A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit recorde no acumulado de janeiro a outubro deste ano, com saldo de US$ 75,5 bilhões. As exportações tiveram receita de US$ 85,8 bilhões, alta de 5,7% em relação ao mesmo período de 2019, com volume embarcado de 189,4 milhões de toneladas, aumento de 12,4%. A análise é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
Os produtos mais vendidos em 2020 foram soja em grãos (US$ 28 bilhões), carne bovina in natura (US$ 6,1 bilhões), açúcar de cana bruto (US$ 6 bilhões), celulose (US$ 5 bilhões) e farelo de soja (US$ 5 bilhões). Estes produtos representaram 58,3% da pauta exportadora do agro brasileiro nos dez primeiros meses.
A China segue como o principal destino das vendas externas, com participação de 35,8%. União Europeia (16,2%), Estados Unidos (6,5%), Japão (2,4%) e Coreia do Sul (2,1%) completam o ranking dos cinco principais mercados no período, de janeiro a outubro.
Em queda
As exportações em outubro passado tiveram queda de 6,2% em relação ao mesmo mês de 2019, totalizando uma receita de US$ 8,2 bilhões e superávit de US$ 7 bilhões. O total embarcado foi de 18,1 milhões de toneladas, redução de 3,2%. O açúcar de cana bruto foi o produto mais exportado (US$ 1,1 bilhão em valores) e a China também foi o principal comprador dos produtos do agro (26,5% do total).
Lácteos
Os lácteos foram destaque entre os produtos analisados dentro do Projeto Agro BR, desenvolvido em parceria com a Apex Brasil para promover pequenos e médios produtores ao comércio internacional. As exportações em outubro de 2020 somaram US$ 8,5 milhões, 87,5% a mais que no mesmo período do ano passado, principalmente pelo crescimento de vendas do leite modificado e do leite condensado.
No acumulado de janeiro a outubro, o aumento nas vendas foi de 30% em receita (US$ 61,6 milhões) e 30,6% em volume (26,8 mil toneladas), puxado pelas exportações de leite modificado, leite em pó e creme de leite.
Produtos apícolas
Nos primeiros dez meses do ano, o setor registrou expansão de 34,7% nas exportações em valor e crescimento de 58,6% em volume, na comparação com o mesmo período de 2019. Essa variação foi impulsionada pela elevação de US$ 22 milhões nas vendas de mel. Os principais destinos foram os Estados Unidos e a União Europeia, com compras respectivas de US$ 57,1 milhões e US$ 15,4 milhões.