Pragas e doenças: manejo na cultura da mangueira

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Crédito Arquivo

Edna Jaila Menezes da Silva
Engenheira agrônoma
jailamenezes2@hotmail.com

Thiago Feliph Silva Fernandes
Engenheiro agrônomo e mestre em Fitotecnia – UNESP
thiago.feliph@unesp.br

Para obter um plantio saudável e que produza bons frutos, deve-se levar em consideração vários fatores, desde a escolha da compra da muda, adubação, controle de pragas e doenças, e etc., pois existem vários fatores que podem limitar o desenvolvimento e a produção de mangas durante o cultivo.

Com isso, vale ressaltar que é de fundamental um manejo fitossanitário adequado. Segundo estudos, existem diversas pragas e doenças para a cultura da mangueira, que serão destacadas logo a seguir.

Moscas-das-frutas

Com a busca incessante por uma alimentação saudável e, consequentemente, uma qualidade de vida melhor, fez-se necessário a substituição dos métodos químicos convencionais que são considerados tóxicos, tanto para o homem quanto para os animais e o meio ambiente em geral, pela busca de novos métodos que causem menos danos. Sendo assim, destacamos os seguintes:

Controle químico

Recomenda-se usar atrativos alimentares (hidrolisado de proteína ou melaço de cana-de-açúcar ou suco de frutas) mais inseticida e água na forma de isca tóxica. Deve-se aspergir a isca num volume de 150 a 200 mL da calda em cada metro quadrado de copa da árvore, em ruas alternadas. A aplicação deve ser feita em ruas alternadas e na periferia do pomar. A aspersão é feita com uma brocha de parede ou pulverizador com bico em leque.

Controle cultural

Para que não haja a emergência de adultos da moscas-das-frutas, é necessário realizar a coleta e destruição dos frutos maduros na planta ou caídos no chão. Esses frutos deverão ser colocados em uma vala de 50 a 70 cm de profundidade, ou destinados à alimentação animal.

Vale ressaltar que é importante fazer também o controle das moscas-das-frutas em plantas hospedeiras, cultivadas ou nativas, próximas aos plantios comerciais de mangueira, bem como a eliminação de hospedeiros alternativos que possam favorecer o desenvolvimento populacional da praga (Cunha et al., 2000).

Controle biológico

Devido ao uso contínuo e em grande escala de inseticidas, há uma grande dificuldade de realizar o controle biológico das moscas-das-frutas por meio de parasitoides e predadores. Existem estudos que nos mostram que os agentes de controle biológico (predadores, patógenos, nematoides, bactérias e parasitoides) de moscas-das-frutas, os parasitoides da família Braconidae ocupam lugar de destaque e são os mais utilizados em programas de controle em diversos países, como na Espanha, Havaí, nos Estados Unidos, Guatemala e no México.

Em 1994, a Embrapa Mandioca e Fruticultura introduziu no Brasil a espécie Diachasmimorpha longicaudata, parasitoide exótico da última fase larval de moscas-das-frutas. A técnica, chamada do macho-estéril, utiliza machos de moscas-das-frutas esterilizados por meio de radiação gama, para serem liberados na área de produção, em população no mínimo nove vezes maior do que a população natural no campo, onde os machos esterilizados irão competir com os machos da mesma espécie, reduzindo, consequentemente, os acasalamentos férteis e a população da praga a cada geração.

Uma outra opção de controle é o tratamento hidrotérmico, realizado na pós-colheita, com a submersão dos frutos na água a 46ºC por 75 a 90 minutos, para os frutos com pesos de até 425 g e de 426 a 650 g, com o intuito de matar os ovos ou as larvas de moscas-das-frutas presentes nos frutos in natura.

Tripes

Durante uma safra e outra, os tripes sobrevivem em plantas daninhas e o controle destas plantas pode diminuir sua infestação.

O controle biológico do tripes de S. rubrocinctus é realizado por larvas de crisopídeos, coccinelídeos e pelos tripes Scolothrips sexmaculatus, Scolothrips sp. e Franklinothrips vespiformis.

Para o controle químico dos tripes, é recomendado o uso dos princípios ativos fentiona.

Mosquinha-da-manga e mosca-da-panícula

Recomenda-se realizar a remoção e destruição de panículas atacadas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não tem registrado nenhum produto para o controle dessa praga.

Cochonilhas

Deve-se fazer a retirada dos frutos atacados. Em relação à espécie A. tubercularis, deve ser evitada a utilização de grade, pois a poeira favorece o seu desenvolvimento.

O ectoparasitoide Aphytis sp. e o endoparasita Aspidiotiphagus lounsburyi (Hymenoptera Aphelinidae) foram relatados no Cerrado e no semiárido brasileiro, como inimigos naturais de P. trilobitiformis e A. tubercularis, respectivamente.

As joaninhas Azya luteipes e Pentilia egena (Coleoptera: Coccinelidae), a vespa Scutellista cyanea (Hymenoptera: Pteromalidae) e crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) são predadores de cochonilhas (Gravena & Yamamoto, s.d.; Icuma & Cunha, 2001).

Segundo estudos, o Mapa tem registrado para o controle químico de cochonilha a Abamectina.

Pulgões

Assim como em diversas outras pragas e doenças, para o controle natural é necessário que seja feita a eliminação de ervas daninhas hospedeiras do pulgão. Para o controle biológico, é recomendado o uso de inimigos naturais, como crisopídeos, sirfídeos e stafilinídeos.

As fêmeas deste inimigo natural realizam a postura no interior do corpo do pulgão, ocorrendo a morte do hospedeiro no final do desenvolvimento da larva do parasitoide. O Mapa não tem produto registrado para pulgões em mangueira.

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