação russa cumpra sua ameaça de invasão do território ucraniano: “Esta não é mais uma resposta gradual. Desta vez vamos começar no topo da escala (de sanções) e ficar lá”.

No final do ano passado, líderes da União Europeia também sinalizaram a possibilidade de impor punições econômicas à Rússia caso haja de fato uma invasão. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou:

“Que não haja dúvida: se a Rússia investir contra a Ucrânia, a UE estará numa posição para adotar sanções que poderiam ter um custo maciço”.

Além disso a Rússia também é um grande fornecedor de gás natural para a Europa e o conflito pode aumentar o preço e até mesmo ocasionar a falta desse combustível, o que teria repercussão nas indústrias produtoras de fertilizantes e desestabilizar ainda mais o mercado.

Esse clima de tensão tem um impacto sobre o mercado internacional de fertilizantes, em especial de potássio, haja visto que a Rússia é um dos grandes players desse mercado. A Bielorrússia, um dos maiores produtores e exportadores de potássio do mundo é uma aliada da nação russa nesse conflito.

A ampliação das sanções à Bielorrússia

O país do leste europeu tem enfrentado uma série de crises provocadas pelas ações do atual presidente, Aleksandr Lukashenko, que intensificaram a crise migratória na fronteira com a Polônia.

A resposta dos Estados Unidos foi a ampliação de sanções que afetam a BPC, a empresa estatal de exploração de potássio bielorrussa. Essas sanções devem começar a ser aplicadas em abril de 2022, tensionando ainda mais o mercado de potássio.

Para o diretor de Fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello “é uma situação séria. Há risco concreto de desabastecimento, se a sanção realmente interromper o fluxo bielorrusso de exportação, porque o volume é muito grande. Cerca de 20% do cloreto de potássio (KCl) importado do Brasil vem da Bielorrússia e importamos 98% do KCl consumido”, analisou Mello.

A fragilidade do mercado brasileiro em relação ao potássio

Os acontecimentos recentes expõem a fragilidade do agronegócio brasileiro em relação aos fertilizantes, com destaque para o potássio.

Atualmente, o Brasil importa 98% do Cloreto de Potássio consumido na atividade agrícola de países como o Canadá, a Bielorrússia, a China e a Rússia.

Em 2021, diversos outros acontecimentos envolvendo esses players se encadearam para formar uma tempestade perfeita que resultou na escalada dos preços dos fertilizantes e que deverão ter ainda impactos nos preços de 2022.

No Canadá, por exemplo, duas importantes plantas de produção de potássio anunciaram um fechamento repentino, o que também desestabilizou o mercado e reduziu ainda mais as opções de importação brasileiras, restando a China e a Rússia.

Na Rússia, além da questão com a Ucrânia que pode ameaçar o fornecimento de potássio para outros países, há a tendência da própria nação russa de limitar as exportações de fertilizantes. Cenário semelhante se projeta na China, que passa por uma crise energética e tem optado por fortalecer o mercado interno.

Os impactos de todas essas turbulências já estão se refletindo, por exemplo, nas relações de troca de culturas importantes para o agronegócio brasileiro, como a soja, o milho e o algodão. Entretanto, o Brasil tem potencial para se tornar mais autossuficiente quando se fala de potássio.

É preciso fortalecer o mercado nacional de potássio

Diante da escalada de preços dos fertilizantes potássicos, que se deve à fragilidade do mercado nacional de potássio, o fortalecimento desse setor é um imperativo para o robustecimento do agronegócio brasileiro.

Para isso, as pesquisas têm apontado novas fontes e novas tecnologias que podem reduzir o uso de fertilizantes de potássio importados, alinhando o potássio nacional ao novo paradigma da agricultura.

O trabalho que vem sendo desenvolvido pela empresa Verde Agritech é um exemplo desses esforços. Conhecido como Pai da Agricultura Tropical e um dos nomes mais importantes do agronegócio brasileiro, o Dr. Alysson Paolinelli faz parte da diretoria da Verde Agritech e fala sobre a importância de se buscar alternativas ao potássio importado: 

“Usamos há muitos anos o Cloreto de Potássio, sem buscar novas alternativas. Temos o nosso potássio aqui e ele vai proporcionar muitos benefícios para o solo.”

Foto: Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura

No município de São Gotardo, em Minas Gerais, a Verde Agritech opera a primeira mina de potássio brasileira em mais de três décadas. Essa é a maior mina de potássio do Brasil, tendo capacidade para suprir 50% da demanda de potássio nacional pelos próximos 66 anos.

Utilizando tecnologias de alta performance, aliadas à natureza, iniciativas como a da Verde Agritech são chave para evitar as consequências que a falta de potássio traria para a economia e sociedade do país.

O Dr. Alysson Paolinelli fala sobre a sua contribuição para que a Verde Agritech  caminhe rumo ao objetivo de fortalecer a agricultura brasileira:

“Não há razão para que o Brasil continue a importar essa quantidade de fertilizante para o nosso solo. O Brasil tem reservas. Pude, lá dentro do conselho, ajudar para que a empresa tomasse esse rumo e mostrei exatamente aos seus dirigentes quais são as possibilidades brasileiras do uso de produtos naturais, como é o caso do que a Verde Agritech oferece.”

O Brasil é um gigante do agro, mas pode ser ainda maior

Agricultores de sucesso no Brasil também estão apostando no potássio nacional. É o caso de Laercio Dalla Vecchia, Campeão Nacional de Produtividade do CESB em 2020 e que utiliza o K Forte®, um dos fertilizantes produzidos pela Verde Agritech. Laercio comenta sobre a importância de utilizar o potássio brasileiro e que beneficie o solo:

“Nós temos em nosso solo milhões de seres vivos trabalhando ao nosso favor. Então, cabe a nós cuidar deles, preservar eles. Se a natureza trabalha ao nosso favor, não tem porque nós irmos contra. E, além do mais, a maioria, ou total, do nosso Cloreto de Potássio vem de longe. E o K Forte® é um produto inteiramente nacional, produzido aqui no Brasil e com vários benefícios. Então é super bom!”

Reduzir a dependência externa em tempos de incertezas e instabilidades que elevam os custos e procurar soluções que beneficiem o solo, potencializando ainda mais a agricultura brasileira, é valorizar e fortalecer o agronegócio do Brasil, tornando-o ainda mais gigante no cenário mundial. 

ARTIGOS RELACIONADOS

Performance produtiva da pecuária envolve nutrição animal

Maior produtora de fosfato bicálcico da América Latina, Mosaic Fertilizantes oferta ingrediente mineral de alta qualidade e pureza para a produção de rações em Goiás

Anda promove 11º Congresso Brasileiro de Fertilizantes

São Paulo recebe o maior evento do setor de adubos, um dos principais insumos do agronegócio, para debater mercado, práticas de ESG e uso de inovação no campo

Abóboras e abobrinhas dão o que falar

A abobrinha apresenta-se no cenário brasileiro como uma das dez principais cucurbitáceas de maior valor econômico, sendo também considerada uma fonte alternativa de produção para os agricultores, já que nas regiões norte, nordeste e em grande parte das regiões sudeste e centro-oeste pode ser cultivada em qualquer época do ano.

Como alcançar alta produtividade agrícola

Lavouras de alta produtividade devem ter como base o perfil de solo bem corrigido em termos ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!