Em sua quinta edição, o GAF 2022, um dos principais encontros de agronegócios do mundo, debateu os movimentos do setor rumo a um futuro próspero e sustentável para toda a cadeia produtiva, tendo em vista a segurança alimentar global. Juan Aguiriano, Head Global de Sustentabilidade e Tecnologias do Grupo Kerry, destacou, no painel “Economia Circular e Redução do Desperdício de Alimentos”, que há uma oportunidade para as indústrias aproveitarem este momento para mudar, melhorar e usar o poder coletivo para contribuir para um mundo melhor por meio da nutrição sustentável. “Devemos nos comprometer a gerar um impacto real fazendo o melhor para as pessoas, melhor para o planeta e melhor para a sociedade. Para alcançarmos isso, a indústria precisa evitar o desperdício de alimentos”, afirmou o Head Global.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), uma visão bem definida de sustentabilidade para as áreas alimentar e agrícola abrange o amplo acesso a comidas nutritivas, com gestão eficiente dos recursos naturais. Os dados ainda apontam, por exemplo, que mais de 30% das emissões totais de gases do efeito estufa têm origem no sistema alimentar. Para Juan, o futuro vai depender de quão bem este desafio for enfrentado no século 21. “A agricultura é o núcleo do sistema alimentar, e acelerar a mudança para práticas regenerativas terá uma enorme contribuição para o futuro do sistema”, afirmou Aguiriano.
Em sua apresentação, o executivo ressaltou que o objetivo da Kerry é melhorar o perfil nutricional dos alimentos ao mesmo tempo em que contribui com os esforços globais para elevar a sustentabilidade no planeta e na sociedade. Para ele, criar parcerias setoriais e com os clientes é fundamental para garantir a disponibilidade, acessibilidade e segurança dos produtos finais. “Nós, como indústria, precisamos nos unir e contribuir para uma economia circular positiva com menos desperdício, alavancando embalagens sustentáveis e uma contribuição positiva para a sociedade”, observou.
Combate ao desperdício
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), um terço de todos os alimentos produzidos acaba como perda ou desperdício, o suficiente para sustentar mais de 2 bilhões de pessoas, o que representa USD 936 bilhões de custo para a economia global anualmente, isso poderia ser investido para reverter a situação de milhares de pessoas. A redução desse desperdício, explica o Head Global da Kerry, depende de dois fatores principais: o aproveitamento das soluções de preservação para prolongar a vida útil dos alimentos e os impactos dessa ação no comportamento do consumidor. “Garantir que todos os alimentos sejam produzidos com uma vida útil máxima alimentará mais pessoas e reduzirá significativamente o impacto ambiental. Estender a vida útil de um alimento, protegendo-o do mofo, do envelhecimento e da degradação do sabor, é o que dá a chance de ser consumido ao invés vez de desperdiçado”, declarou.
O comportamento e os hábitos do consumidor também impactam significativamente no desperdício de alimentos, e um pequeno passo, como aumentar a conscientização sobre usar até datas de validade é um passo relativamente simplista, mas importante, para que nada seja descartado prematuramente. Há também tecnologia disponível para ajudar a influenciar o comportamento do consumidor. Por exemplo, um simples escaneamento de uma embalagem confirma se a cadeia de frio permaneceu intacta e fornece dados precisos da carga microbiana em um produto, substituindo a melhor data estática. Juan Aguiriano também abordou no GAF 2022 a influência dos hábitos do consumidor sobre o desperdício de alimentos. Medidas simples, como conscientizar o público de que é seguro consumir alimentos até o término da data de validade, ajudam a impedir o descarte prematuro. Além disso, há tecnologia disponível para ajudar a influenciar o comportamento do consumidor. Por exemplo, um simples escaneamento de uma embalagem confirma se a cadeia de frio permaneceu intacta e fornece dados precisos da carga microbiana em um produto, substituindo a melhor data estática. Para o Head Global da Kerry, se pudermos reverter essa tendência, além de economizar comida suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas, se contribuiria significativamente para a reversão das mudanças climáticas.