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Posicionamento de herbicidas pré-emergentes no manejo de plantas daninhas resistentes na soja

Divulgação

A produção de grãos na safra 2022/23 segue a todo vapor e, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o principal produto cultivado no País, a soja, tem a expectativa de produção em 152,7 milhões de toneladas, 22,2% superior à da safra 2021/22. Mas, para de fato essa colheita se converter em lucratividade, é preciso que os sojicultores voltem a atenção à lavoura, principalmente ao manejo de plantas daninhas.

Estima-se que as perdas econômicas da agricultura brasileira, ocasionadas pela presença de invasoras resistentes a herbicidas, podem chegar anualmente à marca de bilhões de reais. Atualmente, há cerca de 53 casos únicos de biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas relatados no País, sendo as mais conhecidas e severas: buva (Conyza spp.), capim amargoso (Digitaria insularis), capim pé-de-galinha (Eleusine indica) e caruru (Amaranthus spp.), entre muitas outras.

Segundo o pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lucas Barcellos, engenheiro agrônomo, doutor em fitotecnia, para agir contra esse problema uma das principais soluções é o produtor aplicar os herbicidas em pré-emergência. “Esses produtos têm grande importância, pois atuam no processo de germinação das plantas daninhas, realizando o controle do banco de sementes. A aplicação desses herbicidas proporciona controle mais eficaz das plantas daninhas tolerantes e resistentes”, diz.

Outro ponto a se atentar é o momento certo de realizar a aplicação. De acordo com o pesquisador, a entrada com os herbicidas pré-emergentes deve ser feita após uma boa dessecação das plantas daninhas e antes das sementeiras emergirem. Isso implica no sucesso do manejo das plantas daninhas e na seletividade para a cultura. “Ao aplicar no momento errado, pode-se ter perda de eficácia em situações que o herbicida é lixiviado no perfil do solo, após chuvas pesadas, ou em caso de pouca umidade no solo o herbicida ficar adsorvido aos coloides”, detalha.

Além do cuidado com o momento certo de combate, os produtores devem se atentar ao manejo de aplicação. Os herbicidas pré-emergentes devem ser posicionados em função das plantas daninhas presentes na área, atributos químicos e físicos do solo, umidade do solo, seletividade para a cultura e não apresentar efeito residual para a cultura sucessora (carryover).

Atenção com o solo

A textura do solo é muito importante para a recomendação de herbicidas pré-emergentes para soja. Solos com maior quantidade de argila e matéria orgânica retêm mais herbicidas em seus coloides, deixando menor concentração do produto na solução do solo. Um herbicida muito móvel, por exemplo, pode ser aplicado em solo arenoso e ir diretamente para os lençóis freáticos, o que é prejudicial para o agricultor e para o meio ambiente. Portanto, é importante atenção a este detalhe, reforça o doutor em fitotecnia.

Já em lavouras que possuem no solo palhada ou cobertura verde, o agricultor precisa redobrar a atenção, afinal, o herbicida pré-emergente só é efetivo se chegar ao solo. Desta forma, qualquer barreira entre o solo e o produto pode prejudicar sua ação. Além disso, alguns produtos possuem pouquíssima capacidade de atravessar a palha, sendo muito dependentes da chuva para transpassarem a palhada.

Outro fato pouco levado em consideração pelos sojicultores, segundo o especialista, é o nível de infestação da área no momento da aplicação. “Se no momento da aplicação houver muitas plantas daninhas, com grande cobertura do solo, estas podem absorver o herbicida pré-emergente antes de chegar ao solo, prejudicando seu efeito”, finaliza o pesquisador.

Estas e outras informações foram levadas em primeira mão aos participantes dos dias de campo do Fundação MT em Campo Safra 2023, realizado em janeiro deste ano e podem ser lidas no aplicativo da instituição. Acesse para se manter atualizado.

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