Entre julho de 2018 e abril de 2019, o País atingiu a marca histórica de 1,04 milhão de toneladas embarcadas de algodão em pluma, ultrapassando o último recorde de 1,03 milhão de toneladas exportadas na safra 2011/12
Características como uma boa safra na temporada 2017/18, qualidade, competitividade e maior participação em alguns dos principais mercados consumidores possibilitaram ao Brasil bater uma nova marca na exportação de algodão em pluma, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
Entre julho de 2018 e abril de 2019, o País embarcou 1,04 milhão de toneladas da commodity, ultrapassando o último recorde, verificado entre julho de 2011 e junho de 2012, de 1,03 milhão de toneladas exportadas, segundo dados oficiais do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Desde então, o volume oscilava entre 500 mil e 900 mil toneladas do produto exportado anualmente. Somente no mês de abril deste ano, foram exportadas 72,2 mil toneladas de algodão. Com mais de 35% de participação, a China lidera o ranking dos principais destinos das exportações de algodão brasileiro durante a temporada de embarques da safra 2018.
Desempenho
A Anea já previa que o País iria obter um ótimo desempenho e confia na possibilidade de alcançar o patamar de segundo maior exportador mundial de algodão, ainda neste ano. Com a performance da commodity, Henrique Snitcovski, presidente da Anea, reforça que o País está cada vez mais próximo desta meta. “Para completar o ciclo da safra de 2018, ainda faltam os meses de maio e junho”, afirma.
Um dos principais atributos do setor produtor de algodão brasileiro, de acordo com Snitcovski, é que se trata de um segmento unido, trabalhando para superar desafios, desenvolver e aperfeiçoar a presença da fibra nacional em diversos mercados, com qualidade, regularidade e competitividade.
Algodão à frente do seu tempo
Leonardo Franca – Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia – UNESP –franca.leonardo@yahoo.com.br
A cultura do algodoeiro tornou-se, nos últimos anos, uma das principais commodities brasileiras. O algodão é um produto de extrema importância no cenário agropecuário do País. Por ser uma importante fonte natural de fibras, garante ao País lugar privilegiado no cenário internacional, como um dos cinco maiores produtores mundiais, ao lado dos países como China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Até a década de 1980, o cultivo de algodão no Brasil era concentrado principalmente nas regiões nordeste e centro-sul. O avanço da cultura no Cerrado brasileiro resgatou o País da condição de importador para a de exportador de pluma.
Na década de 90, as importações de algodão representavam 50% da produção nacional. Felizmente esse cenário foi revertido, e hoje o Brasil é autossuficiente na produção de algodão. Segundo dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil tem uma produção estimada de 2.575.40 toneladas de algodão na safra referente a 2018/19. A produção de algodão teve um aumento expressivo, devido a uma série de condicionantes, como: às várias intervenções econômicas e tecnológicas, como o apoio governamental, o surgimento das novas regiões produtoras de algodão, e tecnologias de agricultura de precisão.
Nesta mesma safra 2018/19, o Brasil foi responsável por, em média, por 6% da produção mundial de algodão em pluma. Em dados atuais e segundo informações da CONAB, na produção de pluma, com referência à safra a região Centro-Oeste contribuiu com 72% da produção nacional, e a região Nordeste com 25,5%. Atualmente, o Estado brasileiro no qual apresenta a maior produção é o estado do Mato Grosso, com uma produção estimada 1,33 toneladas, com uma área plantada de 794, 3 mil hectares.
Em dados atuais e segundo informações da CONAB, na produção de pluma, com referência à safra 2017/18, a região centro-oeste contribuiu com 72% da produção nacional, e a região nordeste com 25,5%. Do total da produção do Nordeste, a Bahia contribuiu com 88,6%, o que corresponde a 23% da produção nacional.
Exportações
Neste cenário produtivo, parte da produção nacional é exportada principalmente para a Ásia, com destaque para a China e também para a Europa, em especial Turquia e Portugal (ABRAPA, 2017).
