As cultivares MGS Paraíso 2 e MGS Turmalina, desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), foram destaques na 12ª edição do Prêmio de Cafés do Cerrado Mineiro, realizado pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado. O evento, que celebra a excelência na produção cafeeira da região, aconteceu no mês de novembro, em Uberlândia, Minas Gerais.
A cultivar MGS Paraíso 2 conquistou o 1º lugar na categoria “Café Natural” e o 2º lugar em “Fermentação Induzida”. Já a MGS Turmalina garantiu o 3º lugar na categoria “Café Natural”.
Na categoria “Café Natural”, em que o café é seco integralmente com casca e pergaminho, a MGS Paraíso 2 obteve 90,58 pontos. O grão premiado foi cultivado por Flávio Márcio Silva, da M&F Coffee (Cooperativa Carmocer).
Em entrevista para os canais oficiais da premiação, Flávio ressaltou que o prêmio representa o reconhecimento de um ano de dedicação intensa de sua equipe e acredita que a valorização é essencial para manter o cafeicultor motivado a produzir os melhores cafés para o mundo.
A MGS Turmalina também faz parte do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da EPAMIG. A cultivar, produzida por Enivaldo Marinho Pereira, técnico agrícola da Cooperativa Carmocer, se destacou com 88,15 pontos na categoria “Café Natural”.
Enivaldo, que atua na cafeicultura desde 1986, lembra que o processo de cultivo, em parceria com a EPAMIG, se iniciou em 2010: “A ideia era plantar 16 materiais diferentes e acompanhar o desenvolvimento dos cafés Paraíso. Após amostragem e colheitas, identificamos o potencial para qualidade e produção”, reforça.
Na categoria “Fermentação Induzida”, que abrange processos de fermentação aeróbica ou anaeróbica com duração superior a dez horas, a MGS Paraíso 2 conquistou uma pontuação de 89,7. O grão, inscrito pela cafeicultora Beatriz Aparecida Guimarães, também garantiu a ela o troféu “Mulher de Atitude”.
Saca de MGS Turmalina é arrematada por valor recorde
Durante a premiação, o Leilão Café Solidário atingiu um marco histórico: uma saca da MGS Turmalina, cultivada por Enivaldo Marinho, foi arrematada por R$ 115 mil, o maior valor já registrado no Brasil. Os responsáveis pela compra foram o consórcio Carpec, Louis Dreyfus e Sebrae Minas.
Cultivares e seus potenciais
A MGS Turmalina, lançada em 2021, é fruto do Programa de Melhoramento Genético da EPAMIG e possui a mesma origem genética da MGS Paraíso 2.
O pesquisador da Embrapa Café e EPAMIG, Antônio Carlos Baião, destaca os resultados positivos: “A cultivar tem mostrado alto potencial produtivo em todas as regiões onde foi testada, oferecendo uma bebida de excelência mesmo em condições adversas”.
A MGS Paraíso 2, por sua vez, foi lançada em 2012 e tem se destacado por sua resistência à ferrugem, precocidade de maturação e adaptabilidade a diferentes sistemas de cultivo e colheita.
“Derivada do cruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 30 e Híbrido de Timor UFV 445-46, a cultivar é reconhecida pela alta produtividade e pelo potencial para a produção de cafés especiais”, complementa o pesquisador da EPAMIG, Marcelo Malta.
O reconhecimento no Prêmio do Cerrado Mineiro reforça o papel da EPAMIG no desenvolvimento de cultivares que não só impulsionam a produção nacional, mas também colocam o café mineiro em evidência no cenário global.