Natanael Motta Garcia
Graduando em Engenharia Agronômica – Centro Universitário de Ourinhos (Unifio)
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Adilson Pimentel Júnior
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e professor – Unifio
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Também conhecida como bergamota Montenegrina, a ‘mimosa’ é o resultado da mutação espontânea, descoberta em 1940 em Campo do Meio, na área do município de Montenegro (Vale do Caí, RS), por João Edvino Derlam. Em 2019, a cidade aprovou o Projeto de Lei que declara Montenegro Capital Estadual e Berço da Bergamota Montenegrina.
De casca resistente e frutos tardios (entre setembro e outubro), a mimosa é muito saborosa e atualmente essa variedade está ameaçada de extinção devido à baixa variabilidade genética dos espécimes existentes, que foram obtidos por produção vegetativa. João Edvino Derlam havia tirado centenas de mudas a partir de sementes, o que concede originalidade. Porém, poucas vingaram. A grande maioria das árvores que se espelha pelos pomares do Vale é de enxerto. Assim, as plantas de Márcio são muito raras.
A planta é vigorosa, de tamanho médio a grande, crescimento ereto, com poucos espinhos, folhagem densa, com folhas médias, lanceoladas (que tem o limbo estreito e comprido e termina numa ponta estreita) e de largura média.
Tem grande tendência de produzir alternadamente. Porte médio, hábito de crescimento lento e curvado, ramos finos e quase sem espinhos. Os frutos da mimosa são de tamanho médio, forma oblata, base com pescoço pequeno e ápice pouco deprimido.
A casca é fina, firme e fácil de remover. A superfície é lisa, de cor laranja a vermelha, com nove a 13 segmentos facilmente separáveis. A polpa é de cor laranja, sucosa e aromática. Possui poucas sementes.
Por possuir um sabor mais acentuado, a mimosa é ótima para preparar doces, geleias e compotas. Em termos nutricionais, ela é bem semelhante à ‘Mexerica’: contém um alto teor de vitaminas A, C, fibras, agentes antioxidantes e diferentes sais minerais que ajudam a fortalecer o sistema de defesa do corpo.
A mexerica
A mexerica, ou bergamota no Rio Grande do Sul, é extraída da planta Citrus deliciosa Ten., que dá frutos levemente menores em relação à ‘ponkan’ e mais ácidos. Outro diferencial é que a mexerica possui mais óleos essenciais na casca, por isso, ao ser descascada ela libera um aroma tão forte, comum de ser usado na indústria de cosméticos.
Ela se diferencia por ter um tamanho menor, uma casca menos grossa e um sabor mais ácido (quando comparada à ponkan).
É fonte importante de vitamina A, C, flavonoides (importantes antioxidantes), de cálcio, potássio, fósforo e fibras. Além disso, possui substâncias anti-inflamatórias e são ótimas para melhorar a imunidade, ajudando a prevenir gripes e resfriados, por exemplo.
As mexericas podem ser consumidas in natura, usadas no preparo de diferentes sucos, geleias, compotas e doces, como bolos e tortas. Também é rica em antioxidantes e substâncias que ajudam a eliminar as toxinas do organismo e, assim, a combater a retenção de líquidos.
Além disso, por ser rica em fibras, essa fruta ajuda muito no funcionamento do intestino e no controle do colesterol.
A morgote
‘Morgote’ (ou ‘murgote’) é uma fruta híbrida bastante rica em fibras alimentares. Nascida a partir do cruzamento da tangerina com a laranja, esta é uma fruta híbrida altamente nutritiva, saborosa e suculenta. Ela se diferencia por ter mais sementes e um sabor bem doce, que se aproxima ao da laranja.
Na indústria, a fruta é a principal matéria-prima para os sorvetes de tangerina. Esse tipo de tangerina, inclusive, é o mais indicado para o preparo de sucos e costuma ser o mais difícil de descascar.
Quando comparada com à ‘ponkan’, a ‘morgote’ se destaca por ter um teor mais alto de fibras alimentares. Além disso, ela contém quantidades um pouco menores de vitaminas A, B1, B2, C e minerais como potássio, cálcio e magnésio.
A‘ponkan’
A produção é concentrada em São Paulo e Minas Gerais. A tangerina ‘ponkan’ tem a casca mais grossa e polpa mais doce, é extraída da planta Citrus reticulata, sendo o tipo de tangerina mais consumido no Brasil. Ela se destaca por ser grande, pesada, ter uma casca bem grossa (fácil de descascar), de cor laranja-amarelada, e uma polpa bem doce e suculenta.
Além disso, tem um alto teor de fibras, vitaminas A C, potássio e cálcio. Por ser bem docinha, essa fruta é ótima para consumir in natura ou preparar sucos naturais, sem precisar usar açúcar, por exemplo.
O ideal é que você consuma a ‘Ponkan’ junto com o bagaço, pois essa parte da fruta retém grande concentração de fibras. Você também pode fazer chás a partir da casca dela, que contém diversas vitaminas, minerais e propriedades calmantes.
Apresentam também compostos antioxidantes, que são indispensáveis na inativação dos radicais livres e, quando associada a uma dieta saudável, torna-se uma forte aliada no combate ao envelhecimento e na redução dos riscos de câncer e em doenças cardiovasculares e neurodegenerativas, como por exemplo o mal de Alzheimer. Contém também vitamina C, que melhora a imunidade.
Safra
A safra de tangerinas no Brasil se estende, normalmente, de março a setembro, com concentração nos meses de maio a agosto. Frequentemente, os produtores enfrentam forte queda nos preços no pico da safra.
Pesquisas em manejo e com novas variedades tentam aumentar o período de colheita da fruta, com vistas à antecipação para os primeiros meses do ano. Não há informações precisas sobre o volume de industrialização da tangerina no Brasil, mas é sabidamente pequeno. Menos de 1% da safra nacional é exportada, de acordo com o SEBRAE.