As exportações de algodão do Brasil atingiram 79,1 mil toneladas em janeiro de 2018 com alta de 152,7% em relação às 31,3 mil toneladas embarcadas no mesmo mês em 2017. A colheita referente à da safra 2017/18 de algodão teve recorde na produção nacional, de 2,015 milhões de toneladas de algodão em pluma. A área plantada de algodão no Brasil tem cerca 1,330 mil hectares.
Em receita, o País faturou US$ 130,3 milhões com os embarques da pluma em janeiro, montante 166% superior ao total de US$ 49 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Rentabilidade
A cultura do algodão é uma das que mais gera rentabilidade econômica aos produtores. Ressalta-se a região de São Desidério, por exemplo, já obteve o maior Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do País, com cerca de R$ 1,8 bilhão, segundo o IBGE. Atualmente, a região é responsável por 96% da produção de algodão da Bahia, que é o segundo maior produtor da fibra no Brasil.
O ciclo produtivo do algodão dura cerca de 150 dias. São quase cinco meses entre plantio e colheita. No oeste da Bahia, 100% da safra da região estão colhidos e prontos para comercialização.
Aspecto gerais da cultura
O algodoeiro é uma planta de clima tropical, e pode ser cultivado em larga faixa do planeta, mas não é recomendado o plantio e cultivo em atitudes superiores a 1. 500 m. Nos períodos de deiscência e colheita, as altas temperaturas causam maturações precoces, favorecendo o aparecimento de fibras imaturas, principalmente se houver deficiências em potássio e nitrogênio.
A temperatura ideal para o cultivo é de 25ºC, umidade relativa do ar em 70% e insolação em 2.500 horas luz/ano (em torno de 6,5 horas/dia como mínimo). A planta precisa de uma média de 500 mm e 1.500 mm de água, distribuídas durante todo o ciclo.
A falta de água reduz o desenvolvimento do algodoeiro, causando quedas das flores e frutos e diminuindo a produtividade. Já o excesso de chuva durante o crescimento inicial das plantas dificulta os tratos culturais e provoca o aparecimento de doenças.
Solo
Solos ideias para o cultivo de algodão são os de média a alta fertilidade. Em se tratando de baixa fertilidade, deve-se optar pela correção com adição de adubos químicos, principalmente com os fosfatados.
O cultivo deve ser realizado em solos profundos (2,0 m ou acima), porosos, bem drenados, de textura média e ricos em elementos minerais (N, P2O5, K2O, MgO). A faixa ideal de pH para o cultivo do algodoeiro é de 5,8 a 6,8 ou 5,5 a 6,5.
A planta não pode ser cultivada em solos com pH abaixo de 5,2, porém, tolera pH de até 8,4. A cultura do algodoeiro resiste a diversos tipos de solos, variando do arenoso ao argiloso, tendo como prediletas as terras silico-argilosas. Salienta-se que deve ser evitado o plantio em áreas arenosas, devido à fácil erosão e baixa retenção de nutrientes.
Adubação
A quantidade de adubos recomendada vai depender da análise do solo. Importante nunca deixar a semente em contato com o adubo, colocando-a a 5,0 cm de profundidade do lado da semente.
Após 25 dias da germinação, aplicar adubação de cobertura 1/3 (um terço). Os 2/3 (dois terços) restantes devem ser aplicados 45 dias após a germinação. O adubo de cobertura deve ficar de 15 a 20 cm de distância da planta, sendo depois incorporado ao solo úmido, O algodoeiro é exigente em adubação, necessitando de 69, 26, 73, 36, 27 e 6 kg/ha de N, P2O5, K2O, CaO, MgO e S, respectivamente, para produzir uma tonelada de algodão em pluma.
Sendo assim, os nutrientes de maior importância para a cultura do algodoeiro são, respectivamente:
9 Nitrogênio (N): é o nutriente mais utilizado pelo algodoeiro, responsável pela floração da planta e seu desenvolvimento como um todo. Sua deficiência e notada pelo amarelamento das folhas, redução do número de folhas e menor porte da planta.
