19.1 C
Uberlândia
segunda-feira, novembro 25, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioAnimaisBovinosIntegração Lavoura-Pecuária-Floresta é grande aliada para a produção sustentável

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é grande aliada para a produção sustentável

Divulgação

A pecuária brasileira tem como base as pastagens, por ser a forma mais econômica de se produzir alimentos quando comparado a sistemas em confinamento, por exemplo. Estima-se que as áreas de pastagens cultivadas e nativas no Brasil ocupem aproximadamente 163,1 milhões de hectares, que correspondem a 21% do território nacional, sendo responsáveis por sustentar o maior rebanho comercial de bovinos do mundo com 196,4 milhões de cabeças, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Apesar dos avanços no uso de tecnologias produtivas por parte dos produtores rurais, cerca de 50% das áreas de pastagens estão em algum estágio de degradação. Diante do cenário atual e perante as mudanças climáticas, o Brasil tem um grande desafio, que é produzir alimentos para atender a população crescente, sem abrir novas áreas. De acordo com dados da FAO, até 2050 a população deve crescer cerca de 35% e a produção de alimentos terá que duplicar para sustentar essa demanda.

Neste contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) traz a possibilidade de aumentar a produção de alimentos em uma mesma área e contribuir na recuperação de pastagens degradadas. “Conceitualmente, a ILPF é uma estratégia de produção onde ocorre o cultivo em uma mesma área de espécies agrícolas, florestais e pecuária, seja em consórcio, sucessão ou rotação, buscando efeitos sinérgicos entre seus componentes, diz Marina Lima, Zootecnista e Técnica de Sementes e Sustentabilidade da SOESP.

Sistemas integrados

Entre os sistemas integrados que podem ser adotados pelos produtores, pode-se destacar quatro modalidades:

  • Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Agropastoril: Este sistema de produção integra espécies agrícolas e pecuárias, em consórcio, sucessão ou rotação em um mesmo ano agrícola ou por vários anos. Nessa modalidade não há a presença do componente arbóreo e é a modalidade mais adotada pelos produtores rurais, com aproximadamente 83% de adoção, principalmente pela maior facilidade de cultivo e retorno econômico a curto prazo.
  • Integração Lavoura-Floresta (ILF) ou Silviagrícola: Com este sistema de produção há a integração de espécies florestais em consórcio com cultivos agrícolas anuais ou perenes. “Esta é mais adotada por pequenos produtores e pelo tempo em que o componente arbóreo está em crescimento e não pode ter a presença do animal. Cerca de 1% dos produtores adotam essa modalidade”, destacou.
  • Integração Pecuária-Floresta (IPF) ou Silvipastoril: Um sistema de produção que integra pecuária (pastagem e animais) e espécies arbóreas, em consórcio. “Essa modalidade é adotada por cerca de 7% dos produtores rurais e mais utilizada em áreas que não possuem aptidão agrícola ou com topografia que dificulte o uso de maquinários agrícolas”, acrescenta a especialista.
  • A quarta opção é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Agrossilvipastoril: Um sistema de produção que integra espécies agrícolas, florestais e pecuária (pastagem e animais) em rotação, consórcio ou sucessão. “Essa modalidade é adotada por 9% dos produtores rurais. O componente agrícola restringe-se ou não à fase de implantação das árvores”, diz a zootecnista.

Ainda segundo a especialista, é muito importante destacar que a escolha da modalidade mais adequada e das espécies para compor o sistema deve ser feita com base na análise das características da região, condições climáticas, ao mercado local e objetivos do produtor, podendo ser adotada por pequenos, médios e grandes produtores rurais.

Além disso, o tempo de utilização de cada componente na ILPF vai depender do sistema utilizado, como exemplo, a pecuária pode ser utilizada por três meses a cinco anos e retornar com a lavoura que pode ser utilizada por cinco meses ou até cinco anos. Já o componente florestal pode ser utilizado por um período curto ou longo, dependendo da espécie e finalidade.

Com a utilização dos sistemas ILPF, além da intensificação e maior eficiência no uso da terra, diversos benefícios ambientais, econômicos e sociais são gerados. “A ILPF é uma tecnologia que contempla os três pilares da sustentabilidade. O futuro é integrado, dificilmente um produtor que adota a ILPF voltará a utilizar sistemas em monocultivo”, finaliza a especialista.

ARTIGOS RELACIONADOS

Controle de carrapatos no boi: atenção para a segunda geração

O controle deste ectoparasita é essencial para mitigar seus prejuízos e precisa ser realizado de forma rotineira na fazenda, levando em consideração as características climáticas e epidemiológicas particulares de cada região. Entender o ciclo do carrapato é primordial para o seu combate.

Tecnologia de origem natural pode minimizar efeitos climáticos nos cafezais

Em algumas regiões de São Paulo e Minas Gerais, produtores de café estimam quebra de até 40% para a safra 2021, devido ao impacto da estiagem e das temperaturas recordes que assolam os cafezais nos últimos quatro meses.

Aviação agrícola na proteção de florestas é tema de seminário gratuito na FCA/Unesp

Evento em 21 de março tem inscrições abertas e celebrará o Dia Internacional das Florestas com presença de algumas das maiores autoridades acadêmicas do País em abelhas, controle biológico de pragas e aplicações aéreas – abordando legislação, tecnologias e boas práticas.

Raças puras aceleram o crescimento da suinocultura moderna

Topgen se renova para disponibilizar ao mercado as melhores matrizes, proporcionando diferenciais competitivos para o produtor, consumidor e frigorífico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!