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Desbaste de mogno africano: Você sabe fazer?

 

Rodrigo Ciriello

Diretor comercial da Tropical Flora

rodrigo@tropicalflora.com.br

 

Toras de Mogno Africano - Crédito Tropical Flora
Toras de Mogno Africano – Crédito Tropical Flora

Como continuidade do trabalho de pesquisa e desenvolvimento na produção de mogno africano (Khaya senegalensis), a equipe da Tropical Flora vem realizando os desbastes nas áreas florestais plantadas com idade que varia entre seis a oito anos nos seus plantios localizados na cidade de Garça, no interior de São Paulo.

O trabalho inicial se deu pela marcação das árvores que seriam abatidas nos plantios com espaçamento de 3 x 2 metros e 3 x 3 metros, combinando duas técnicas – a seletiva e a sistemática.

Na escolha seletiva são considerados os fatores de forma do fuste, altura, diâmetro, sanidade, entre outras características que demonstram quais árvores devem ser cortadas para que as melhores possam permanecer no plantio para desbastes (cortes) futuros.

Desbaste de mogno Africano - Crédito Tropical Flora
Desbaste de mogno Africano – Crédito Tropical Flora
Toras de Serraria de Mogno Africano - Crédito Tropical Flora
Toras de Serraria de Mogno Africano – Crédito Tropical Flora
Tora toretes - Crédito Tropical Flora
Tora toretes – Crédito Tropical Flora
Lenha de Mogno Africano - Crédito Tropical Flora
Lenha de Mogno Africano – Crédito Tropical Flora

É necessário combinar a escolha sistemática para que o plantio não apresente aberturas muito grandes, caso haja a concentração de árvores com baixo padrão em um talhão. Esse trabalho é realizado por um engenheiro florestal da empresa, que capacita e posteriormente monitora a equipe de manejo, conduzindo o trabalho para que apenas as árvores de padrão inferior sejam cortadas nesse desbaste.

O próximo passo

Depois de realizado o procedimento do corte, a equipe de manejo separa o fuste comercial para serraria do restante da árvore, que é composto por galhos e fuste mais fino e tortuoso.

O fuste comercial passa pelo procedimento de secagem ao sol antes de ser processado e o restante é particionado em toretes de um metro e empilhado no carreador da fazenda para ser vendido como lenha.

Valor agregado

A Tropical Flora efetuou a venda dessa lenha por R$ 45,00/m3, já concretizando o primeiro faturamento de sua floresta de mogno africano. Esse valor é basicamente o mesmo pago pela lenha de eucalipto que a empresa cortou na mesma operação.

Já a madeira proveniente do fuste comercial para serraria está sendo enviada para laboratórios de pesquisa de madeira para que seja feita a caracterização técnica com foco na utilização pela indústria moveleira, pisos, construção civil etc, justamente para que possamos agregar valor e colocar a madeira de forma segura e viável no mercado.

Outros testes importantes são direcionados para secagem da madeira, processamento, acabamento etc., pois só assim teremos dados concretos da utilização da madeira jovem de mogno africano.

Também com foco comercial, a empresa tem feito contato com designers para utilização em decoração e movelaria fina, assim como com indústrias de móveis que têm o interesse de utilizar a madeira do mogno africano de desbaste e de cortes com idade mais avançada de plantios do norte do Brasil, onde a empresa vem prestando assessoria técnica.

Modelos de plantio

Mais de 90% dos plantios da empresa foram efetuados utilizando o espaçamento de 3×2 m, que traz 1.666 plantas por hectare. Esse modelo segue a dinâmica dos plantios comerciais de eucalipto, que trazem como benefícios o crescimento em altura do fuste, diminuição da ocorrência de galhos laterais, ajuda no controle prematuro da matocompetição pelo sombreamento do solo e, por fim, traz ganho econômico, com a venda da madeira cortada nos desbastes que farão parte do ciclo de produção da floresta, vide o faturamento que já estamos obtendo nesse primeiro desbaste.

Poucos plantios de mogno africano no Brasil já estão rendendo receita para o produtor, por isso a Tropical Flora tem feito um grande esforço para documentar todas as etapas de seu plantio para que isso possa se tornar público, por meio de trabalhos científicos e teses de mestrado e doutorado que serão amparadas na empresa. Só assim os ganhos financeiros por hectare podem, finalmente, sair do campo das estimativas para o real.

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