Luiz Gabriel Gandaio Nogueira – Graduando em Agronomia, Centro Universitário de Ourinhos (Unifio)
Adenilson Adão Sponchiado – Técnico em Agropecuária, graduado em Ciências Biológicas e em Agronomia – Unifio – adenilsonsponchiado08@gmail.com
Ana Caroline Scoparo – Produtora rural e graduanda em Agronomia – Unifio – kahscoparo@gmail.com
Adilson Pimentel Júnior – Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e professor – Unifio – adilson_pimentel@outlook.com
Na busca constante pelo aumento de produtividade para suprir a demanda mundial na produção de alimentos, pesquisadores vêm aperfeiçoando as técnicas de manejo, por meio do melhoramento genético e conhecimento das funções fisiológicas das plantas, assim proporcionando conteúdo que venha auxiliar os profissionais da área nas tomadas de decisões.
As aplicações de fertilizantes líquidos para absorção via foliar surgiram para suprir a necessidade de correção de deficiência nutricional e também a fim de fornecer à planta determinado nutriente em certo estádio fisiológico, quando ela está focada em transferir suas reservas nutricionais para formação e enchimento dos frutos, com isto minimizando a absorção de nutrientes via raízes.
Isso possibilita fornecer à planta nutrientes que vão favorecer a atividade fisiológica e com isto gerar um aumento de produtividade, de forma direta e pontual.
Como implantar a técnica
No Brasil, o método de aplicação de fertilizantes líquidos via foliar, na cultura do milho, tem se intensificado nesses últimos anos, contribuindo para o desenvolvimento de híbridos com elevado potencial produtivo e para correções de deficiência de micronutrientes como ferro, manganês, boro, zinco, cobre, molibdênio, cloro e níquel.
A técnica de aplicação de produtos via foliar apresenta vantagens quando comparada com a adubação feita no solo para ajudar no desenvolvimento da cultura. Esse método tem a capacidade de reduzir o tempo de absorção do nutriente aplicado e facilidade no fornecimento, visto que alguns nutrientes estão mais restritos no solo para o sistema radicular das plantas.
Porém, para ter sucesso nessa atividade, requer conhecimento e técnicas como época de aplicação, que na cultura do milho o período ideal é quando a planta encontra-se com a quarta folha (V4) totalmente desenvolvida até a sétima folha (V7).
Outro fator importante é o conhecimento da tecnologia de aplicação, que envolve questões climáticas, o alvo que será atingido pelo fertilizante, regulagem do pulverizador e ponta de pulverização, uso de adjuvantes, quelatos, pH da solução nutritiva e a mobilidade do nutriente que está sendo aplicado.
Quando se trata de adubação líquida via folha, na maioria das vezes as aplicações são feitas com micronutrientes, que são requeridos em menores quantidades pela planta. Apesar disso, são de grande importância para a cultura completar o seu ciclo e perpetuar a espécie, devido a cada nutriente ter a responsabilidade de atuar na fenologia e fisiologia da planta
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Confira as funções principais funções de cada nutriente no vegetal:
– Zinco é um dos nutrientes mais aplicado na cultura do milho, atuando nas sínteses de proteínas e enzimas, atuando junto com hormônios de crescimento e nas partes florais;
– Boro é responsável pela formação de paredes celulares, movimento da seiva, no metabolismo de carboidratos e transporte de açúcares;
– Ferro tem um desempenho vital na fotossíntese e na respiração celular. Junto com ele, o manganês também tem o papel importante na fotossíntese, sendo responsável pela síntese da clorofila;
– Molibdênio atua na fixação de nitrogênio realizado por bactérias inoculadas junto à raiz da cultura. Na produção de enzimas e proteínas, o nutriente importante para isso é o cobre, levando em consideração que tem um papel importante na fotossíntese;
– Cloro é importante na regulação osmótica da planta e na transpiração, porém, de forma geral, dificilmente se encontra deficiência de cloro em lavouras;
– Níquel tem o papel fundamental na urease.
Cada um no seu quadrado
Como podemos observar, cada nutriente tem seu papel fundamental na fisiologia da planta, por isso, ressaltamos a importância do conhecimento técnico, em que o profissional saberá tomar as decisões corretas, e com isto proporcionar às plantas condições nutricionais adequadas para seu desenvolvimento e exponencial produção.
Versatilidade
Os fertilizantes líquidos facilitam bastante as operações para os produtores, quando comparados aos fertilizantes sólidos. Quando pensamos em logística, esta é bem mais facilitada, tais como ganho de tempo entre o planejamento, pedido e entrega, armazenamento, manuseio e aplicação deste, portanto, essas facilidades representam diminuição de custos.
Estes fertilizantes, por sua vez, têm menores perdas, devido ao aproveitamento pelas plantas, portanto, sua poluição é menor, sendo assim aliado importante da sustentabilidade na produção.
Deve-se analisar as necessidades nutricionais, portanto, é realizada uma análise química foliar, ou seja, sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS), sendo a maneira mais precisa para identificar a falta de nutrientes.
As plantas absorvem os nutrientes pelos estômatos, devido à pressão negativa existente na evapotranspiração e também entram pelas cutículas da vegetação, por meio de rupturas. Logo, o milho responde progressivamente à adubação. Desde que os demais fatores estejam ocorrendo bem, o nitrogênio é o nutriente que apresenta maior resposta de aumento de produtividade devido à sua absorção ser rápida e efetiva, além de seus papéis vitais na planta.
No mercado, dos fertilizantes que contêm micronutrientes, geralmente o nitrogênio está presente em sua composição. Pode-se afirmar que a aplicação foliar é um meio eficiente de se fornecer nutrientes às plantas, despendendo-se 20 a 50 % menos fertilizantes do que com método convencional.
Produtividade
Os ganhos em produtividade obtidos com a utilização desse tipo de adubação irão depender do produtor e do técnico em diagnosticar as possíveis deficiências e o estádio em que a planta se encontra, para que ainda possibilite realizar a correção via pulverização foliar, obtendo uma melhor absorção e eficiência, podendo chegar a até 10% por hectare de aumento de produção, sendo assim um ganho significativo.
Podemos dizer que os melhores resultados serão obtidos obedecendo critérios técnicos, e que só um profissional com experiência de campo saberá tomar as decisões assertivas, na avaliação da necessidade ou não de determinado macronutriente e o momento ideal de realizar a aplicação a fim de fornecer à planta condições favoráveis de nutrição e assim alcançar seu potencial produtivo.
De maneira geral, podemos dizer que estudos demonstram, na prática, um aumento de produtividade de 10 a 12%, quando comparado com o tratamento controle.