O novo levantamento da série histórica FarmTrak Amendoim, da consultoria Kynetec, acaba de ser divulgado. O estudo revela que os defensivos agrícolas para a cultura movimentaram US$ 98 milhões no ciclo 2022-23, alta de 28% ante o período 2021-22 (US$ 77 milhões). Ainda em relação à safra anterior, acrescenta a Kynetec, o plantio de amendoim saltou de 200 mil hectares para 215 mil hectares (+7,4%) no território nacional. Em torno de 90% das áreas de cultivo, afirma a empresa, ficam no estado de SP.
Segundo a analista de mercado da Kynetec, Raquel Ribeiro, a exemplo de safras anteriores, o bom desempenho financeiro dos defensivos agrícolas na cultura se explica, sobretudo, pelo fato de o produtor ter buscado mais produtividade por meio de aprimoramento tecnológico. “O agricultor também tem feito investimentos importantes no uso de sementes eficientes, além de equipamentos e implementos agrícolas em geral.”
Conforme Raquel Ribeiro, os desembolsos do produtor na safra vieram atrelados, ainda, à atratividade do mercado externo. Em 2022, ela salienta, foram exportadas cerca de 285 mil toneladas de amendoim, ou 38% do total da produção brasileira em 2021-22 (747 mil toneladas), volume 44% acima do medido no ciclo 2019-20 (198 mil toneladas). O Brasil é o 13º maior produtor e 7º país no ranking de exportadores de amendoim.
Quanto aos defensivos agrícolas, especificamente, continua a especialista, a pesquisa Kynetec aponta que a adoção de produtos atingiu 100% nos principais segmentos. “O número de aplicações subiu 12% e a área tratada total (PAT) chegou a 7,9 milhões de hectares.” Nos cultivos paulistas, enfatiza Raquel, o grau tecnológico de lavouras se manteve robusto e impulsionou a produtividade para 3.975 quilos por hectare (+6,5%).
Agroquímicos por categoria
Segundo o FarmTrak, os fungicidas permanecem na posição de agroquímicos mais relevantes à proteção do amendoim: representaram 42% do total ou
US$ 41 milhões. Frente à safra anterior, diz Raquel Ribeiro, houve elevação da ordem de 21% no resultado financeiro da categoria. “Este segmento foi impulsionado pelo controle da pinta-preta (Pseudocercospora personata).”
Na segunda posição, com 38% do total ou US$ 37 milhões, os inseticidas avançaram 29%, “tracionados pelo controle do tripes (Enneothrips flavens) e da lagarta-do-pescoço-vermelho (Stegasta bosquella)”, resume Raquel.
Herbicidas e defensivos para tratamento de sementes fecham a pesquisa. Os primeiros corresponderam a 11% do mercado de agroquímicos para amendoim ou a US$ 11 milhões, com acréscimo de 50% comparativamente à safra anterior. Já os produtos para tratamento de sementes cresceram 34%, para US$ 6 milhões, e equivaleram a 6% do total movimentado na cultura em 22-23.