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Cultivares de atemoia – Qual escolher?

Autor

Geraldo Henrique Martins Vieira
Engenheiro agrônomo e professor – Centro Paula Souza e Centro Universitário Sudoeste Paulista (UniFSP)
ghmv01@gmail.com

São conhecidas cerca de 15 cultivares de atemoia, das quais algumas foram introduzidas no Brasil. Dentre estas, as mais conhecidas e plantadas por aqui são Gefner e Thompson, sendo a cultivar Gefner mais plantada nas regiões norte e nordeste e a cultivar Thompson (a mais plantada no Brasil) nas regiões mais ao sul.

Produção

Trabalhos demonstram que as cultivares de atemoia podem produzir frutos de 150 a 700 gramas; e apresentar diferenças como: Gefner 63% de polpa, 28% de casca e 6,7% de semente e Thompson 46% de polpa, 49% de casca e 3,8% de semente.

A cultivar Thompson apresenta casca mais grossa e carpelos menos salientes que a cultivar Gefner, o que diminui a influência de perdas de qualidade no pós-colheita, por escurecimento de casca, causado por machucaduras nas frutas, o que talvez tenha feito o produtor preferir a referida cultivar.

O favorecimento do desenvolvimento dos frutos ocorre quando as temperaturas máximas atingem entre 22° e 28°C e as mínimas entre 10° e 20°C; o que caracteriza a possibilidade de plantio em áreas de clima subtropical; características estas que podem ser encontradas, por exemplo, nos planaltos.

Doçura

O teor de ºBrix (teor de sólidos solúveis totais na fruta), índice que determina a docilidade da atemoia, pode variar de 4ºBrix a 27ºBrix, sendo que quanto maior o ºBrix, maior a docilidade da fruta. Trabalho de pesquisa em pós-colheita da atemoia cultivar Thompson, desenvolvido por Lundgren (2017), encontrou valores de 32ºBrix em suas análises de laboratório, para esta cultivar.

Os diferenciais de ºBrix podem estar relacionados aos teores de frutose encontrados na fruta, pois este tipo de açúcar é 1,7 vez mais doce que a sacarose.

A fruta é de característica climatérica, palavra que define a continuidade de seu processo de amadurecimento após a colheita. Este fator caracteriza a importância das condições de armazenamento para uma maior durabilidade do fruto, o que pode ser atingido com temperaturas de 15ºC e umidade relativa de 90%.

Importância econômica

Segundo o Anuário Brasileiro de Fruticultura no ano de 2017, a cultura gerou, em média, três empregos por hectare e o mercado interno consumiu em torno de 97% do total de frutas frescas produzidas no País com um consumo per capita é de 57 quilos.

A adequação do plantio requer clima onde a atemoia possa desenvolver-se, em toda sua fenologia, sem geadas e em solos profundo, bem drenado e preferivelmente de textura leve, suprido de matéria orgânica.

O espaçamento pode variar de 7 x 6 m a 9 x 7 m, com produção variando de rendimento no País, com valores médios entre 12 e 25 t/ha, em que a quantidade de mudas necessárias por hectare pode variar conforme modelo de plantio; a exemplo de:

D = Densidade de plantio/ha

Área plantada = 10.000 m2 (1,0 ha)

Adubação de plantio

A adubação de plantio deve seguir recomendações de um engenheiro agrônomo, mediante análise de solo, mas como exemplificação básica do Boletim 200 do IAC (Instituto Agronômico de Campinas).

A adubação de formação deve usar, até o 3º ano, aplicações bimestrais no período chuvoso de 100 (na 1ª aplicação) a 600 g/planta (na última aplicação) de uma mistura de adubos contendo cerca de 10% de cada um dos nutrientes N, P2O5 e K2O.

Na adubação de produção (a partir do 4º ano), aplicar 1.800 g/planta de uma mistura de cerca de 8% de N, 3% de P2O5 e 9% de K2O, em três aplicações anuais (outubro, janeiro e março). Periodicamente (dois a três anos), fazer análise de solo, aplicando calcário dolomítico e sulfato de zinco (15 a 20g), se necessário e, se possível, aplicar anualmente matéria orgânica.

Custos

Os custos de implantação da atemoia variam no decorrer do cronograma do projeto, sendo de aproximadamente R$ 8.000,00/ha, referentes a aproximadamente 420 mudas/ha, a R$1 3,00/unidade e o restante com insumos básicos de plantio, preparo de solo e plantio.

A manutenção da cultura no 1º ano tem custo aproximado de R$ 4.000,00/ha e no 2º ano o custo soma mais R$ 3.000,00/ha, o que caracteriza um total de aproximadamente R$ 15.000,00/ha até o início da produção.

Tecnologias

A tendência de mercado mostra a preocupação da ciência na busca por tecnologias, as quais auxiliam o produtor a aumentar a vida útil de prateleira (maior tempo de armazenamento no pós-colheita) da atemoia. Esta preocupação se faz em função de que um aumento significativo da produção sem que existam tecnologias adequadas para o armazenamento desta, possam causar grandes perdas financeiras aos produtores envolvidos no segmento, em função do critério da lei de oferta e procura.

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