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Caldas concentradas geram falta de homogeneidade na aplicação

Diego Miranda de Souza

Doutorando do PPGA ” Proteção de Plantas ” FCA/UNESP ” Campus de Botucatu

Carlos Gilberto Raetano

Professor de Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários ” FCA/UNESP ” Campus de Botucatu

Crédito Miriam Lins
Crédito Miriam Lins

Nos últimos anos, a tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários tem evoluído com o desenvolvimento e disponibilização de produtos fitossanitários mais seletivos, menos tóxicos e formulações mais seguras, pulverizadores com tecnologia embarcada, adjuvantes de pulverização, novos modelos de pontas de pulverização, ou pela difusão do conhecimento no campo. Assim como toda atividade econômica, o processo de pulverização precisa ser eficiente ao menor custo de operação.

Problemas a vista

A redução do número de abastecimentos e o aumento da capacidade operacional da máquina são fundamentais para melhoria do rendimento dos equipamentos no campo. No entanto, pouco se investe em melhoria na logística de pulverização com equipamentos mais eficientes de preparo e abastecimento da calda nos pulverizadores, especialmente nas grandes propriedades rurais.

Pelo imediatismo, via de regra são adotadas velocidades maiores (até 35 km/h), com reduções significativas dos volumes de calda nos tratamentos fitossanitários, procedimentos estes com sérias implicações na falta de homogeneidade na distribuição e eficiência da aplicação.

Os problemas iniciam no preparo da calda de pulverização, em que a redução do volume da calda implica em aumento na concentração do produto químico a ser diluído quando a dosagem é estabelecida em quilo ou litro do produto por área (hectare).

Já se a dosagem é estabelecida em hectolitro (L/100 L), independente do volume aplicado, a concentração do produto químico será proporcional em relação ao volume aplicado.

As misturas

Apesar de haver restrição legal na recomendação das misturas em tanque com produtos fitossanitários, muitos agricultores realizam usualmente tal procedimento com volumes reduzidos de calda.

Nas misturas em tanque com produtos oleosos em volume reduzido os problemas se intensificam, dependendo da natureza e formulação dos produtos químicos envolvidos, tempo de reação, sequência de colocação no tanque e qualidade do diluente.

A avaliação de pré-misturas antecedendo a colocação dos produtos no tanque minimiza a ocorrência de incompatibilidade na mistura(qualquer alteração física: formação de agregados, gel, precipitação e decantação de partículas).

Uma operação mal feita não alcançará o objetivo - Crédito Cristiano Soares de Oliveira
Uma operação mal feita não alcançará o objetivo – Crédito Cristiano Soares de Oliveira

Erros fatais

Outro problema frequente no campo é a desatenção à capacidade volumétrica do tanque do pulverizador. No geral, pulverizadores com tanques de capacidade 600 a 3.000 litros são abastecidos quase ou na totalidade de sua capacidade volumétrica sem atentar ao indicador de volume na parte externa.

Esse procedimento gera erros que podem chegar a 10% acima da capacidade volumétrica do tanque e, consequentemente, na concentração do produto na calda. Além disso, a agitação dos produtos no tanque fica comprometida por não haver espaço para homogeneização dos componentes no líquido diluente e com implicações na eficiência do tratamento; áreas com controle seguidas por áreas sem o controle do agente nocivo.

Como reduzir o volume de calda

 

Para reduzir o volume de calda é preciso resgatar o objetivo da pulverização de um produto fitossanitário, que por definição o produto deve depositar em quantidade suficiente para que seja efetivo no controle do alvo biológico com o mínimo de contaminação de áreas adjacentes.

Portanto, será o contato da calda de pulverização com o alvo biológico que efetivamente resultará no seu controle. Partindo dessa premissa, pode-se inferir que quanto menor o volume de calda, menor será a probabilidade do contato entre o produto e o alvo desejado.

Essa reflexão permite concluir que a redução do volume de calda deve necessariamente ser realizada com base técnica, de forma a garantir que a quantidade mínima do produto atinja o alvo desejado com o mínimo de contaminação de outras áreas.

Assim, a adoção de volumes reduzidos de calda em velocidades maiores de deslocamento do pulverizador não deve ser generalizada e, na maioria das vezes, deveria estar associada a outras tecnologias que possibilitem a colocação da quantidade mínima de calda sobre o alvo, porém, suficiente para o êxito do tratamento fitossanitário.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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