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Projeto SOIL-ES dá início às atividades de campo

O projeto Serviços ecossistêmicos do solo sob intensificação sustentável da agricultura: em busca de mapeamento e monitoramento inovadores em múltiplas escalas (SOIL-ES)”, atuará em diferentes escalas no MATOPIBA.

Equipes da Embrapa Cocais, Embrapa Algodão, Embrapa Territorial e Embrapa Solos se reuniram, de 1º a 11 de outubro, para um extenso trabalho de campo que abrangeu regiões do sul dos estados do Maranhão e do Piauí. O objetivo foi conhecer a realidade agroambiental dos locais e promover a interação e o planejamento conjunto da equipe do projeto “Serviços ecossistêmicos do solo sob intensificação sustentável da agricultura: em busca de mapeamento e monitoramento inovadores em múltiplas escalas (SOIL-ES)”, que atuará em diferentes escalas na área de estudo da bacia do Alto Rio Parnaíba e Rio das Balsas (MA/PI).

Créditos: Divulgação

Participaram da campanha Joaquim Costa, pesquisador e chefe de P&D da Embrapa Cocais; Dirceu Klepker, pesquisador e gestor da UEP-Cocais-Balsas/MA; João Henrique Zonta, pesquisador da Embrapa Algodão lotado na Embrapa Cocais; Gláucio Borges, técnico de campo da UEP-Cocais-Balsas; pesquisadores Angelo Mansur e Lauro Nogueira Júnior e o analista Hilton Ferraz da Silveira, da Embrapa Territorial; bem como os pesquisadores da Embrapa Solos Guilherme Donagemma, Elaine Fidalgo e Rachel Prado, essa última a coordenadora do projeto.

Na escala local, o propósito foi a visitação e seleção das áreas para amostragem de solos em campo para avaliação de indicadores de serviços ecossistêmicos de solo. Na escala de bacia hidrográfica, a equipe buscou entender os principais tipos de uso e cobertura do solo, bem como prospectou locais para avaliar os estoques de carbono e a erosão do solo, em uma bacia hidrográfica em Tasso Fragoso (MA). Na escala regional, foram identificados os principais usos da terra e sistemas de produção e manejos agropecuários (em pequena e larga escala), o uso da água para diferentes fins e a situação das unidades de conservação presentes na área de estudo.

No município de Tasso Fragoso, a equipe visitou uma fazenda onde são conduzidos experimentos da Embrapa (UEP Cocais) há mais de 15 anos, com pesquisas avaliando diversos modelos de sistemas sustentáveis para a Região do Matopiba, assim como a fertilidade dos solos em diferentes cultivos. A fazenda será a área de desenvolvimento dos estudos mais detalhados do projeto, em escala local, sob condução da Embrapa Cocais, cujo supervisor é o pesquisador Dirceu Kepkler.

“A experiência da Embrapa Cocais será fundamental para a seleção das áreas e tratamentos a serem amostrados, bem como para que as mesmas tenham boa representatividade da região a ser estudada”, disse o chefe de P&D da Embrapa Cocais, Joaquim Costa.

Na escala de bacia hidrográfica, sob responsabilidade da Embrapa Territorial, o objeto de estudo é a bacia do Rio Marcelino, onde está localizada a fazenda citada. No trabalho de campo, a equipe da Embrapa Territorial percorreu cerca de 600 quilômetros pelo interior e bordas da bacia, tomando pontos georreferenciados e observando as características naturais, o estado de conservação do solo e o uso e ocupação das terras. A seleção dessa bacia foi precedida de um estudo técnico, que levou em conta a extensão do território, a distribuição de registros de imóveis no Cadastro Ambiental Rural (CAR), os tipos de solos presentes e o uso e ocupação das terras. O objetivo final das atividades é gerar um protocolo de avaliação de serviços ecossistêmicos do solo adequado para essa escala. Para tanto, será feito o mapeamento de uso e cobertura das terras e haverá a construção de modelos para avaliar perda e sedimentação do solo, bem como estoques de Carbono, com o uso do software Invest (Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs).

O levantamento na escala regional iniciou com a campanha de campo realizada em agosto de 2023 pelos pesquisadores da Embrapa Solos José Francisco Lumbreras e Amaury de Carvalho Filho, para identificação de padrões da paisagem que, apoiados em levantamentos de solos da região, orientarão o zoneamento dos serviços ecossistêmicos dos solos das bacias do Alto Rio Parnaíba e do Rio das Balsas. Dando continuidade, no levantamento de campo realizado em outubro, as pesquisadoras da Embrapa Solos Elaine Fidalgo e Rachel Prado percorreram mais de 2.000 km na região para complementar informações relacionadas ao uso e manejo da terra, agricultura e recursos naturais, bem como contataram e conversaram com atores e gestores locais-chave para o projeto. Esse conjunto de informações subsidiará a elaboração de um zoneamento dos serviços ecossistêmicos dos solos.

Plataforma da União Europeia

O projeto SOIL-ES foi aprovado em um edital de uma Plataforma da União Europeia voltada à articulação da cooperação internacional na área científica de sustentabilidade dos solos, a EJP Soil. A pesquisa no âmbito desse projeto será desenvolvida simultaneamente no Brasil, na Argentina, no Uruguai e na Colômbia. Além da Embrapa, participam do projeto o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta, Argentina); o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (French National Centre for Scientific Research, CNRS); a Universidad del Quindío (Colômbia) e o Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inia, Uruguai). Na Embrapa, as ações são lideradas pela Embrapa Solos e contam também com a participação da Embrapa Cocais, Embrapa Algodão e Embrapa Territorial.

De acordo com os pesquisadores, o projeto tem como foco as áreas de intensificação da agricultura e da pecuária e, por isso, no Brasil, o objeto de estudo é o Matopiba, área de expansão agropecuária que abrange partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

A expectativa para a produção de soja e milho no Maranhão é de crescimento, entre 3,7% e 5,5%, para a safra 2023/2024, podendo chegar de 3 milhões de toneladas a 3,77 milhões de toneladas, respectivamente. As informações estão no 5° Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O aumento de área plantada esperado para a soja no estado é de 3,4%, em relação à safra anterior, projetada em 1,1 milhão de hectares.

Por outro lado, contrastes são observados na região. Nas áreas planas, no topo das chapadas, são localizadas as lavouras de grãos altamente tecnificadas. Já nos terrenos declivosos, na parte mais baixa do relevo, estão as pequenas propriedades e áreas de pastagens, muitas sem manejo e baixa produtividade, mas com maior presença de fragmentos de Cerrado e Caatinga.

“Os processos erosivos têm se intensificado, principalmente nas encostas das chapadas. Desafios são encontrados também em relação à disponibilidade hídrica e uso da água, abastecimento de alimentos frescos para as cidades, infraestrutura e outros. Conhecer a dinâmica da região é fundamental para a proposição e validação de métricas e métodos mais eficazes para a avaliação dos serviços ecossistêmicos dos solos nas três escalas e para a sustentabilidade da agropecuária”, explicou Rachel Prado.

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