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Aminoácidos são os superprotetores do algodoeiro

Lucas Guilherme Araujo Soares  // Lanna Liza do nascimento silva Graduandos em Agronomia – Universidade Federal da Amazônia (UFRA)

Thiago Feliph Silva Fernandes Engenheiro agrônomo e mestre em Produção Vegetal/Fitotecnia – Universidade Estadual Paulista (UNESP)thiago.feliph@unesp.br

Algodão – Crédito: Shutterstock

Os aminoácidos são os compostos precursores e componentes responsáveis pelas proteínas estimulando o crescimento celular. Estes compostos atuam na regulação do pH dentro das 12 células vegetais, sendo essa função muito relevante, dado que o pH está relacionado com a disponibilidade de nutrientes para as plantas e a dinâmica intracelular dos nutrientes, por exemplo.

O uso de aminoácidos na cultura do algodoeiro é mais apropriado quando as plantas se encontram em períodos críticos do seu desenvolvimento, tais como o período de floração, estresse abiótico ou sob ataque de pragas.

O uso de aminoácidos frequentemente está associado às condições fisiológicas que afetam a planta, como nutrição, clima, fitotoxicológicas e hídricas, que são condições essenciais para qualquer ser vivo obter pleno desenvolvimento.

Benefícios

A suplementação com esses compostos proporciona equilíbrio metabólico, germinação, floração e amadurecimento dos frutos. A eficácia dos aminoácidos é potencializada quando estes são utilizados em conjunto com micronutrientes. Sendo assim, os aminoácidos agem direta ou indiretamente na atividade fisiológica e no desenvolvimento das plantas, melhorando o crescimento das plantas e dos frutos, por exemplo.

A técnica consiste na incorporação dos aminoácidos ao fertilizante, que permite que os nutrientes sejam aproveitados em maior quantidade pelo vegetal, possibilitando assim a velocidade e eficiência da absorção e o transporte e assimilação dos nutrientes pelas plantas.

Dessa forma, as perdas devido à lixiviação, adsorção, volatilização etc. são reduzidas devido à absorção mais rápida de nutrientes. Outro aspecto positivo é que os aminoácidos podem ser incorporados ao metabolismo da planta e participar dos processos metabólicos, melhorando assim o desempenho desta cultura sob estresse ambiental e condições fitotóxicas.

Produtividade

Em termos de produtividade, os aminoácidos em combinação com fertilizantes, vêm obtendo consistência nos resultados, com ganhos expressivos em diversas culturas. Quando utilizado no tratamento de sementes, apresenta resultados satisfatório no enraizamento, resultando em plantas vigorosas e uniformes.

Já no tratamento com aplicação via foliar do algodoeiro, os benefícios são maiores, estendendo-se desde o desenvolvimento vegetativo até o desenvolvimento e maturação dos frutos, refletindo no aumento da produtividade.

A utilização de fertilizantes foliares à base de aminoácidos é uma alternativa a essa adversidade e fornecimento da quantidade necessária para garantir melhores condições de desenvolvimento.

Estudos têm mostrado que, no Estado de Mato Grosso, produtores de algodão vêm utilizando solução à base de aminoácidos e precursores hormonais, o que tem contribuído para o acréscimo de 3 a 4% na produção, pois os aminoácidos agem como um energético, facilitando a entrada de micronutrientes, nutrientes exigidos em menor quantidade pelas plantas, porém, essenciais para o sucesso da produtividade.

Consequentemente, há melhor desenvolvimento, nutrição e enchimento do fruto.  Essa técnica de aplicação de aminoácidos possui consequência direta na rentabilidade da produção.

Para o algodoeiro

Apesar da relevância da adubação foliar somada à aplicação de aminoácidos, poucos trabalhos têm sido encontrados na literatura sobre o uso de aminoácidos em algodoeiro e quase nada é relatado sobre a quantidade de aminoácidos que permeiam a parede celular, penetrando no interior das células foliares.

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O nitrogênio em algodoeiro promove maior crescimento, de maneira geral, no entanto, em certo momento retarda o desenvolvimento, podendo diminuir a produtividade em culturas de ciclo indeterminado.

Há estudos que indicam a tolerância das plantas a estresses bióticos quando submetidas a substâncias nitrogenadas, categoria na qual os aminoácidos estão inclusos. Em alguns casos, o aumento da disponibilidade de aminoácidos nas plantas pode aumentar a taxa de sobrevivência de pragas, pois o nitrogênio possui um importante papel no desenvolvimento destes indivíduos, e na melhoria da qualidade nutricional dos hospedeiros sobre os quais se desenvolvem.

Uma das técnicas para evitar os erros com altas doses de aminoácidos via fertilizantes é saber a quantidade correta a ser aplicada, evitando assim fitotoxidez e o aparecimento de fitopatógenos prejudiciais ao algodoeiro.

Investimento

Por fim, em relação ao custo de aplicação de fertilizante à base de aminoácidos e levando-se em consideração apenas o preço do produto, calcula-se que seja de aproximadamente R$ 100,00 por hectare.

Esta aplicação é geralmente parcelada em quatro vezes durante o ciclo do algodão. Portanto, o investimento do produtor em fertilizantes com aminoácidos durante o cultivo do algodão é de aproximadamente R$ 1.000,00 por hectare. Vale ressaltar que o preço deste produto varia de acordo com sua formulação, marca comercial e princípio ativo. 

Se considerarmos o custo total de execução do pedido, o valor pago pelo produtor fica um pouco elevado, considerado também os valores de mão de obra, maquinário e combustível.

Entretanto, devemos considerar que as variedades principais utilizadas pelos produtores de algodão têm um rendimento médio de aproximadamente 270 t ha-1. E se consideramos que o uso de fertilizantes à base de aminoácidos tem proporcionado um incremento de produtividade da lavoura em média de 10%, então a produtividade média das variedades adubadas com esse fertilizante pode ser de aproximadamente 300 t ha-1.

Dessa forma, se levarmos em consideração que os valores de venda praticados até o atual momento são de R$ 76,00 pela arroba do algodão, então teremos que o valor recebido pelo produtor pode ter um incremento de R$ 3 mil por hectare.

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