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Frutas: novas fronteiras tecnológicas alavancam o setor

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas e, em 2024, a exportação de frutas rendeu ao Brasil US$ 1,3 bilhão, com destaque para manga, limão, melão e uva.

De acordo com dados recentes do Ministério da Agricultura, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com aproximadamente 2,5 milhões de hectares plantados e cerca de 5 milhões de empregos gerados. O mais recente levantamento da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) aponta que o país produziu 43 milhões de toneladas em 2023.

Em termos de valores, a exportação de frutas rendeu ao Brasil US$ 1,3 bilhão no ano passado e US$ 840,8 milhões em 2014, conforme o Agrostat. Já a exportação do agronegócio em geral somou US$ 164,4 bilhões em 2024 e US$ 140,8 bilhões há dez anos.

Entre as frutas frescas, segundo o Comex Stat, do governo federal, as mais exportadas foram manga, limão e lima, melão, mamão e melancia. Banana, maçã e uva foram bastante impactadas pelo clima adverso e tiveram resultados menos satisfatórios.

Além das questões climáticas, como estiagem ou chuvas em excesso, outros fatores afetam a exportação da fruticultura nacional, como lentidão na abertura de mercados devido a burocracias, taxação dos produtos e segurança fitossanitária, de acordo com a Abrafrutas.

No ano passado, os Países Baixos foram o destino de 37% das frutas brasileiras, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Reino Unido (15%), Estados Unidos (13%) e Espanha (10%) também são importantes consumidores externos das frutas produzidas no país. Na América do Sul, a Argentina respondeu por 3,3% das frutas exportadas em 2024.

“Somos um grande exportador de frutas, com destaque para manga, limão, melão e uva. Basta ter mercado para exportar que conseguiremos produzir, porque temos mais de 2,5 milhões de hectares destinados à fruticultura”, diz Waldir Promicia, fundador e diretor da Abrafrutas. “O potencial do Brasil causa medo a qualquer competidor. Precisamos apenas inserir o país no mapa internacional”.

Crédito: Itaueira

A Itaueira, reconhecida há quatro décadas como referência na produção de melões premium no Brasil, está retomando suas exportações após sete anos focada no mercado interno. Com a marca Rei, a empresa está se preparando para reconquistar o mercado global, direcionando seus esforços para países da Europa, Reino Unido, Canadá e Oriente Médio. Além do tradicional melão amarelo, a empresa planeja testar a exportação de novas variedades, como a mini melancia sem sementes, na temporada 2025/26.

Esse movimento de expansão foi viabilizado pelo aumento da capacidade produtiva, com a reativação de uma fazenda em Morada Nova (CE), que elevou a área cultivada para 3.000 hectares, um crescimento de 20% nas operações. Essa ampliação não só fortalece a presença internacional da Itaueira, mas também garante um abastecimento mais robusto para o mercado brasileiro.

Segundo Aryan Schut, gerente de vendas internacionais da empresa, a retomada das exportações é um passo natural após os sucessos alcançados no Brasil. Com processos aprimorados e maior capacidade de produção, a Itaueira busca consolidar sua reputação como fornecedora de produtos de alta qualidade tanto no cenário nacional quanto internacional.

Destaque para a manga

Apesar de a manga estar presente em todo o País, as regiões mais relevantes para o mercado são o nordeste e o sudeste, que concentram 99% da produção nacional. Entre essas, destaca-se especialmente o nordeste, com 82% da produção.

A região nordeste lidera o mercado de manga não somente pelo volume de produção, como também pela elevada produtividade. Enquanto a média nacional é de 20 toneladas por hectare, de acordo com o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido (PE), “a região do Vale do São Francisco, que abrange parte dos estados de Pernambuco e Bahia, apresenta produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Em áreas mais adensadas, a produtividade supera as 50 toneladas por hectare”.

A produção de manga no nordeste também é responsável por mais de 11,5 mil empregos, enquanto o sudeste não passa de 500 empregos. Nos últimos anos, a região também impulsionou um crescimento considerável da oferta, tendo dobrado sua área plantada em menos de uma década, aliado ao aumento na densidade dos pomares.