9 Fósforo (P2O5): sua deficiência atrasa o desenvolvimento, reduz a frutificação, folhas escuras, fibras com baixa qualidade e manchas ferruginosas nos bordos da folha.
9 Potássio (K2O): aumenta o tamanho das maçãs, peso do capulho e das sementes e promove qualidade das fibras do algodão. A clorose entre as nervuras das folhas do “baixeiro” (que evolui a bronzeamento) é sinal de deficiência de potássio.
9 Cálcio (CaO): bastante exigido pelo algodoeiro, é importante para a utilização do N pela planta, para crescimento e germinação da semente. O murchamento de folhas com curvatura e colapso dos pecíolos mostra a deficiência de cálcio.
Plantio
Na cultura do algodoeiro recomenda-se que o plantio se inicie no início das estações chuvosas, para o aproveitamento da água no ciclo da cultura, caso não seja possível complementar com a irrigação.
Do plantio até o início da floração, a lavoura necessita de uma menor quantidade de água em relação ao restante do ciclo. O estresse hídrico entre os períodos de 60 a 100 dias após a emergência pode induzir à queda das frutíferas e causar diminuição da produção.
A semeadura depende das condições econômicas do produtor. Neste caso, o pequeno produtor usa o método manual, em cova ou sulco, colocando de seis a nove sementes por cova, que resulta de 20 a 30 kg ha-1. O método mecanizado (utilizado por grandes produtores) utiliza 30 a 35 kg ha-1, com gasto de 30 semente por sulco.
O sistema de plantio pode ser em monocultura ou em consórcio, mas é importante lembrar que o espaçamento deve se adequar à necessidade do uso de implementos para o controle de ervas daninhas, controle de pragas e à colheita.
Tratos culturais
Os tratos culturais, como o desbaste e o raleamento, devem ser feitos deixando na cova duas plantas mais sadias, ou dez plantas por metro em linha. O algodoeiro tem um crescimento inicial lento em relação às ervas daninhas e, portanto, recomenda-se deixar a lavoura limpa até a germinação das sementes.
As capinas podem serem feitas de duas maneiras: de maneira manual, com o uso de enxada (pequenos produtores), ou mecânica, utilizando o cultivador, e ainda de forma química, por meio de herbicidas.
Desfolha
O algodoeiro, para ser bem colhido à máquina, precisa estar desfolhado e com os capulhos completamente abertos. O desfolhante deve ser aplicado no mínimo 10 dias e no máximo 20 dias antes de entrar com a colheitadeira, sendo a colheita realizada imediatamente após a queda das folhas, evitando-se os inconvenientes da rebrota.
As condições para uma boa desfolha são: temperatura média acima de 18ºC, plantas completamente desenvolvidas, mas ativas e com maçãs também desenvolvidas; lavoura livre de ervas daninhas e adubações adequadas.
Dentre os desfolhantes, recomenda-se os concentrados emulsionáveis com 70,4% de fosforotritionato de tributila e os concentrados emulsionáveis com 75% de fosforotritionato de tributila.
Os desfolhantes podem ser específicos (produzem queda da folha antes dela secar) e herbicidas (causam morte da folha, que permanece ligada à planta). Os reguladores de crescimento cloreto de chlormequat e cloreto de mepiquat são indicados na dose de 0,5 a 1,0 L/ha – quando o algodoeiro, na floração (50 a 70 dias), ultrapassar 1,0 m de altura com oito a 10 flores abrindo por 10 m de linha de fileira.
Já os desfolhantes etephon e dimethipin thidiazuron devem ser aplicados quando 60 a 70% dos capulhos já estiverem abertos e sua ação se dá em oito a 15 dias. O dessecante (glifosate, paraquat) provoca o secamento da folha sem sua queda, o que resulta em produtos colhidos com alto grau de impureza. Os maturadores (etephon + cyclanilide) devem ser aplicados quando 90% dos capulhos estiverem abertos. O único alvo é o fruto.
