Durante o plantio da cana-de-açúcar, se o produtor utilizar uma variedade de qualidade aliada ao manejo eficiente de solo e de água, juntamente com a colaboração do clima, ele pode ter de três até seis colheitas consecutivas. Depois deste ciclo é a hora de fazer o planejamento das próximas safras e há duas opções: renovar imediatamente o plantio ou proceder a rotação com outras culturas. Caso escolha a segunda alternativa, o processo envolve as seguintes operações: retirada da cana, destruição da soqueira, calagem, preparo do solo, plantio da cultura anual, colheita (entre fevereiro e março) e novo plantio logo em seguida.
Qualquer erro nesta programação pode gerar consequências desastrosas na produção desta cultura. O maior agravante é que boa parte dos erros somente serão identificados após alguns meses, o que pode comprometer uma grande parcela do orçamento de médio prazo da propriedade. Além do fator financeiro, alguns outros problemas também podem ser ocasionados por uma condução não adequada desta renovação. Entre eles o “envelhecimento” dos canaviais, o desequilíbrio no percentual de áreas a serem reformadas ano a ano e a alta participação de determinadas variedades no plantel varietal na usina.
Segundo Regis Novaes, engenheiro agrônomo da GAtec, empresa especialista no desenvolvimento e integração de sistemas de gestão agroindustrial, todas essas circunstâncias geram severas perdas de produtividade no setor agrícola. “Com essa baixa produção em toneladas/hora no setor industrial, no curto prazo o produtor terá a necessidade de buscar, por meio de arrendamento e/ou fornecedores, a diferença da colheita de cana para suprir a produção de álcool, açúcar e derivados comprometida”, destaca.
Soluções aos produtores
Para auxiliar a classe agrícola a ter melhor eficiência neste importante processo, existem algumas tecnologias no mercado. Entre essas soluções disponíveis está o módulo Planejamento de Reforma e Plantio, da GAtec, um software que permite ao cliente um controle detalhado da reforma dos canaviais. “A partir de técnicas de programação linear, que maximizam a rentabilidade da empresa, este módulo permite que a usina simule seu perfil varietal ideal para um horizonte de 5 a 10 anos, fornecendo uma projeção de reforma de todos os talhões dentro desse período”, detalha Novaes.
Na prática, o sistema funciona como uma plataforma inteligente de dados e informações, ou seja, é como se o produtor tivesse à sua disposição um novo departamento de gestão, trabalhando em tempo real. A cada entrada, os cálculos são realizados automaticamente e todo o sistema é atualizado com os novos resultados. É um método de automação da sua gestão.
De acordo com o engenheiro agrônomo da GAtec, a ferramenta proporciona para o cliente a otimização de todas as áreas e indica quais seriam as melhores delas para reformas. “Isso é feito ano a ano, recomendando qual seria a melhor variedade a ser plantada em cima de cada uma daquelas áreas, com base em todas as características, premissas, restrições técnico-econômicas que o consultor ou o usuário colocou para dentro do sistema”, complementa.
Há também a indicação de qual seria o melhor esquema, melhor época ou o melhor ciclo de plantio. Para tanto, o sistema necessita de uma base de dados e de produtividade confiáveis que reflitam as condições da agroindústria. Ele analisa uma série de restrições operacionais como:
· Curvas médias de cana por variedade e por ambiente de produção;
· Estimativas de produtividade por variedade e por estágio de corte e ainda por ambiente de produção;
· Capital disponível e/ou necessidade de área (mínimo/máximo) para reforma por ano analisado;
· Custos e perdas agrícolas e industriais;
· Percentual máximo de participação de variedades no plantel varietal por safra.
Segundo o especialista, com os dados básicos e as restrições listadas, o sistema gera todas as possíveis políticas de reforma por talhão, “assim resulta ao tomador de decisão a melhor política técnico-econômica para a empresa, que trará o maior retorno econômico”, finaliza o especialista.