Uso de inoculantes: reflexos no crescimento do cafeeiro

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Crédito Daniel Vieira

Bruno Englerth Pedrozo

bruno_englerth@hotmail.com

Natanael Motta Garcia

natanaelmottagarcia@outlook.com

Graduandos em Agronomia – Centro Universitário de Ourinhos (UNIFIO)

Marcelo de Souza Silva

Engenheiro agrônomo, doutor e professor – UNIFIO

mrcsouza18@gmail.com

Os produtos biológicos apresentam-se como uma nova ferramenta para o manejo de pragas e doenças na cafeicultura. Além disso, existem pesquisas que mostram que o cafeeiro pode se beneficiar de outros microrganismos, como os inoculantes, capazes de melhorar o crescimento vegetativo, com potencial de aumento de produtividade no futuro.

Entenda

Inoculação é uma técnica que vem sendo aderida a vários produtores. Esta técnica é à base de microrganismos biológicos capazes de auxiliar o desenvolvimento e atividades benéficas para a planta, como o aumento do crescimento, melhor desenvolvimento e melhora na absorção de nutrientes.

Esses insumos biológicos atuam em diferentes processos do desenvolvimento vegetal. Em leguminosas, são responsáveis pela formação de nódulos que intensificam o processo natural de fixação biológica de nitrogênio (FBN), pelo qual o nitrogênio presente na atmosfera é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas, processo realizado por bactérias.

Na cafeicultura

No café, os benefícios poderiam ser destacados pelo incremento do volume de raízes das plantas, proteção contra o ataque de nematoides, além da solubilização do fósforo presente no solo, melhorando a absorção deste e de outros nutrientes pela planta, podendo consistir em ferramentas garantidoras do aumento produtivo.

Os produtos biológicos têm como objetivo fornecer aos agricultores mecanismos que protejam suas lavouras dos efeitos de pragas e doenças não desejadas, sem colocar em risco a saúde do homem e sem causar danos à fauna silvestre, evitando o surgimento de resistência a pragas.

Desta forma, quanto mais se utiliza produtos biológicos, melhor a planta responde de forma natural equilibrada, concentrando seu gasto energético na produção e grãos. Nas últimas safras, o uso de produtos biológicos ganhou destaque na cafeicultura, sobretudo entre os produtores de café especiais e certificados.

Neste segmento as normas para produção são mais rigorosas quanto ao controle de insumos e sua procedência. Assim, o tratamento das plantas com alternativas biológicas auxilia na resposta natural e equilibrada, em que ela pode concentrar seu gasto energético na produção de grãos perfeitos.

Além disso, o manejo biológico também favorece a obtenção de certificações orgânicas e socioambientais. Vale destacar que esses agentes, que atuam no controle de pragas, são fungos, vírus e bactérias, chamados de inimigos naturais.

Sua aplicação no campo se assemelha a produtos tradicionais, quanto à forma e equipamentos de aplicação, com algumas particularidades específicas de cada agente.

Os inoculantes

Em relação aos inoculantes, formulados também à base de microrganismos benéficos, apresentam baixo custo, não causam danos ambientais e podem ser utilizados como complemento aos fertilizantes.

Além disso, a adição de inoculantes no solo pode acelerar a ciclagem de nutrientes, aumentar a liberação de fósforo presente na matéria orgânica e enriquecer biologicamente o solo, favorecendo direta e indiretamente outros mecanismos de desenvolvimento das plantas, como promoção do crescimento, radicular e da parte aérea.

A maioria dessas bactérias e fungos que se associam ao café também é conhecida pela sua capacidade de produzir hormônios de crescimento das plantas. A produção dessas substâncias promotoras de crescimento pode estimular o aumento da densidade de pelos e da superfície radiculares, da taxa de aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular.

Esse incremento resulta em melhoria na absorção de água e nutrientes, aumentando assim a capacidade de a planta produzir e suportar estresses ambientais.

Cuidados no uso do produto

É importante verificar se o produto é registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), evitando aqueles sem a garantia de estirpes e de qualidade duvidosa, e buscar sempre por cepas recomendadas pela pesquisa.

Verificar o prazo de validade do inoculante, que deve constar na embalagem, e certificar-se de que o produto foi conservado em condições adequadas de temperatura (no máximo 30°C) e de umidade.

Após a aquisição, conservar o inoculante em local arejado e protegido do sol até o momento de sua utilização, uma vez que o inoculante contém bactérias sensíveis ao calor.

Não utilizar um inoculante registrado para a cultura específica em outra planta. A operação de inoculação deve ser feita à sombra, nas horas mais frescas do dia, pela manhã ou à noite.

Devem ser seguidas as recomendações de dosagem e aplicação fornecidas pelo fabricante do inoculante. Em solos de primeiro ano de plantio, a dose recomendada é o dobro da dose normal. Utilize uma calda açucarada quando aplicar em sementes, para melhor fixação do inoculante.

Custo-benefício

Em alguns casos, os produtos naturais podem ser comprados a preços mais baixos do que os pesticidas químicos/sintéticos. Mas, além disso, ao longo prazo, os produtos biológicos podem ser muito rentáveis, uma vez que promovem uma melhor saúde do solo e evitam as aplicações repetidas de pesticidas químicos que se revelam malsucedidos/indutores de resistência.

O uso do controle biológico clássico pode ser uma solução permanente e autossuficiente. Uma vez implementado, não há necessidade de reaplicar.

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