Proteção – Algodoeiro agradece com produtividade
Luiz Gonzaga Chitarra luiz.chitarra@embrapa.brFabiano Perina –fabiano.perina@embrapa.br
Pesquisadores da Embrapa Algodão
O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é atacado por diversos fungos, nematoides, vírus e bactérias. Esses patógenos podem estar associados às sementes, presentes no solo ou atacar a parte aérea da planta. Caso não sejam controlados adequadamente, podem causar perdas econômicas ao produtor. Portanto, existem vários métodos eficazes para o controle das doenças causadas por esses patógenos no algodoeiro, dentre os quais destacam-se o controle genético, cultural e químico.
O controle genético consiste na utilização de cultivares de algodoeiro tolerantes/resistentes aos patógenos. Atualmente é o método mais recomendado e de menor custo ao produtor, além de não causar impactos ambientais.
O controle cultural é o método que utiliza, por exemplo, a rotação de culturas, ou seja, espécies vegetais alternadas anualmente numa mesma área agrícola, preferencialmente não hospedeiras dos patógenos que atacam o algodoeiro. A destruição adequada dos restos culturais do algodoeiro, utilizando o método mecânico, químico e cultural, é recomendada também para o controle eficaz dos patógenos.
O controle químico é o método utilizado para o manejo dos patógenos associados às sementes e doenças da parte aérea, principalmente os fungos, bactérias e nematoides.
Alerta
Diversos fungos patogênicos podem estar associados às sementes de algodoeiro e, nesse caso, recomenda-se o tratamento químico das sementes com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Os objetivos do tratamento de sementes são: erradicar ou reduzir aos mais baixos níveis possíveis os fungos presentes nas sementes; proporcionar proteção das sementes e plântulas contra fungos de solo; promover uniformidade na germinação e emergência das plântulas.
Além do tratamento químico com fungicidas, o produtor tem que adquirir sementes geneticamente puras, com alto poder de germinação, sem danos mecânicos e livres de agentes patogênicos, que são fatores fundamentais no estabelecimento e desenvolvimento da lavoura.
Dentre as doenças da parte aérea, a mancha de ramulária, causada por Ramularia areola, se destaca, e o controle com fungicidas registrados no MAPA deve ser realizado preventivamente ou no aparecimento dos primeiros sintomas da doença.
Soluções
Existem 109 fungicidas registrados no MAPA, os quais são recomendados para o controle da doença. A mancha alvo do algodoeiro, causada por Corynespora cassiicola, também é uma doença foliar que surgiu na cultura do algodoeiro na safra 2016/17 e está preocupando os produtores, devido à elevada incidência e severidade da doença, causando a desfolha das plantas, e, consequentemente, perdas ao produtor.
Essa doença se manifesta na cultura da soja, e na cultura do algodoeiro é mais intensa quando o sistema sucessão de culturas soja-algodão é utilizado. O controle químico com fungicidas específicos registrados no MAPA são recomendados, assim como a rotação de culturas com espécies não hospedeiras do patógeno.
Importante ressaltar que em diversas regiões do Cerrado o sistema de monocultivo, em que o algodoeiro é cultivado sucessivamente, e o sistema de sucessão de culturas, em que o algodoeiro sucede a cultura da soja, são os mais utilizados pelos produtores.
Esses sistemas proporcionam maior incidência e severidade das doenças, tanto na cultura da soja quanto do algodoeiro. Doenças que antes atacavam a cultura da soja, hoje estão presentes também na cultura do algodoeiro, como a mancha de mirotécio, mofo branco, mancha-alvo e o nematoide causador da soja louca II, Aphelencoides besseyi.
Portanto, além dos controles das doenças acima mencionados, é importante que os produtores reflitam sobre os sistemas de manejo do solo que estão sendo utilizados para minimizar os problemas no campo.
