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Rodrigo da Silveira Campos
Engenheiro agrônomo, MSc. e analista da Embrapa Agroindústria de Alimentos
rodrigosilveiracampos@hotmail.com
As olerícolas são muito dependentes de grandes aportes de nutrientes, como também muito suscetíveis aos estresses bióticos e abióticos. Para o tomateiro não poderia ser diferente, por ser uma das culturas mais exigentes e suscetíveis.
A utilização dos novos insumos que melhoram a eficiência nutricional da planta como também ativam o seu sistema de defesa (Resistência Sistêmica Adquirida – SAR) são, hoje, uma forma eficiente e moderna de melhorar o vigor e a produtividade das culturas, em especial a do tomate, em virtude de suas características de sensibilidade às pragas, doenças, deficiências nutricionais, déficit hídrico, dentre outros.
A utilização de aminoácidos apresentam respostas positivas, como já observado em diversos trabalhos. A utilização desses insumos, devido a sua ação fisiológica na planta, permite desde um maior desenvolvimento da parte aérea, como aumento do sistema radicular e, por fim, resistência a estresses, como déficit hídrico, ataque por pragas e, em alguns casos, segundo alguns relatos ainda não cientificamente comprovados em campo, resistência ao frio ou calor excessivo.
Os aminoácidos são, em sua maioria, aplicados na lavoura por pulverização de toda a parte aérea, proporcionando a sua absorção foliar. Ressalta-se que a sua utilização não infere em grandes riscos de toxicidade por excesso de adubação nas plantas, fato esse positivo, uma vez que minimiza os riscos causados pelas adubações foliares convencionais.
O “gotejamento“ dos aminoácidos que acontece após a pulverização proporciona, também, benefícios ao solo. Esses serão metabolizados pelos microrganismos do solo, melhorando a disponibilidade de nutrientes para as plantas.
Nesse sentido, fica claro que o seu uso foliar é importante por ter uma maior absorção pelas folhas, mas, em fertirrigação, o sistema radicular será diretamente beneficiado, assim como toda a área explorada pela rizosfera.
Recuperação das plantas
Os aminoácidos auxiliarão o tomate na otimização do uso da energia assimilada pela planta. Lembrando que as plantas consomem muita energia proveniente da fotossíntese para a produção dessas moléculas.
Quando pensamos na sua função sobre a recuperação e desenvolvimento da planta, devemos lembrar de processos metabólicos muito importantes aos quais os aminoácidos estarão associados.
Estratégias recentes mostram que há um grande potencial dos aminoácidos quando utilizados na adubação, permitindo que a planta absorva uma molécula já pronta e disponível para ser utilizada nas suas mais diversas funções, otimizando, dessa forma, o seu metabolismo, e possibilitando que a cultura expresse o seu máximo potencial produtivo.
Genética
Atualmente, os cultivares de tomate disponíveis são de grande potencial produtivo. Desse modo, para que possam ser produzidos frutos em quantidade e com qualidade, é primordial que haja uma estrutura vegetativa muito bem formada para que possa sustentar seu potencial genético.
Os frutos são drenos. Desse modo, deve existir uma estrutura morfológica que sustente o fornecimento ininterrupto de água e nutrientes para os tomates em desenvolvimento.
Iniciando o raciocÃnio, veremos a importância dos aminoácidos no desenvolvimento radicular. Nesse caso, as plantas sintetizam um hormônio denominado auxina, comumente conhecida como o hormônio do crescimento, e tendo como uma das principais funções o alongamento radicular. A auxina mais comum e também de maior importância fisiológica é o ácido indol-3-acético (AIA).
O AIA é sintetizado, principalmente nos meristemas apicais de caules e folhas jovens, mas também muito sintetizado em meristemas apicais de raízes. Ainda assim, o sistema radicular depende muito das auxinas produzidas na parte aérea para um pleno desenvolvimento radicular.