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Nutrição do abacate

O manejo do abacateiro é fundamental no desenvolvimento.

Daniele Maria do Nascimento
daniele.nascimento@unesp.br

Marcos Roberto Ribeiro Junior
marcos.ribeiro@unesp.br
Engenheiros agrônomos e doutores em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP/Botucatu

Pedro Henrique Ribeiro
Graduando em Engenharia Agronômica – UNESP/Botucatu
pedro.h.ribeiro@unesp.br

O manejo nutricional adequado do abacateiro desempenha um papel fundamental no seu desenvolvimento, uma vez que uma planta que não recebe os nutrientes necessários enfrenta uma série de problemas. Esses problemas incluem crescimento desuniforme, redução na produtividade e tamanho dos frutos, além de uma maior suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças.

Foto: Shutterstock

O abacateiro é uma planta que apresenta exigências nutricionais específicas, tais como nitrogênio, fósforo e potássio, e é sensível à deficiência de magnésio, manganês, cobre e ferro. É essencial ajustar as doses de macro e micronutrientes em cada estágio da cultura, pois isso terá um impacto direto, tanto na qualidade quanto no rendimento dos frutos.

Uma prática que deve ser adotada pelo agricultor é a utilização da adubação verde, a qual envolve o cultivo de espécies como crotalária, guandu forrageiro, lab-lab, milheto, mucuna-preta, tremoço e sorgo.

Durante o período de florescimento do abacateiro, é recomendado realizar a roçagem dessas plantas e deixar a biomassa verde no solo, contribuindo para a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do perfil.

Adubações

As adubações no abacateiro são realizadas de acordo com o estágio de desenvolvimento da planta, sendo divididas em adubação de plantio, durante a fase de formação, e adubação durante a frutificação.

Para determinar as quantidades adequadas de cada nutriente, é altamente recomendável realizar uma análise do solo. No entanto, na ausência dessa análise, é possível adotar algumas recomendações, levando em consideração o estágio de desenvolvimento da planta.

Durante o estágio de viveiro, é recomendado aplicar uma quantidade de 10 g do fertilizante NPK 4-12-8 por planta, em intervalos regulares de 30 a 45 dias. Após essa fase, nos primeiros três anos de crescimento, sugere-se a aplicação de 250 g da fórmula 10-10-10, em intervalos de 60 dias, durante a estação chuvosa.

Caso a fórmula de fertilizante mencionada não esteja disponível, recomenda-se aplicar, no primeiro ano, 55 g de ureia e 35 g de cloreto de potássio por planta, logo após o enraizamento da muda e no final da estação chuvosa.

Não é necessário aplicar fósforo, uma vez que ele permanece disponível por um período mais longo do que os outros nutrientes e já foi fornecido durante o plantio. No segundo ano de cultivo, é recomendado aplicar 65 g de ureia, 220 g de superfosfato simples e 50 g de cloreto de potássio no início e no final da estação chuvosa. Já no terceiro ano, sugere-se aplicar 85 g de ureia, 290 g de superfosfato simples e 65 g de cloreto de potássio, também no início e no final da estação chuvosa. Essas quantidades e períodos de aplicação visam fornecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado das plantas de abacate.

Durante a fase de frutificação do abacateiro, é recomendado utilizar a fórmula 12-6-12, dividida em três aplicações ao longo do período chuvoso. No caso de cultivo irrigado, essa adubação deve ser dividida em quatro aplicações ao longo do ano.

Os nutrientes cobre, zinco, manganês e boro devem ser aplicados por meio de pulverização foliar, duas vezes ao ano durante o período chuvoso. O ferro pode ser adicionado na forma de quelato, em uma quantidade de 20 a 25 g por planta.

Caso a fórmula recomendada não esteja disponível, pode-se utilizar 170 g de ureia, 455 g de superfosfato simples e 100 g de cloreto de potássio, divididos em três aplicações durante o período chuvoso. Essas orientações pretendem suprir as necessidades nutricionais durante a fase de frutificação do abacateiro, garantindo um desenvolvimento saudável e uma produção satisfatória.

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