De 22 a 25 de outubro, Franca (SP) foi sede do 48º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, organizado pela Fundação Procafé, Consórcio Pesquisa Café/Embrapa Café, Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Uniube (Universidade de Uberaba) e UFLA (Universidade Federal de Lavras).
O evento anual aconteceu no Centro de Convenções do Hotel Dan Inn e recebeu 500 convidados, principalmente técnicos e pesquisadores, além de uma significativa representação de produtores e lideranças de cooperativas.
Temas
O congresso teve como objetivo apresentar e discutir os mais recentes avanços na pesquisa cafeeira, com foco em tecnologias inovadoras que poderão ser aplicadas na prática agrícola. Durante o congresso, os presentes tiveram a oportunidade de conhecer novas variedades, sistemas de irrigação e adubação mais eficientes e métodos eficazes de controle de pragas e doenças, além de técnicas aprimoradas de colheita e preparo do café. Também foram apresentados sistemas inovadores de inteligência artificial, que podem ser utilizados para regular maquinários.
Nos quatro dias também foram debatidos assuntos como aspectos socioeconômicos, gestão de propriedades e acompanhamento de custos de produção. Os participantes puderam, ainda, explorar soluções para desafios como a estiagem e o manejo da irrigação, além de atualizações sobre o controle de pragas e doenças que afetam a lavoura.
“Os trabalhos apresentados foram extremamente diversificados, permitindo que cada participante encontrasse temas de seu interesse, desde técnicas de irrigação até novas variedades de café adaptadas a diferentes regiões do Brasil”, afirma José Braz Matiello, coordenador do congresso.
A programação incluiu cerca de 40 a 50 apresentações por dia, em que pesquisadores de diferentes estados – SP, MG, ES, PR, BA e RO – tiveram a oportunidade de compartilhar experiências em sessões de dez minutos. Além das apresentações, o congresso contou com seminários diários, onde especialistas abordaram temas específicos de relevância, seguidos de discussões e debates abertos. Ao todo, cerca de 110 a 120 trabalhos foram apresentados oralmente, com 450 sendo divulgados no livro do evento.
Os estudos apresentados estão disponíveis no site da fundação, e todos os participantes receberam um livro com os trabalhos. Aqueles que não puderam comparecer ao evento também terão a oportunidade de acessar essas informações online.
Desafios
“Estamos em uma região muito importante para a cultura do café. Infelizmente, enfrentamos problemas devido à seca, que prejudicou bastante as lavouras e, consequentemente, resultará em prejuízos significativos. A falta de água, aliada ao calor intenso, gerou um déficit considerável”, disse o organizador do evento.
Ainda segundo ele, os cafeicultores devem enfrentar desafios financeiros em função dos problemas climáticos. Contudo, a boa notícia é que, atualmente, os preços do café estão mais favoráveis e o custo de produção, por sua vez, está um pouco reduzido, visto que os preços dos adubos ainda não tiveram grandes aumentos.
Portanto, este é um momento oportuno para continuar investindo na cafeicultura, de acordo com o especialista. A tendência é que, apesar da diminuição da oferta de café, as condições de preço se mantenham estáveis. “Embora não possamos prever com exatidão a evolução dos preços, a expectativa a curto prazo é de estabilidade”, conclui Matiello.