Amanda Machado Pena
Engenheira agrônoma – Faculdade Presidente Antônio Carlos (Unipac)
amandamchadofisioplant@gmail.com.br
Fernando Simoni Bacilieri
Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
fernando.bacilieri@fisioplant.com.br
A cultura do pimentão (Capsicum annuum L.) é a terceira solanácea mais cultivada no Brasil, sendo uma hortaliça que se adapta muito bem em climas tropicais. Consequentemente, é cultivada em variadas regiões do país com diferentes níveis de tecnologia que podem influenciar diretamente na produtividade da cultura alcançada pelos agricultores.
A implantação de ambientes protegidos, como a estufa, permite o ajuste do ambiente em regiões ou épocas do ano que antes era impossibilitada a implantação de determinadas hortaliças.
Tal método consegue promover um melhor controle também na questão de problemas como pragas e doenças, já que as plantas não estarão tão expostas ao ambiente exterior.
Critérios para a atividade
Além do ambiente de cultivo, o sucesso na produtividade de uma hortaliça está associado a outros fatores, tais como: época de plantio, nutrição da planta, características físicas e químicas do solo e tipo de adubação à qual as plantas foram submetidas.
Dentre esses fatores, a nutrição da planta pode ser o fator limitante para a boa produtividade, pois as quantidades de macro e micronutrientes devem ser adequadas para haver um bom desenvolvimento da cultura a ser implantada.
O pimentão é uma cultura exigente em nutrientes e apresenta ótima resposta à adubação mineral, tanto via solo como via foliar. Desta forma, para a obtenção e manutenção de altas produtividades, um dos fatores fundamentais é o manejo correto da adubação, podendo desenvolver métodos de utilização dos nutrientes com o objetivo de aumentar o potencial produtivo da cultura.
Adubação via folha
A adubação foliar pode ser definida como o fornecimento de nutrientes para as plantas na forma de pulverização, aproveitando a capacidade de absorção pelas folhas. Bons resultados podem ser obtidos por essa técnica quando se consegue aplicar o nutriente necessário no local adequado, na época certa, na quantidade correta e ainda se dispuser de tempo suficiente para a absorção.
As modalidades de adubação foliar podem ser divididas em: adubação foliar corretiva, preventiva, complementar e estimulante.
A adubação foliar corretiva tem como objetivo corrigir deficiências nutricionais que possam eventualmente ocorrer durante o ciclo da planta (adubação de salvação). Nesta está um dos empregos mais importantes da adubação foliar, visto que a resposta das plantas é rápida, sendo possível corrigir as deficiências durante o desenvolvimento da cultura, reduzindo perdas de qualidade e produtividade.
A adubação foliar preventiva deve ser adotada em determinados estágios fenológicos em que as plantas do pimentão não conseguem retirar do solo os nutrientes necessários, seja pela alta demanda fisiológica ou por algum fator que induza a deficiência momentânea de algum nutriente, como por exemplo excesso ou falta de água.
A adubação foliar complementar é uma modalidade que pode ser útil no caso de micronutrientes como boro, cobre, ferro manganês e zinco, que são exigidos em pequenas quantidades.
Cabe ressaltar que as aplicações via folha não substituem as adubações via solo, uma vez que as raízes são os responsáveis pela absorção da maior parte dos nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.
No caso da adubação foliar estimulante, a proposta é a aplicação de substâncias como os bioestimulantes, que influenciam no metabolismo das plantas. Nessa modalidade, incluem-se o uso de extratos de algas, ácidos húmicos e fúlvicos, aminoácidos e microrganismos promotores do crescimento de plantas utilizados para resolver problemas fisiológicos, como estresses, baixo enraizamento de mudas, abortamento de flores e frutos e problemas no enchimento de frutos.
Alerta
É importante lembrar que a nutrição de uma planta determina, em grande escala, sua resistência ou suscetibilidade à doença e a habilidade de patógenos causarem problemas. Os nutrientes interagem com a parte do componente ambiental, e a nutrição da planta, embora frequentemente não reconhecida, sempre foi um componente do controle de doenças.
Em suma, pode-se dizer que uma planta bem nutrida será saudável. Muitos produtores gastam demasiadamente com o controle de pragas e doenças, o que poderia ser reduzido ou até mesmo evitado por meio da nutrição equilibrada das plantas.
Na ponta do lápis
Uma questão que dificulta a maior adesão dos agricultores aos fertilizantes foliares é o fato de haver no mercado uma infinidade de produtos com diferentes tecnologias que influenciam na eficiência do aproveitamento dos elementos fornecidos.
Para a adoção dessa tecnologia, os agricultores devem seguir as recomendações de uso dos técnicos e fabricantes, considerando a dose, fase fenológica e o objetivo esperado em cada aplicação, sem esquecer de avaliar a eficiência dos produtos e os resultados que os mesmos proporcionam quando são utilizados.
Os benefícios diretos e indiretos da aplicação de fertilizantes foliares devem ser considerados, uma vez que essa prática favorece não só o aspecto quantitativo, ou seja, a produtividade, mas também traz melhorias na qualidade das colheitas.
O QUE É
Fornecimento de nutrientes para as plantas na forma de pulverização, aproveitando a capacidade de absorção pelas folhas.
OPÇÕES
Adubação foliar corretiva;
Preventiva;
Complementar;
Estimulante.
RESULTADOS
Mais produtividade, quando se consegue aplicar o nutriente necessário no local adequado, na época certa, na quantidade correta e ainda se dispuser de tempo suficiente para a absorção.