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quinta-feira, maio 2, 2024
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Fungicidas multissítios têm avanço expressivo na soja

Levantamento da consultoria Kynetec mostra crescimento acima de 200% desses produtos em quatro safras, para R$ 3,8 bilhões no ciclo 2022-23

A crescente preocupação do produtor em controlar a ferrugem asiática e outras doenças economicamente relevantes da soja tracionou o mercado de fungicidas “multissítios” (proteção por contato). O FarmTrak Soja, estudo exclusivo da consultoria Kynetec Brasil, divulgado hoje, revela que entre as safras 2018-19 e 2022-23 as transações envolvendo esses produtos avançaram 218%, de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,8 bilhões.

Conforme a Kynetec, a adesão aos multissítios chegou perto de 80% da área plantada de soja na safra 2022-23, indicador que era de 5% no ciclo 2014-15 e de 44% no período 2018-19. “A pesquisa registra a consolidação do subsegmento. Multissítios estão hoje na relação de insumos estratégicos para a sojicultura”, resume Lucas Alves, gerente de contas da consultoria.

Segundo Alves, a categoria de fungicidas como um todo, porém, caiu para a segunda posição em valor: R$ 18,9 bilhões ou 33% do mercado de defensivos da oleaginosa, que apurou cerca de R$ 57 bilhões. “Pela primeira vez na série histórica, herbicidas lideraram as vendas, com R$ 20 bilhões ou 36% do total.”

De acordo com o executivo, essa mudança no ranking, entretanto, não deve persistir. “A expectativa é a de que os fungicidas retomem a ponta”, salienta Alves. “Herbicidas tiveram desempenho mais elevado, sobretudo, em virtude de aumentos nos preços e restrições verificadas na oferta recente por determinados produtos”, justifica.

“Fungicidas foliares, historicamente, representam aproximadamente 40% das vendas de defensivos para soja, ao passo que herbicidas se situam na faixa de 22%”, continua o executivo da Kynetec. Para a consultoria, o preço dos herbicidas deve retornar aos mesmos patamares de safras anteriores já no ciclo 2023-24.

Doenças da soja e manejo de resistência

Lucas Alves enfatiza que nas últimas safras o segmento de fungicidas foliares – especificamente os multissítios – cresceu expressivamente porque o produtor intensificou a adoção de tais insumos nas estratégias de controle da ferrugem asiática, bem como na prática do manejo de resistência. Nesta, ele explica, alternam-se aplicações de diferentes ingredientes ativos para evitar que patógenos causadores de doenças desenvolvam resistência a fungicidas.

“A utilização dos multissítios se dá normalmente em conjunto com fungicidas sistêmicos, como as carboxamidas, estrobilurinas e triazois”, salienta Alves.

Conforme o executivo, pesou ainda no crescimento das vendas de multissítios a entrada de produtos ready mix, aqueles formulados em fábrica e dotados, simultaneamente, de propriedades sistêmica e multissítio, “produtos à base de mancozeb, clorotalonil, cobre e outros compostos”.

Os ready mix, de acordo com Lucas Alves, responderam por 40% do mercado de fungicidas multissítios na safra 2022-23: R$ 1,52 bilhão. “Em área tratada (PAT), produtos de concentração sistêmica e multissítio ainda têm menor representatividade ante o restante do segmento, contudo entregam o benefício de dispensar misturas em tanques”, ele observa.

Alves acrescenta ainda que o FarmTrak Soja 2022-23 trouxe à luz a tendência de o produtor intensificar nas próximas safras o controle de outras doenças da soja, antes consideradas secundárias. “A ferrugem segue prioridade, mas o sojicultor tem olhado cada vez mais para o ‘complexo de doenças’, incluindo a mancha-alvo no Cerrado e o oídio no Sul, além de, mais recentemente, para as chamadas anomalias da soja”, exemplifica.

Segundo a Kynetec, o FarmTrak Soja 2022-23 resultou de 3,7 mil entrevistas pessoais com sojicultores, realizadas nas principais regiões produtoras da oleaginosa. A partir de janeiro próximo, a consultoria volta a campo para atualizar o levantamento, com ênfase na safra 2023-24. “O próximo estudo trará informações relevantes relacionadas a extremos climáticos observados nas regiões produtoras, em decorrência do fenômeno El Niño: calor extremo, chuvas intensas e chuvas irregulares, por exemplo, situações que interferem diretamente na dinâmica de manejo do produtor”, antecipa Lucas Alves.

Líder da Kynetec para a América Latina, André Dias reforça que o FarmTrak Soja 2023-24 deverá ficar pronto no mês de maio do próximo ano. “Cobrirá as principais regiões produtoras, do Rio Grande do Sul ao Pará, e representará 97% da área total da soja cultivada em território nacional”, adianta o executivo.

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