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Gotejo dobra a produtividade do tomate

 

Rubens Duarte Coelho

PhD.em Engenharia Hidráulica e professor da ESALQ – USP

rdcoelho@usp.br

Crédito Waldir Marouelli
Crédito Waldir Marouelli

O sistema de irrigação por gotejamento pode dobrar a produtividade das frutas, legumes e verduras. O tomate, por exemplo, alcança até 150 toneladas por hectare, o que significa 100% a mais do que a média nacional, e um aumento de 22%, comparado com os resultados da irrigação por pivô central.

No caso dessa hortaliça, a economia de água resultante do sistema de gotejamento chega a 30%.A eficiência no uso da água (kg tomate/m3 de água evapotranspirada) pode aumentar em torno de 50 a 60%. Isso porque o sistema de irrigação por gotejamento fornece água e nutrientes, por meio da fertirrigação, em quantidade e na hora certa e, assim, contribui para produzir mais com menos recursos.

Existem diversas vantagens do uso do gotejamento nesta cultura, dentre as quais se destacam:

ü Diminuição na quantidade de água requerida pelo sistema de irrigação, devido à alta eficiência de aplicação deste método, uma vez que as perdas por evaporação são minimizadas;

ü Menor incidência de doenças fúngicas e bacterianas, pois a folhagem da planta não molha.

Produtividade

A irrigação por gotejo contribui para aumento da produtividade a partir da diminuição da incidência de doenças, principalmente fazendo com que a planta transpire mais ao longo do ciclo de produção, pois a irrigação de alta frequência deixa a água no solo mais prontamente disponível para as plantas.

O ganho de produtividade dependerá muito da habilidade do agricultor em se adaptar a esta nova tecnologia. Um ganho mínimo de 30% é normalmente observado nas primeiras produções irrigadas por gotejamento, porém, temos acompanhado produtores tradicionais que, após três a quatro anos, conseguem um aumento de até 100% na produtividade, chegando a valores entre 140 – 150 ton/ha.

O gotejamento também contribui para a redução de defensivos, evitando o molhamento das folhas e o tráfego de máquinas de pulverização, que em geral ocasionam pequenos danos às plantas, que são entrada para microrganismos patogênicos.

 

Novidades

Existem duas novas tecnologias em sistemas de irrigação que são promissoras para a cultura do tomate, mas ainda não disponíveis no Brasil:

  • Ø PMDI: fusão do sistema pivô central com o sistema por gotejamento – PMDI (Precision Mobile DripIrrigation). O pivô central se move arrastando sobre o terreno mangueiras de gotejamento na área.
  • ØRDI(Root DemandIrrigation) – irrigação por demanda radicular. O sistema baseia-se em um tubo poroso enterrado no solo que exuda água ao sistema radicular à medida que a planta necessita (liberação de compostos bioquímicos sob condição de estresse hídrico – altera a permeabilidade do tubo poroso, liberando água para as plantas).

 

Curso de aprendizagem

Existe em Piracicaba (SP) um curso de dois dias que ensina como manejar a irrigação e a fertirrigação em sistemas de irrigação por gotejamento, de modo que o período de adaptação do produtor irrigante a esta nova tecnologia seja reduzido e os riscos minimizados (contato: watercon@terra.com.br).

Essa matéria você encontra na edição de agosto da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua.

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