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Produção de laranjas encerra em 262,97 milhões de caixas

Crédito Shutterstock

A safra de laranja 2021/22 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, publicada em 11 de abril de 2022 pelo Fundecitrus – realizada com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp2 – se encerrou em 262,97 milhões de caixas de 40,8 kg.

Cerca de 23,35 milhões de caixas foram produzidas no Triângulo Mineiro. O resultado final foi 10,61% menor do que o volume incialmente esperado, publicado em maio de 2021, uma quebra expressiva de 31,20 milhões de caixas na estimativa. Embora tenha sido um ciclo de bienalidade positiva, ano em que as plantas produziram uma quantidade maior de frutos, a redução drástica das chuvas e as geadas atípicas de alta intensidade inibiram o crescimento das laranjas e contribuíram para o aumento da queda prematura de frutos, reduzindo a quantidade de laranjas que chegaram à colheita.

Com essas condições, os pomares perderam produtividade, o que fez a safra recuar 2,11% em comparação à temporada anterior, configurando o segundo ano consecutivo de safra pequena. A produção total de laranjas compreendeu:
• 47,16 milhões de caixas das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi;
• 14,85 milhões de caixas das variedades precoces Valência Americana, Seleta e Pineapple;
• 74,78 milhões de caixas da variedade de meia-estação Pera Rio;
• 96,59 milhões de caixas das variedades tardias Valência e Valência Folha Murcha;
• 29,59 milhões de caixas da variedade tardia Natal.

A estimativa projetada em maio de 2021 considerava que a produtividade dos pomares nesta safra ficaria comprometida devido ao menor volume de chuvas que, naquela ocasião, já era previsto para o ano. Todavia, as previsões não indicavam condições de clima tão extremas quanto as que foram observadas, o que trouxe prejuízos maiores do que o esperado. A estiagem prolongada constituiu a pior seca de quase um século, com déficit hídrico em praticamente todas as regiões do cinturão citrícola.

Essa situação impactou de forma mais grave as áreas plantadas em sistema de sequeiro, que ocupam cerca de 70% do total, e dependem, inevitavelmente, das chuvas. Mas até mesmo os pomares irrigados foram afetados pela estiagem. Em muitos lugares, os rios e reservatórios atingiram os níveis mais baixos já registrados, o que tornou necessário restringir o uso da água para irrigação.

O período mais crítico da safra foi de maio a setembro de 2021, quando os acumulados ficaram quase 70% abaixo da média histórica. O cenário começou a melhorar no final de setembro e início de outubro, com a chegada da primavera. No período completo da safra, de maio de 2021 a março de 2022, a precipitação média acumulada no cinturão citrícola foi de 966 milímetros, o que corresponde a 366 milímetros ou 27% abaixo da média histórica, que é de 1.332 milímetros, de acordo com dados da Somar/Climatempo Meteorologia.

Em todas as regiões, com exceção do Triângulo Mineiro, os acumulados ficaram inferiores às respectivas normais climatológicas (1981- 2010). Em valores absolutos, os menores acumulados foram observados nas regiões de Votuporanga (703 milímetros), Duartina (760 milímetros), Avaré (846 milímetros), Limeira (866 milímetros), Itapetininga (947 milímetros), Matão (982 milímetros) e Bebedouro (988 milímetros). Em cinco regiões, os acumulados superaram 1.000 milímetros: Brotas (1.056 milímetros), Porto Ferreira (1.059 milímetros), São José do Rio Preto (1.119 milímetros), Triângulo Mineiro (1.266 milímetros) e Altinópolis (1.427 milímetros).

Além das anomalias negativas de precipitação, as chuvas foram de característica localizada ou pontual, com distribuição irregular, ocasionando estiagens regionalizadas ainda mais intensas. Isso significa que houve grande variação da frequência e intensidade das chuvas nos municípios que compõem uma mesma região. Na região de Votuporanga, por exemplo, no município de Sud Mennuci, foram registrados 905 milímetros, enquanto em Jales, a menos de 100 km de distância, apenas 326 milímetros. Outro exemplo está na região de Limeira, em que Mogi Guaçu totalizou 1.124 milímetros de chuva e Limeira, a 70 km de distância, apenas 435 milímetros.

A taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola, acumulada desde o início da safra, foi estimada em 21,80%, dentro da margem de erro de 0,96 ponto percentual para mais ou para menos, com 95% de confiança. Além de ser o maior índice desde o início dos levantamentos feitos pelo Fundecitrus, que iniciaram na safra 2015/16, o resultado também é preocupante pela grande concentração de talhões que apresentaram taxas de queda muito altas. Conforme mostram os histogramas (Gráfico 2), cerca de 18% dos talhões de Pera Rio e 22% dos talhões das variedades tardias tiveram taxas de queda acima de 50%, o que significa que mais da metade dos frutos produzidos nestes talhões não chegaram a ser colhidos.

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