Erros fatais
Os principais fatores que afetam a produtividade e que estão relacionados às doenças na cultura do algodoeiro são:
Ü A baixa qualidade da semente, que pode afetar drasticamente a produção. Portanto, a semente deve ser adquirida de empresas e/ou produtores idôneos, ser geneticamente pura, livre de agentes patogênicos, danos mecânicos e com alto poder de germinação;
Ü Na maioria das regiões produtoras de algodão os sistemas de solo mais utilizados são o monocultivo ou a sucessão de culturas. Esses sistemas facilitam o desenvolvimento das doenças. Uma das alternativas para minimizar a incidência e severidade das doenças nesses sistemas é a utilização da rotação de culturas com espécies não hospedeiras de patógenos que incidem sobre a cultura do algodoeiro;
Ü Aplicações calendarizadas de fungicidas, sem o monitoramento adequado, podem causar perdas econômicas ao produtor. A lavoura tem que ser monitorada por técnicos de campo bem treinados para identificar corretamente as doenças que incidem sobre a cultura do algodoeiro. Com o monitoramento adequado, as aplicações utilizando fungicidas poderão ser mais eficazes para o controle das doenças, além diminuir o impacto ambiental.
Ü Doses inadequadas de fungicidas, sejam maiores ou menores do que o recomendado, são utilizadas para o controle de patógenos. Portanto, recomenda-se que as doses de fungicidas a serem utilizadas sejam registradas no MAPA.
Ü Utilização de equipamentos não revisados para a aplicação de fungicidas e condições climáticas inapropriadas. A tecnologia de aplicação é extremamente importante, considerando o controle do patógeno. Nesse caso, é importante que os equipamentos a serem utilizados, sejam eles aéreos ou terrestres, estejam adequadamente regulados e calibrados, e observar atentamente as condições climáticas propícias para as aplicações visando um controle efetivo do patógeno. O objetivo é o fungicida atingir o alvo de maneira econômica, homogênea e necessária para o controle do patógeno.
Controle de doenças
Entre as principais doenças do algodoeiro, destacam-se as foliares causadas por fungos, como a ramulária (Ramularia areola) e mancha-alvo (Corynespora cassiicola); e as doenças de solo, como murcha de fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum) e nematoides (nematoide das galhas – Meloidogyne incognita; Nematoide reniforme – Rotylenchulus renifomis; e nematoide das lesões – Pratylenchus brachyurus).
Para controlar as doenças foliares, como ramulária e mancha alvo, o produtor deve integrar medidas de controle, como cultivares com maior grau de resistência, menores densidades e espaçamentos de semeadura, a rotação de culturas entre as áreas de plantio, além de um efetivo controle de altura das plantas.
Após a instalação da cultura no campo, o produtor precisa estar atento ao período de maior favorabilidade a essas doenças, que compreendem de 30 dias após a emergência das plantas até, a depender do nível de resistência da cultivar utilizada, o estádio fenológico compreendido entre o estádio C3 e C5 – que corresponde à abertura de capulhos no terceiro e quinto ramo reprodutivo da planta, respectivamente.
Dessa forma, após instalada a cultura no campo, o produtor deve efetuar o controle dessas doenças por meio de fungicidas registrados para o algodoeiro, iniciando aos 30 DAE (dias após a emergência) até o período mencionado, respeitando o período de reaplicação dos produtos utilizados no controle.
Doenças de solo
Em relação às ‘doenças de solo’, como murcha de fusarium e nematoides, o sucesso no controle será diretamente dependente da capacidade do produtor em integrar técnicas de manejo. Entre essas destacam-se a rotação de culturas com espécies não hospedeiras aos patógenos mencionados anteriormente, o uso de cultivares resistentes, a realização de um bom acompanhamento da população de nematoides no solo, por meio da análise nematológica, aliados a um bom tratamento de sementes, utilizando fungicidas e nematicidas, sejam eles químicos ou biológicos.
Não se engane
Entre os principais erros para o controle da ramulária e mancha alvo do algodoeiro, destacam-se o monocultivo do algodoeiro por diversos anos, o que contribui para o aumento do inóculo dos patógenos na área, associados à adoção de alta densidade de plantas, falha no controle da altura das plantas, uso de cultivares com baixo nível de resistência às doenças e utilização de produtos com baixa performance de controle. Para se precaver desses erros, recomenda-se adotar as medidas de controle supramencionadas, de preferência de forma integrada.