Recorde na exportação de manga produzida no nordeste

Crédito: Agrodan

Nos primeiros três trimestres de 2024, as exportações de mangas apresentaram um aumento de 46,19% no valor embarcado comparado com o mesmo período de 2023. Entre janeiro e setembro de 2024, o valor total das vendas de mangas brasileiras para o exterior somou US$ 215 milhões.

Foi assim que a Agrodan, uma empresa com 37 anos de atuação, conseguiu um “aumento substancial na receita e no lucro”, de acordo com seu diretor-presidente Paulo Dantas. “A estratégia da Agrodan para conquistar o mercado da Europa, e nos últimos anos tentando conquistar o mercado interno, sempre tem sido a qualidade da fruta, e estamos tentando crescer no mercado interno vendendo a mesma qualidade da fruta que exportamos. Em 2024, nossos números foram bem próximos aos de 2023, e a participação no mercado interno ainda não ultrapassou os 3% do nosso faturamento”, revela.

Atualmente, a empresa tem 1.125 ha próprios de manga e trabalha com 250 ha de alguns parceiros, dos quais a Agrodan controla a qualidade da fruta. O forte da produção são as variedades Tommy, Palmer, Kent e Keitt, e tem ainda um pouco das variedades israelenses Noa, Omer e Shelly (esta última, conhecida como manga de comer de colher).

Produção crescente e sustentável

Em 2025, Paulo Dantas espera produzir um total de 40.000 toneladas de manga, destinando 35.000 toneladas para o mercado da Europa, e o restante para o mercado interno e indústria. Toda a produção é feita de maneira sustentável, buscando lucro, mas ao mesmo tempo cuidando dos clientes, dos colaboradores, do meio ambiente e da comunidade, um grande orgulho para o presidente da empresa.

“Não é à toa que tratamos os nossos esgotos sem poluir o São Francisco, distribuímos 10% do nosso lucro com os nossos colaboradores, e temos uma escola de referência, que está oferecendo uma educação de qualidade a 400 crianças e adolescentes da nossa região, do maternal ao 3º ano do ensino médio, transformando as vidas desses jovens e seus familiares por meio de uma educação de qualidade!”, orgulha-se Paulo Dantas.

O orçamento da escola para 2025 é de aproximadamente R$ 5 milhões, tendo a escola ensino integral, totalmente gratuita, incluindo transporte de barco e ônibus, fardamento, material escolar, quatro refeições diárias, e a partir de três anos todos os alunos frequentam aulas de inglês, informática, robótica, música, esporte, além das disciplinas tradicionais.

Uvas diferenciadas

Formada, em sua maioria, por descendentes de imigrantes japoneses, a APPC tem como foco a produção de frutas diferenciadas e de alto padrão, entre elas uvas, atemoias, tangores (um tipo de tangerina), ameixas, nêsperas, pêssegos e lichias.

Paulo Dantas, diretor-presidente da Agrodan
Crédito: Agrodan

O carro-chefe da APPC é a Pilar Moscato, uva gourmet que é marca registrada da Cooperativa. Ela realizou exportação desta uva para Hong Kong, e as frutas de qualidade premium viajaram acondicionadas nas conservadoras de EPS.

Ao ampliar o shelf-life, manter a temperatura constante e serem muito leves, as embalagens tecnológicas também contribuem para aspectos de sustentabilidade, como a diminuição de perdas e desperdícios na cadeia de distribuição e a redução das emissões de CO2 na atmosfera, além de serem 100% recicláveis.

Uma remessa de manga do produtor brasileiro Happy Fruits, realizada pelo importador e distribuidor de frutas europeu Capexo, a bordo de aeronaves “eco friendly” da Air France, foi enviada a Paris em embalagens conservadoras.

Fabricadas em EPS (mais conhecido como isopor), as soluções têm um peso 60% menor do que as caixas de papelão, o que pode reduzir em até 6,0% o custo do frete aéreo, gerando economia significativa em toda a cadeia e diminuindo assim as emissões de CO2 no planeta.

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