O lítio se tornou, com o passar dos anos, um dos elementos químicos mais importantes para o futuro de diversos setores da economia. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Descartes Systems (Nasdaq: DSGX), líder global na união de negócios intensivos em logística no comércio, evidenciou que o Brasil está se tornando uma potência na exportação de lítio e principalmente das baterias de íons de lítio (NCM 850760).
Vale ressaltar que o levantamento foi possível, pois a Descartes é uma companhia que possui presença global, conta com mais de 20 mil clientes espalhados por todo o mundo e 20 anos de mercado focado em soluções de logística, comércio exterior e supply chain. Deste modo, a pesquisa foi extraída da ferramenta da companhia denominada Datamyne, que abrange um total de 230 mercados em cinco continentes. Além disso, o serviço apresenta transações comerciais em mais de 80 países e acompanha 76% das exportações e importações do planeta.
O levantamento evidencia que em 2020, o país exportou, aproximadamente, o valor de FOB US$ 2.611.646 em baterias de íons de lítio. Somente em 2022, o país já aumentou sua exportação em aproximadamente 38.6% no valor FOB e atingiu a quantia de US$ 3,620,891. Além disso, os países que mais importaram o elemento mineral do Brasil (referência último ano de 2022 e valor FOB) foram: Estados Unidos, México, Romênia e Vietnã. (Vide gráfico abaixo)
“Nós sabemos que durante a pandemia e em detrimento da guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado de componentes eletrônicos ficou escasso. Aliado aos acontecimentos, o lítio apresentou um desempenho fundamental para os novos carros elétricos que chegam ao mercado e também entre outros mercados. O Brasil possui um grande papel, pois visualizamos que o país cresce em número de exportação do elemento químico. Portanto, essa enorme capacidade do país deve chamar ainda mais a atenção de diversos segmentos que utilizam o material para o desenvolvimento de produtos”, aponta Helen Abdu, Responsável pelas soluções Global Trade Intelligence da Descartes na América Latina.
O estudo também evidencia os Estados Unidos como nação que está liderando a corrida pelo lítio. O país desenvolveu uma meta para eletrificar tudo o que for possível (electrifying everything). Além disso, subsídios governamentais, incentivos fiscais e mandatos de políticas locais e nacionais estão sendo implantados nos EUA para acelerar a transição para edifícios e veículos totalmente elétricos. O aumento pós-pandêmico nas importações de baterias de lítio dos EUA ressalta o desafio de atender à demanda crescente – e moderar os custos – da “gasolina do século XXI”.
Os dados do comércio global (veja a Figura 1) indicam que o volume de importações dos EUA do segundo trimestre deste ano ficou no mesmo nível do mesmo trimestre de 2021, avançando apenas 1,2%. Mas uma comparação ano a ano com o 2T20 mostra um aumento de quase quatro vezes de 283,8% no 2T22.
“Por fim, visualizamos que o Brasil além de possuir um enorme potencial para o crescimento e desenvolvimento do lítio, órgãos responsáveis também colaboram diretamente para o momento. Um decreto publicado recentemente pelo governo federal prevê um investimento de R$ 15 bilhões na produção do minério até 2030. Deste modo, caso consigamos traçar um cenário favorável para a produção e desenvolvimento interno do lítio, transição de políticas energéticas voltadas para o mercado de fontes renováveis e crescimento da demanda, podemos afirmar que o Brasil pode se tornar um grande exportador mundial”, finaliza Helen Abdu, Responsável pelas soluções Global Trade Intelligence da Descartes na América Latina.