Fabio Olivieri de Nobile
Doutor e professor – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB)
fabio.nobile@unifeb.edu.br
Letícia Ane Sizuki Nociti Dezem
Doutora e professora – Faculdade São Luís de Jaboticabal
agronomia@saoluis.br
O cobre (Cu) desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na rentabilidade das plantações de milho devido às suas funções como micronutriente para as plantas.
Embora seja necessário em quantidades pequenas, o cobre desempenha várias funções críticas nas plantas, incluindo:
1. Fotossíntese: o cobre é um componente vital das enzimas envolvidas no processo de fotossíntese, que é fundamental para o crescimento das plantas.
2. Metabolismo do nitrogênio: o cobre é necessário para a atividade das enzimas que estão envolvidas na conversão de nitrogênio inorgânico em formas orgânicas, como a clorofila e as proteínas.
3. Resistência a doenças: o cobre é um componente importante das enzimas que as plantas usam para combater patógenos. Isso ajuda a aumentar a resistência das plantas a doenças e infecções.
5. Produção de sementes: o cobre é crucial para a formação de sementes saudáveis e para o desenvolvimento das partes reprodutivas das plantas, como espigas de milho.
Deficiência
Portanto, a deficiência de cobre pode acarretar perdas devido ao crescimento mais lento das plantas de milho. Isso pode levar a um menor desenvolvimento das folhas, caules e raízes, resultando em plantas menores e menos produtivas.
A deficiência frequentemente causa clorose (Figura 1), um amarelecimento anormal das folhas devido à redução na produção de clorofila. A clorofila é essencial para a fotossíntese, e quando sua produção é afetada, a capacidade da planta de produzir carboidratos é prejudicada.
Com relação às espigas, a falta do elemento pode levar a deformidades, como espigas mal formadas ou com poucos grãos. Isso tem um impacto direto na produção de milho, reduzindo o rendimento.
A suscetibilidade a doenças, como fungos e bactérias, é comprometida. Isso torna as plantas mais suscetíveis a infecções e doenças, o que pode reduzir ainda mais a produtividade.
A deficiência de cobre pode, ainda, afetar o metabolismo de outros nutrientes, como o ferro e o zinco, levando a deficiências nutricionais adicionais nas plantas. Isso pode agravar os problemas de crescimento e saúde das culturas de milho.
Sintomas visíveis
A identificação no campo pode manifestar uma série de sintomas visíveis, sendo os mais comuns:
1. Clorose: as folhas mais jovens das plantas de milho podem apresentar um amarelecimento anormal, principalmente entre as nervuras, devido à redução na produção de clorofila. Essa clorose é frequentemente um dos primeiros sinais de deficiência de cobre.
2. Má formação de espigas: a deficiência de cobre pode levar à má formação das espigas de milho, com poucos grãos.
3. Enrolamento das folhas: as folhas de milho apresentam um enrolamento anormal, geralmente para cima, ao longo das bordas das folhas.
4. Murcha: as plantas deficientes em cobre podem mostrar sintomas de murcha, onde as folhas ficam flácidas e podem murchar durante o dia, mesmo com um suprimento adequado de água.
5. Manchas escuras nas folhas: em alguns casos, as folhas podem desenvolver manchas escuras ou necrose ao longo das bordas das folhas.
Sem confusão
É importante ressaltar que os sintomas da deficiência de cobre podem ser semelhantes aos de outras deficiências nutricionais ou problemas de crescimento. Portanto, a análise de solo e a orientação de um especialista em agricultura são recomendadas para um diagnóstico preciso e um plano de correção adequado.
A solução
Existem métodos específicos para fornecer cobre às plantas de milho de forma eficaz. A correção de deficiências nas plantas de milho pode ser realizada por meio de várias práticas de manejo, tais como a aplicação de fertilizantes contendo cobre.
Esses fertilizantes geralmente são o sulfato de cobre ou óxido de cobre. A dose adequada deve ser determinada com base nos resultados da análise de solo e nas necessidades específicas da plantação.
A fertirrigação envolve a aplicação de nutrientes, incluindo o cobre, junto com a água de irrigação. Isso permite uma distribuição uniforme dos nutrientes diretamente nas raízes das plantas.
O cobre também pode ser aplicado diretamente nas folhas das plantas por meio de pulverizações foliares, o que é especialmente útil quando há uma deficiência aguda de cobre, que exige fornecer rapidamente o nutriente às plantas.
Recomendações
Por fim, garantir que as plantas de milho recebam a quantidade adequada de cobre envolve a implementação de várias melhores práticas de manejo. A primeira delas é a realização de análises de solo regulares para determinar os níveis de cobre disponíveis.
Com base nos resultados da análise de solo, planeje a aplicação de fertilizantes. Certifique-se de usar fertilizantes que forneçam cobre na forma que as plantas podem absorver facilmente.
Siga as recomendações de dosagem específicas para o tipo de solo e as necessidades de sua plantação. Evite a aplicação excessiva de cobre, pois isso pode ser prejudicial às plantas.
Escolha o método de aplicação mais adequado, como a aplicação direta de fertilizantes no solo, a fertirrigação ou pulverizações foliares, dependendo das condições da plantação e da gravidade da deficiência de cobre.
Planeje a aplicação de cobre de acordo com o estágio de crescimento das plantas. O cobre é mais eficaz quando aplicado durante períodos de crescimento ativo. Continue monitorando os níveis de cobre no solo e as condições das plantas ao longo da temporada de crescimento. Isso permite ajustes nas aplicações, se necessário.
Tenha cuidado para não aplicar excesso de cobre, pois isso pode levar à toxicidade das plantas e causar danos. Siga as recomendações de dosagem e evite a aplicação frequente de cobre sem necessidade.
Esteja atento aos sintomas de deficiência de cobre nas plantas, como clorose, má formação de espigas e enrolamento das folhas. Se observar esses sintomas, considere a aplicação de cobre de forma direcionada.
E sempre consulte um especialista, caso tenha dúvidas sobre o manejo em suas plantações de milho.