28.6 C
Uberlândia
segunda-feira, abril 21, 2025
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesFungicidas multissítios têm avanço expressivo na soja

Fungicidas multissítios têm avanço expressivo na soja

Levantamento da consultoria Kynetec mostra crescimento acima de 200% desses produtos em quatro safras, para R$ 3,8 bilhões no ciclo 2022-23

A crescente preocupação do produtor em controlar a ferrugem asiática e outras doenças economicamente relevantes da soja tracionou o mercado de fungicidas “multissítios” (proteção por contato). O FarmTrak Soja, estudo exclusivo da consultoria Kynetec Brasil, divulgado hoje, revela que entre as safras 2018-19 e 2022-23 as transações envolvendo esses produtos avançaram 218%, de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,8 bilhões.

Conforme a Kynetec, a adesão aos multissítios chegou perto de 80% da área plantada de soja na safra 2022-23, indicador que era de 5% no ciclo 2014-15 e de 44% no período 2018-19. “A pesquisa registra a consolidação do subsegmento. Multissítios estão hoje na relação de insumos estratégicos para a sojicultura”, resume Lucas Alves, gerente de contas da consultoria.

Segundo Alves, a categoria de fungicidas como um todo, porém, caiu para a segunda posição em valor: R$ 18,9 bilhões ou 33% do mercado de defensivos da oleaginosa, que apurou cerca de R$ 57 bilhões. “Pela primeira vez na série histórica, herbicidas lideraram as vendas, com R$ 20 bilhões ou 36% do total.”

De acordo com o executivo, essa mudança no ranking, entretanto, não deve persistir. “A expectativa é a de que os fungicidas retomem a ponta”, salienta Alves. “Herbicidas tiveram desempenho mais elevado, sobretudo, em virtude de aumentos nos preços e restrições verificadas na oferta recente por determinados produtos”, justifica.

“Fungicidas foliares, historicamente, representam aproximadamente 40% das vendas de defensivos para soja, ao passo que herbicidas se situam na faixa de 22%”, continua o executivo da Kynetec. Para a consultoria, o preço dos herbicidas deve retornar aos mesmos patamares de safras anteriores já no ciclo 2023-24.

Doenças da soja e manejo de resistência

Lucas Alves enfatiza que nas últimas safras o segmento de fungicidas foliares – especificamente os multissítios – cresceu expressivamente porque o produtor intensificou a adoção de tais insumos nas estratégias de controle da ferrugem asiática, bem como na prática do manejo de resistência. Nesta, ele explica, alternam-se aplicações de diferentes ingredientes ativos para evitar que patógenos causadores de doenças desenvolvam resistência a fungicidas.

“A utilização dos multissítios se dá normalmente em conjunto com fungicidas sistêmicos, como as carboxamidas, estrobilurinas e triazois”, salienta Alves.

Conforme o executivo, pesou ainda no crescimento das vendas de multissítios a entrada de produtos ready mix, aqueles formulados em fábrica e dotados, simultaneamente, de propriedades sistêmica e multissítio, “produtos à base de mancozeb, clorotalonil, cobre e outros compostos”.

Os ready mix, de acordo com Lucas Alves, responderam por 40% do mercado de fungicidas multissítios na safra 2022-23: R$ 1,52 bilhão. “Em área tratada (PAT), produtos de concentração sistêmica e multissítio ainda têm menor representatividade ante o restante do segmento, contudo entregam o benefício de dispensar misturas em tanques”, ele observa.

Alves acrescenta ainda que o FarmTrak Soja 2022-23 trouxe à luz a tendência de o produtor intensificar nas próximas safras o controle de outras doenças da soja, antes consideradas secundárias. “A ferrugem segue prioridade, mas o sojicultor tem olhado cada vez mais para o ‘complexo de doenças’, incluindo a mancha-alvo no Cerrado e o oídio no Sul, além de, mais recentemente, para as chamadas anomalias da soja”, exemplifica.

Segundo a Kynetec, o FarmTrak Soja 2022-23 resultou de 3,7 mil entrevistas pessoais com sojicultores, realizadas nas principais regiões produtoras da oleaginosa. A partir de janeiro próximo, a consultoria volta a campo para atualizar o levantamento, com ênfase na safra 2023-24. “O próximo estudo trará informações relevantes relacionadas a extremos climáticos observados nas regiões produtoras, em decorrência do fenômeno El Niño: calor extremo, chuvas intensas e chuvas irregulares, por exemplo, situações que interferem diretamente na dinâmica de manejo do produtor”, antecipa Lucas Alves.

Líder da Kynetec para a América Latina, André Dias reforça que o FarmTrak Soja 2023-24 deverá ficar pronto no mês de maio do próximo ano. “Cobrirá as principais regiões produtoras, do Rio Grande do Sul ao Pará, e representará 97% da área total da soja cultivada em território nacional”, adianta o executivo.

ARTIGOS RELACIONADOS

Fungicida multíssitio recebe sinal verde para ser utilizado em FLV

Em uma nova campanha estratégica de marketing, a multinacional Ascenza, pertencente ...

Qual a importância do uso de fungicidas de amplo espectro no manejo de doenças em soja?

Na agricultura, ferramentas que apresentem alta consistência no combate às doenças são essenciais

Fatos e Mitos com Prof. Dr. Elmar Luiz Floss

Existem fungicidas sistêmicos?

ADAMA investe R$ 300 milhões em nova fábrica no Sul do País

A unidade, localizada em Taquari (RS), significará menos dependência externa de insumos fundamentais para a produção de fungicidas no Brasil. Saiba mais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!