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Eficiência em resultados: NPK e micronutrientes revestidos

Foto: Shutterstock

Francimalba Francilda de Sousa
Engenheira agrônoma, mestra em Agricultura e doutoranda em Engenharia Agrícola – Unesp de Botucatu – SP
ff.sousa@unesp.br

Várias práticas vêm sendo estudadas em busca de reduzir as perdas de nutrientes e aumentar a sua absorção pelas plantas. A maioria dessas técnicas visa o controle da taxa de liberação de nutrientes dos fertilizantes, facilitando para as plantas uma absorção gradativa, e reduzindo assim as perdas.

O sucesso disso vai depender do tipo de fertilizante, do solo e das condições ambientais da área. Por exemplo, parte do N é perdida por volatilização e lixiviação, parte do P é fixada pelas argilas e parte do K é perdida por lixiviação.

Para compensar essas perdas, os fertilizantes devem ser aplicados em dosagens superiores às exigidas pelas culturas, para que consigam absorver a quantidade necessária e atingir a produtividade esperada pelo produtor.

Fertilizantes revestidos

Um dos maiores desafios para a agricultura nos próximos anos é atender a demanda de produção de alimentos. Os fertilizantes de liberação controlada são compostos por matérias-primas de alta qualidade e pureza.

A liberação de seus nutrientes ocorre por processo de difusão, que garante a sua disponibilização de forma adequada às exigências das culturas, minimizando ainda mais as perdas por lixiviação e os efeitos nocivos de salinidade.

Alguns dos benefícios que podem trazer para a cultura são aumentar a produtividade devido ao maior aproveitamento dos nutrientes, por minimizar as perdas, e até fornecer o nutriente de acordo com a necessidade da cultura.

Qual a vantagem?

De modo geral, é importante frisar que as principais vantagens desses fertilizantes em relação aos demais são porque eles apresentam potencial de aumentar a eficiência da adubação nitrogenada, reduzir as perdas de N no sistema solo-planta-atmosfera, resultando em menor impacto ambiental.

Formulações

Cada componente do fertilizante NPK exerce uma função. O nitrogênio (N) é o responsável pelo crescimento e desenvolvimento de raízes, caules e folhas. O fósforo (P) é fundamental na formação da clorofila e aumenta a capacidade da planta para absorver os elementos férteis do solo, uma vez que age no desenvolvimento radicular.

E, por fim, o potássio (K), que contribui na formação de tubérculos e rizomas, fortalece os tecidos vegetais e ainda aumenta a resistência contra a seca. Lembrando que toda adubação deve ser realizada antes do período de florescimento e após a colheita ou poda, para compensar as perdas de nutrientes.

Essas fórmulas podem ser preparadas pelo agricultor ou compradas. As fórmulas de adubos são constituídas pela mistura de dois ou mais fertilizantes simples, compatíveis, de modo que seus teores percentuais de N – P2O5 – K2O somados sejam iguais ou maiores que 24%.

Foto: Shutterstock

O mercado geralmente oferece diversas formulações de NPK que podem atender às necessidades do agricultor. De modo geral, os tipos de fertilizantes NPK disponíveis para a produção agrícola são: o NPK 04-14-08, o NPK 10-10-10 e o NPK 20-20-20, que se diferem pela formulação, ou seja, conforme a concentração de cada elemento na análise do solo.

Critérios

Para comparar critérios econômicos para escolha de fórmulas NPK devemos calcular o custo-benefício desses adubos, ou seja, podemos proceder de duas formas: comparar duas ou mais fórmulas disponíveis no mercado ou comparar o custo da compra do NPK com o custo do preparo da mistura de adubos simples separadamente.

A proporção entre os nutrientes é calculada pela divisão dos três números pelo menor deles (geralmente o número referente ao nitrogênio), definindo assim a proporção entre os nutrientes.

Pesquisas

Existem diversos estudos que mostram os benefícios dos micronutrientes no rendimento e na qualidade das colheitas em diversos sistemas de cultivo. Os fertilizantes com micronutrientes são adicionados à superfície dos fertilizantes ou sementes pelo processo de revestimento.

O conceito de revestir um insumo para uso na agricultura não é simplesmente aplicar um filme sobre uma superfície. Numa visão útil, o revestimento de nutrientes não se relaciona com a estética, mas, sim, com sua função de controlar a liberação, de modo que o nutriente seja disposto no solo mais lentamente, uniformemente e, acima de tudo, que seu aproveitamento pela planta ocorra de modo a se considerar e respeitar aspectos de equilíbrio nutricional e de fisiologia da planta.

As propriedades químicas e físicas dos fertilizantes convencionais podem resultar, muitas vezes, em uma menor eficiência na disponibilização de nutrientes para as plantas. A utilização de fontes de liberação controlada, a exemplo dos fertilizantes revestidos, é uma alternativa viável para otimizar a absorção e reduzir as perdas de nutrientes.

Como tirar o melhor proveito da técnica

Um pré-requisito da tecnologia de revestimento de fertilizantes é a boa aderência aos grânulos de fertilizante para que não seja criada poeira adicional. Fertilizantes com muita poeira não possuem uma aplicação eficiente no padrão de aplicação no campo para o desempenho da colheita.

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) mostra resultados satisfatórios e promissores em relação ao assunto abordado. O aumento da quantidade de micronutrientes aplicados no solo de cultivo, para ambos os fertilizantes, causou incremento de massa seca nas plantas de milho.

No entanto, esse resultado foi melhor para a forma revestida do formulado. Isso porque, para cada kg ha-1 desse fertilizante, o aumento de massa seca é três vezes superior ao obtido pelo formulado NPK com micronutriente na forma de mistura (Gráfico 1).

Gráfico 1. Massa seca de plantas de milho colhidas 45 dias após semeadura em função da aplicação de doses crescentes de micronutrientes, obtidas de fertilizantes na forma de mistura de grânulos de NPK e no revestimento de grânulos de NPK.

Fonte: Gustavo Alves dos Santos

Erros comuns

A escolha do material de revestimento é um potencial problema na hora da produção desses fertilizantes. Alguns materiais usados como agentes agregantes não conseguem reter o revestimento com micronutrientes durante o ensacamento, armazenamento e manuseio do fertilizante, o que pode resultar em segregação e distribuição desuniforme.

A literatura recomenda como ligantes soluções contendo fertilizantes em função dos teores exigidos pela garantia não diminuírem consideravelmente. A separação é outro problema, ao misturar micronutrientes com fertilizantes, devido às diferenças nas propriedades físicas.

Os micronutrientes mais baratos estão geralmente na forma de pó. Quando apenas uma pequena porcentagem de um micronutriente em pó é necessária para uma mistura a granel da fórmula de multinutrientes, e essa mistura é espalhada por vários hectares de terra, pode haver uma grande quantidade de separação de partículas de micronutriente, segregando e resultando em uma aplicação desigual no campo, resultante no crescimento desigual das plantas.

Vale a pena?

A técnica pode reduzir o número de aplicações de fertilizantes convencionais na lavoura, impactando diretamente nos custos de produção, já que passamos por um período conturbado, onde o aumento no preço dos fertilizantes é exorbitante em decorrência da guerra da Ucrânia, além de ter o potencial de fornecer as condições ideais de nutrição para as plantas.

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  Fabiano Pacentchuk Engenheiro agrônomo, mestre em produção Vegetal e doutorando em Agronomia - Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) fabianopacentchuk@gmail.com Margarete KimieFalbo Médica veterinária, doutora e professora da Unicentro margaretefalbo@hotmail.com ItacirEloiSandini Engenheiro...

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