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Drone – O futuro da silvicultura já chegou

 

Objeto voador consegue mapear grandes áreas agrícolas rapidamente. Equipado com computador e GPS consegue fazer sobrevoos precisos.

Crédito-Shutterstock
Crédito-Shutterstock

Um espião particular para vistoriar, vigiar e tomar algumas providências na fazenda. Até parece um brinquedo, um minidisco-voador, uma espécie de helicóptero ou avião em miniatura. O nome que se usa para identificá-lo vem do inglês drone, que na tradução quer dizer zangão. Também são conhecidos por VANT’s, ou seja, veículos aéreos não tripulados.

Carregando uma ou mais câmeras de vídeo, esses pequenos notáveis são controlados do chão, mas lá de cima mostram tudo o que acontece em qualquer local da propriedade. De origem militar, inicialmente desenvolvido para espionagem, esta é a mais nova ferramenta para o produtor rural.

Giovani Amianti, CEO da XMobots, empresa brasileira que fabrica drones, fica orgulhoso de falar do trabalho que desenvolve. “No plantio de florestas os drones são usados principalmente para identificar a altura das árvores. Com isso, as imagens produzidas por eles possibilitam a avaliação da produtividade do plantio e estágio de amadurecimento das florestas“.

E não para por aí. Ao detectarem o tamanho das árvores, os VANT’s conseguem indicar a ocorrência de falhas de plantio ou algum outro problema que possa atingir a floresta. Quando embarcados com uma câmera NDVI, as imagens captadas com o drone podem apontar até mesmo o índice de clorofila das plantas, análise crucial para a avaliação da saúde da floresta e contagem das árvores. “O monitoramento com VANTs sempre é do tipo aéreo“, lembra o empresário.

Foto feita por drone - Crédito SXC
Foto feita por drone – Crédito SXC

Quanto custa?

A XMobots trabalha atualmente com a comercialização de dois VANTs (ambos autorizados pela ANAC) – o Echar 20B e o Nauru 500 B. O primeiro tem custo a partir de R$ 140 mil, enquanto o segundo parte dos R$ 240 mil. Mas, não se assuste – são VANTs para grandes áreas: o Echar tem autonomia de voo de 2 h, cobrindo 44 km2, enquanto o Nauru tem capacidade para oito horas, e voa à velocidade de 108 km/h, com alcance de comunicação de 30 km, suficiente para cobrir uma vasta área de florestas.

Ambos os equipamentos embarcam câmeras de 36 megapixels, são produzidos em fibra de kevlar (o mesmo material usado em coletes à prova de balas, super resistente), têm procedimentos de pouso e decolagem 100% automatizados (decolagem com catapulta e pouso com paraquedas), entre outros diferenciais.

Vale ressaltar que os VANT’s da XMobots têm o CAVE , que é o documento expedido pela ANAC que autoriza no Brasil voos de VANT’s em áreas rurais. As aeronaves que não têm esse certificado operam ilegalmente.

 

Gustavo Manzon Nunes, doutor e professor do LabSensor - UFMTCuiabá - Crédito Arquivo pessoal
Gustavo Manzon Nunes, doutor e professor do LabSensor – UFMTCuiabá – Crédito Arquivo pessoal

Aplicação

Os drones comerciais, em geral, são equipados com computador de bordo e GPS que recebe sinais de satélites, possibilitando fazer um sobrevoo milimetricamente preciso. No caso das florestas comerciais de eucalipto, um primeiro uso certo é no combate daquelas que trazem o maior prejuízo para a cultura: as formigas.

O jeito mais moderno até hoje era um serviço que envolve várias pessoas. O observador localiza o formigueiro e anota o ponto num aparelho georreferenciado. Os dados são transmitidos para uma central onde outros técnicos analisam as informações e geram um mapa para se fazer o combate. Todo o processo podia levar até uma semana.

A documentação feita pelo drone pode ser muito mais rápida e barata. Ele faz fotos precisas do capão de eucalipto e um aplicativo de reconhecimento de imagem não só vai localizar onde estão os formigueiros como já informar o tamanho que eles têm. Como é possível a transmissão de dados em tempo real, no dia seguinte a equipe de mata-formigas já tem condições de ir a campo fazer o controle.

São imensas as possibilidades desse “detetive aéreo“. No município de São Carlos, no interior de São Paulo, a Embrapa fechou parceria com o Laboratório de Robótica da USP para adaptação e produção de equipamentos, bem como o desenvolvimento de aplicativos que possam ajudar o agricultor, com voos programados automaticamente.

Lúcio Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação, explica que, com câmeras especiais e recursos de infravermelho, num único sobrevoo pode-se saber se uma plantação está sadia ou doente. “Se está sofrendo com estresse hídrico, se um canavial tem falhas de pegamento, se um cafezal está com ferrugem, se o número de cabeças de uma boiada confere, e assim por diante“, explica.

Qualidade sem limites

As imagens coletadas pelos drones são de alta resolução, sendo consideradas superiores às imagens feitas pelos satélites, que são analisadas com auxílio de programas de computador, a qual indica, por meio das cores específicas, os possíveis problemas encontrados na área como doenças, falhas, áreas atacadas por pragas, plantas daninhas, deficiência hídrica, comportamento dos sítios, entre outros.

De acordo com o professor Rubens Duarte Coelho, coordenador do curso de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz“ ” ESALQ, com um drone voando a uma altitude de 300 metros, que é o limite máximo de altura autorizada para um voo não tripulado, com câmeras especiais acopladas, é possível obter uma foto de seis hectares de área, com diferencial de captura de imagens e que pode ser realizada a qualquer hora do dia e inúmeras vezes em um mesmo dia.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Floresta, edição de junho/julho. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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